thirty eight

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JOSH BEAUCHAMP

— Não, Aninha, coloca a florzinha. — falou entregando uma flor para Ana. — É mais bonita que esse mato aí. — riu, tirando um pequeno mato que estava entre a orelha e o cabelo da Ana.

Ana ri e fica parada para Any colocar a flor nela.

Estávamos em um parque, não de diversão, um parque onde geralmente fazem piquenique, coisa que não me toquei que poderia ser uma boa ideia.

— Tá bonita? — perguntou ela.

— Tá linda! — respondeu Gabrielly.

— Vou pegar uma pla você, titia, espela!

Igualzinho o Cebolinha falando.

Logo voltou com uma flor maior que a dela, colocando no cabelo de Any, que sorriu.

— Olha, papai! — falou toda animada, se virando para mim.

— Estão lindas. — digo e sorrio.

Elas ficam um tempo conversando e logo Ana fez amizade com outra garotinha, indo brincar juntas. Any vem até mim e se senta ao meu lado.

— Obrigada. — digo e ela me olha.

— Pelo o que? — perguntou confusa.

— Por ser legal com ela. — olho para Ana brincando. — Mesmo ela sendo filha minha com a Débora.

— Ela não tem culpa da falta de caráter de vocês. — falou e eu mordi o lábio.

— Sei disso. — murmuro e olho para frente. — Briguei com a Débora.

— E eu com i...

— Ela ameaçou ficar com a guarda da Ana toda pra ela. — completo e ela fica em silêncio. — Você acha que ela consegue?

— Eu tenho certeza! — falou e em seguida arregalou os olhos. — Quer dizer, ela é a mãe, já tem uma boa vantagem por isso. Tem uma boa condição, te...

— Também tenho uma boa condição. Uma ótima. Eu sou um bom pai, até.

— O problema é que você viaja por conta dos jogos. Com quem ela ficaria? — perguntou.

— Com babá, viajaria comigo, sei lá.

— Eles vão pensar sobre o fato de você ter que viajar e ela ter que ficar "sozinha". Com a Débora isso não irá acontecer. Sem contar que se você a levar em todas as viagens, vai ser cansativo pra ela e pode prejudicar o estudo, quando ela começar.

— Então você acha que se ela entrar com isso na justiça, eu já posso ir dando tchau pra guarda da minha filha? — pergunto e a olho.

— Não, ahn... — começou mas não soube completar.

— Entendi. — murmuro e desvio os olhos novamente, fitando a grama.

— Você vai poder vê-la, claro! — falou. — Mesmo se ela fizer alguma coisa.

— Ela não vai fazer nada. — digo.

— Como tem tanta certeza? — perguntou e eu dei de ombros.

Ficamos em silêncio, por um bom tempo.

— A Aninha é uma menina muito especial. — murmurou. — Ela é tão amorosa. Um sorriso banguelo dela melhora o dia de qualquer um. — riu.

— Nem me fale. — digo e olho para Ana. — É o meu bem mais precioso.

— Tenho certeza que você também é o dela.

— Você ainda sonha em ser mãe? — pergunto em um sussurro e ela dá um meio sorriso, assentindo.

— Acho que vai demorar um pouco pra se realizar, mas creio que um dia vai.

— Por que vai demorar?

— Quando encontrei alguém que queria o mesmo, não deu muito certo.

— Está falando de mim? — pergunto e a olho, que confirma sem retribuir o olhar. — Me desculpa. — sussurro.

— Desculpo. — falou e meu olhar foi para surpreso. — Só não esqueço.

— Isso vai ser muito difícil de acontecer.

— Isso NUNCA vai acontecer. — corrigiu, me olhando.

Prendo meu olhar em seus olhos, que fazem o mesmo com o meu. Me aproximo um pouco dela e olho para a sua boca.

— Posso te beijar? — sussurro.

— Não. — sussurrou de volta, com o olhar em minha boca.

— Que droga. — murmuro e seguro em sua nuca, encostando levemente os nossos lábios, iniciando um beijo calmo, até escutar um grito estridente de Ana.

***

Obrigada pelos 3k vidas🥺🤧❤

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora