thirty six

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ANY GABRIELLY

— Estou tão feio assim? — perguntou Joshua.

— Tá carente de elogio? — pergunto de volta e ele sorrir de lado.

— Tô carente de você. — sussurrou e eu fingi que não ouvi.

— O que disse? — pergunto.

— Nada. Tava procurando a Ana, achei que ela estava com você. — disse e colocou as mãos no bolso da bermuda.

— Ela estava, acabou de dormir. — falo e aponto para o quarto, voltando o olhar para ele, que me encarava. — Acho que ela não vai acordar tão cedo. — rio. — Não parou quieta um segundo. — completo e cruzo os braços, me encostando na parede.

— Ela amou você.

— É, também amei ela. — murmuro e ficamos um minuto em silêncio.

— Nós não nos falamos desde que...

— Desde que você quebrou meu coração e acabou com o resto de confiança que eu tinha em você. — completo e vejo o mesmo engolir em seco.

— É, desde tudo isso. — murmurou e se encostou na parede da frente, já que estávamos em um corredor, ficando assim de frente pra mim. — Já passou um ano.

— Sim, e felizmente eu superei.

— Me des...

— Não começa. — o interrompo e ele morde o lábio. — Não sei o que te faz pensar que um simples pedido de desculpas vai resolver.

— Ok, então, sem pedidos de desculpas e sem discussão, pode ser? — perguntou e eu dei de ombros. — Vamos... só conversar, como pessoas normais.

— Não temos nenhum assunto em comum.

— Agora temos a Ana.

— A Ana é assunto seu e da Débora.

— É... ahn... ah, já sei.

— O que? — pergunto e ele tira a mão do bolso, se aproximando.

— Você tá solteira, eu tô solteiro... isso é um assunto em comum. — sussurrou e ficou bem próximo a mim.

— Eu tenho um ideia melhor. — sussurro e aproximo mais ainda dele, o olhando nos olhos. — Eu longe de você e você longe de mim. — digo e dou um sorrisinho.

— Isso já vai ser meio difícil.

— Só pra você, pra mim é a coisa mais fácil. — falo e pisco para ele, saindo de lá e o deixando para trás.

[…]

— Até parece que vai ser fácil pra você! — falou Sina e eu revirei os olhos.

— Você tinha que me apoiar! — resmungo.

— Mas não tem como, Any. — disse e eu bufei. — Até parece que você não daria uns pegas nele de novo. Tá até mais bonitinho. Acho que o sofrimento fez bem pra ele.

— Você tá escutando o que você tá falando?

— Tô, ué, vai dizer que estou mentindo? Cortou o cabelo de um jeito diferente e tá mais forte.

— Tô falando sobre pegar ele.

— Ah, sim, concordo! Pega mesmo.

— Sina, presta atenção! — peço e seguro em seu ombro, fazendo ela me olhar. — Isso não vai acontecer.

— Vai sim. — murmurou.

— Será que dá pra você me apoiar?

— Ok. — falou. — Não vai acontecer.

— Ah, obrigada. — sorrio e a solto.

— Não vai acontecer naturalmente, mas macumbalmente talvez. — falou e riu.

— SINA!

— Beijos. — disse saindo e jogando beijo em minha direção, enquanto eu mostrava o dedo para ela.

Não vai acontecer!!!

***
Será que não vai acontecer mesmo?

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora