seventeen

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ANY GABRIELLY

Termino de me arrumar e me olho no espelho, ajeitando o vestido que Josh me deu. Caiu como uma luva em mim.

Suspiro e olho a hora. 18: 45. Ainda.

Bufo e pego minha bolsa, saio do ap e tranco a porta, indo até o elevador. Entro no mesmo e me deparo com a dona Glória.

- Oi dona Glória. - digo e dou um beijo em sua bochecha.

- Oi, minha filha. - disse com aquela voz doce. - Como está linda. - completou e me olhou de cima a baixo. - Vai sair com o namorado? - perguntou e eu sorri.

- Obrigada. Não é namorado, é um... amigo. - digo e ela me olha desconfiada. - Um amigo meio assim, sabe.

- Como é que os jovens falam mesmo? - perguntou e fez uma cara de pensativa. - Amizade pintada, não...

- Amizade colorida. - digo rindo. - Mas não é isso também. É um amor antigo que voltou, mas nada certo.

- Ah, querida, e aquele cara que lhe deixou no altar? Teve notícias dele?

- Ele é o tal amor. - falo e dou um sorrisinho.

- Aah, que lindinhos. - disse juntou as mãos abaixo do queixo, fazendo uma carinha fofa. - Torço para que dê certo, você merece ser feliz.

- Obrigada, dona Glória. - digo a olhando.

Chegamos no térreo e ela sai primeiro do que eu.

- Tenho que ir, minha filha. - disse me olhando. - Tenha um bom encontro e beije muito. - completou, me fazendo rir.

Aceno para ela, que acenou de volta e saiu.

- Está adiantada. - escuto e levo um susto, me virando e me deparando com Joshua.

- Você também. - falo e ele coça a nuca.

- Estava ansioso. - falou e me olhou de cima a baixo. - Você está linda.

- Obrigada, eu amei o vestido. - digo e ele sorri.

- Podemos ir então? - perguntou e me ofereceu a mão, para que eu segurasse.

Fiquei olhando a mão dele e demorei demais para responder ou a segurá-la de volta, o que fez ele pigarrear e colocar ela dentro do bolso da calça que usava.

- Podemos. - digo.

Me aproximo dele e ajeito a gola da camisa, que estava toda doida. O olho e sorrio, me afastando e segurando em seu braço.

- Aonde vai me levar? - pergunto e ele começou a andar, me levando até o carro.

- Um restaurante, não é muito longe daqui. - respondeu e abriu a porta para mim. - E nem muito chique, sei que você não gosta muito. - completou e me esperou entrar, fechando a porta e dando a volta, entrando do outro lado.

- Ainda sabe tudo sobre mim. - digo rindo.

- Como eu poderia esquecer? - disse e me olhou nos olhos.

Dou um pequeno sorriso e desvio o olhar para o som.

- Posso ligar? - peço.

- Uhum. - murmurou e deu partida no carro.

[...]

- Teve aquela vez que eu cuspi todo o meu refrigerante em você. - digo e ele ri.

Estávamos esperando a sobremesa. O encontro estava sendo ótimo, agora estávamos lembrando de alguns micos.

- Você me sujou todo.

- Mas a culpa foi sua! Você sabia que eu não podia rir com nada na boca mesmo assim fazia palhaçada. - me defendo rindo.

Olho para ele que tava sorrindo e me encarando, com a cabeça apoiada em uma mão.

- O que foi? - pergunto.

- Eu amo ver você sorrir. - disse e eu mordi o lábio, sorrindo em seguida.

- Não começa. - peço. - Você sabe que eu fico com vergonha se ficar me encarando.

- Você nunca muda. - sussurrou sorrindo.

- Não sei se isso é bom ou ruim.

- É ótimo. Tu é perfeita do seu jeitinho. - disse e eu sorri.

[...]

Chegamos em frente ao meu prédio e ele parou o carro, o desligando e se virando para mim.

- Você gostou? - perguntou me analisando.

- Amei, foi muito bom. - digo sincera e ele sorri. - Podíamos marcar mais coisas. - sugiro.

- Claro! Mas dessa vez você escolhe.

- Ok! - digo e levanto as mãos em forma de rendição.

Ficamos um tempo em silêncio até que eu suspiro e digo:

- Tenho que subir. Meu despertador me espera para me acordar cedo amanhã.

- O meu também. - disse e fez careta.

- Então... - digo e o olho, sem saber como me despedir. - Até?

- Até. - disse e eu dei um meio sorriso, abrindo a porta do carro e saindo.

Aceno para ele e vou até a entrada do prédio, mas sinto meu braço ser puxado e lábios tocarem os meus.

Fico uns segundos sem reação mas logo resolvo retribuir, passando os braços por seu pescoço, enquanto ele me segurava pela cintura e me puxava para mais dele.

Ele pede passagem com a língua e eu a dou. O beijo estava lento, me fazendo sentir tantas sensações que nem sei explicar. Era o mesmo beijo de quando nos conhecemos. O mesmo beijo de quando ele me pediu em namoro. O mesmo beijo de quando me pediu em casamento.

Casamento.

Não pensa nisso, Gabrielly!

Nos separamos aos poucos, com ele me dando dois selinhos no final, e eu continuei com os olhos fechados. Suspirei e encostei a testa na sua.

- Eu te amo. - sussurrou e eu abri os olhos, encontrando os dele.

- Eu te amo. - sussurro de volta e ele sorri, me beijando novamente.

***

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora