forty two

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JOSH BEAUCHAMP

Observo Gabrielly, que estava sentada a minha frente, pensando no que pedir. Tinha as sobrancelhas arqueadas e mordia a unha do mindinho, enquanto lia todo o cardápio.

Analiso seu rosto e guardo cada detalhe do mesmo.

Ela estava tão linda.

— Eu acho que vou querer esse aqui! — disse me tirando do transe. — Você já provou? — perguntou e me mostrou o prato.

— Não. — digo e a olho. — Podíamos experimentar. — dou de ombros e ela assente.

— Então podemos pedir. — falou e sorrio, chamando o garçom até a mesa e pedindo para mim e para ela.

Se ajeitou na cadeira e apoiou os cotovelos na mesa, logo os tirando e fazendo careta. Colocou alguns cachinhos atrás da orelha e virou o rosto para qualquer outro lugar.

— Tá nervosa? — pergunto e ela me olha rapidamente.

— Eu? Não! Tô só... — começou e eu ergui uma sobrancelha. — Por que tem que me conhecer tão bem, hein? — perguntou e bufou, me fazendo rir.

— Desculpa. — dou de ombros e ela sorri. — Já falei que você está linda? — murmuro e ela sorri novamente, desviando o olhar.

— Já, mas obrigado de novo.

[...]

— Sobremesa preferida continua a mesma? — pergunto e ela ri, assentindo.

— Tá tudo igual ainda.

— Até o que sentia por mim? — pergunto após pedir nossa sobremesa.

— O ódio mudou. Aliás, desculpa. Não odeio você, nunca odiei, mas aquela hora eu tava de cabeça quente e acabei soltando.

— Te entendo. — digo. — Eu deveria ter te dito antes...

— Não deveria nem ter feito. — corrigiu e eu assenti, abaixando a cabeça brincando com o guardanapo. — Vamos mudar de assunto? Não quero estragar a noite.

— Claro, vamos. — digo e pergunto qualquer coisa do trabalho dela, que logo respondeu e continuou a conversa.

[…]

— Eu realmente gostei do jantar. — disse quando parei o carro em frente ao seu prédio.

— Fico feliz por isso. — sorrio. — É muito bom ficar com você. — completo.

— Igualmente.

Ficamos um tempo em silêncio até ela soltar um longo suspiro e me olhar.

— Sabe o que podíamos combinar? — perguntou e eu neguei.

— O que?

— Vamos fazer assim, passamos a borracha por tudo que já aconteceu. — disse e eu a olhei atento. — "Esquecemos" todas as merdas e frases ditas na hora da raiva. Apagamos tudo isso e... sei lá...

— Tentamos de novo. — falo e ela morde o lábio, assentindo devagar com a cabeça. — Eu topo.

— Também topo. — sorriu e tirou o sinto. — Tenho que subir, amanhã ainda trabalho. — murmurou e eu assenti. — Boa noite.

— Boa noite. — respondo e ela se vira para abrir a porta, mas logo para, se virando na minha direção novamente.

— Kyle... — sussurrou e eu a olhei. — Essa não é aquela parte que você me puxa para um beijo? — perguntou e me olhou nos olhos, se aproximando.

— Ah, você... não sabia se você queria ou não e preferi n...

— Só beija, Joshua. — revirou os olhos e me puxou pela nuca, começando um beijo calmo.

Seguro em sua cintura com uma mão e com a outro seguro em sua nuca, a puxando mais ainda para mim, querendo senti-lá por perto.

Sorrio entre o beijo e vejo ela fazer o mesmo, nos afastando com selinhos.

— Podemos ir devagar, não podemos? — sussurrou.

— Podemos tudo o que você quiser. — digo passando a mão por seu rosto.

Ela sorri e me beija de novo.

A Aninha vai amar saber disso!

***

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora