Para Matthew

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Poema fúnebre de Mary Rainha dos Escoceses 

Na minha quieta canção, há um ar melancólico.
Olharei profunda e longamente à perda incomparável, 
e com lágrimas amargas vou passar meus melhores anos. 

Surgindo o duro destino agora, que o luto seja sentido.
É um golpe mais cruel que o destino já tratou, 
e então, meus olhos e coração!
Eu vejo onde seu caixão se encontra?

Na alegria da minha primavera e na flor do meu jovem coração,
eu sinto a mais profunda tristeza, da mágoa mais dolorosa.
Nada agora meu coração pode sentir além de arrependimento e desejo.

Ele que foi meu mais querido, agora é minha dor. 
O dia que brilha mais claro pra mim é a noite mais escura,
Nada agora é bom o suficiente para que eu sinta o desejo de ter

No fundo dos meus olhos e coração, um retrato tem seu lugar,
Que mostra ao mundo a minha dor, na palidez de meu rosto
Pálido como violetas esmaecendo, o amor verdadeiro se torna sombra.

Na minha dor inusitada, não posso mais ficar quieta, 
levantando vez ou outra para afastar a minha doença
todas as coisas boas e más perderam o gosto que tinham

E assim sempre fico, seja em madeira ou prado.
Seja ao amanhecer do dia, ou na sombra da noite
Meu coração sente incessável tristeza por sua perda.

Ás vezes, me sentindo assim, sua imagem aparece para mim.
O sorriso doce em seu rosto, numa nuvem acima eu vejo.
E então subitamente, vejo seu caixão.

Quando deito, quieta, dormindo em minha cama, 
o escuto falar comigo, e posso sentir o seu toque,
Nos deveres de todo dia, ele sempre está comigo.

Nada parece bom para mim, se ele não estiver envolvido
Meu coracao nao concordará se nao estiver com ele
Me falta toda a perfeição em minha cruel depressão.

Devo terminar minha canção agora, meu lamento triste deve terminar,
Cuja letra debe mostrar que amor verdadeiro não se pode fugir 
E, apesar de estarmos separados, não para de crescer no meu coração.




Uma homenagem para Matthew, a primeira pessoa a ser gentil comigo, meu primeiro amigo, meu espírito afim, meu pai.

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