eleven

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JOSH BEAUCHAMP

— Senhor Beauchamp! — escuto e olho para o porteiro do condomínio. — Tem umas correspondências para o senhor. — disse e me entregou uns envelopes. — E essa carta.

— Carta? — pergunto.

— Sim, a moça pediu para que eu deixasse separada das outras correspondências pois segundo ela, o senhor nem as lê. — falou e riu, me fazendo sorrir também.

Any.

— Obrigado! — digo e sigo até a minha casa, entrando e me jogando no sofá, abrindo a carta.

Começo a ler e rio com a pressão dela.

Pego uma caneta e começo a escrever mais uma para ela.

***

"Querida Any,

Primeiramente, como está? Sei que tá bem rs

Ok, com esse surto aí eu me sinto bem mais pressionado. Bom saber que você está sendo uma maluca como eu e mandando cartas. É estranho, não é? Parece coisa de filme.

Enfim, não queria falar sobre aquele dia por cartas. Será que podemos marcar algum dia? O que estiver bom pra você, está bom pra mim.

Me sinto muito feliz por nos ver progredindo. De verdade.

Sobre o final da carta, você poderia escrever um "Te amo.", assim como faço. Mas vamos com calma, o seu "Até" já me deixa bastante contente.

Te amo.

with all the love
J.B."

***
ANY GABRIELLY

— Oi, fiz o que você falou. — digo assim que abro a porta do meu ap para Sina.

— Finalmente seguiu algum conselho meu. — disse e se jogou no meu sofá.

— Finalmente você me deu algum conselho bom, né. — digo e me jogo ao seu lado.

— Me respeita! — falou e deu um tapinha em meu braço. — Ai ai, apesar de tudo quero meu casal junto.

— Difícil. — murmuro.

— Difícil nada, já estão se falando, por carta, mas estão. Já é um bom começo.

— Não quero um relacionamento amoroso com ele. — sussurro e me ajeito, ficando de frente para ela. — Eu penso, imagina eu me entregando de novo e me fudendo de novo? Sempre acontece!

— Vocês vão aos poucos, amiga. Não se preocupe porque se ele fizer merda de novo, eu mato ele. — disse e fez cara de malvada, me fazendo rir.

— Eu prefiro só saber porque ele fez aquilo. Porra, que caralho de motivo foi esse que fez ele desistir de tudo em cima da hora? Me deixando sozinha lá... — começo.

— Não vamos pensar nisso que o clima chega fica tenso. — falou e deu um beijo em minha cabeça. — Vi uma sobremesa hoje no insta, vamos fazer?

— É difícil?

— Pra você até fritar um ovo é difícil. — disse e riu.

— Claro, aquele óleo espirrando em mim, sai!

— Não vai ter óleo espirrando em você, isso é certeza. — falou e se levantou.

— Ah então eu quero.

[…]

"Querida Any,

Estava pensando novamente em nós dois. Lembra quando começamos namorar oficialmente com aliança e tudo? Eu lembro!

Você foi lá em casa, tinha te chamado pra uma noite de filmes. Falando nisso, não assistimos aqueles filmes! Temos que marcar.

Eu estava tão nervoso. Morrendo de medo de você falar não.
Mas você não resistia a mim, não é mesmo? Então disse sim.

Eu fiquei tão feliz, tudo o que eu mais queria era ter você ao meu lado.

Depois de 2 anos e meio de namoro, te pedi em casamento. Não estava com medo de você negar, estava mais com medo do seu pai mesmo. Ele nunca gostou de mim.

Você aceitou e eu não me importei mais para o que ele pensava. Eu me casaria com você, seria feliz e nós formaríamos a nossa família.

Ao menos esse era o meu sonho, digo, ainda é o meu sonho.

Não deu certo naquele tempo, mas espero que em um futuro próximo dê, porque é o que eu mais quero nessa vida.

Principal motivo: seu pai.

with all the love
J.B."

*

— Meu pai?! — sussurro terminando de ler a carta.

***
Oq será que o pai dela fez?

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora