Capítulo 15- A Solidão

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Aquele cheiro de papel velho, os meus dedos folheando páginas onde as palavras sugam o meu cérebro e me domam naquele vício de querer continuar e continuar naquela história que me prende do quão beneficente é.

Os meus charutos não são acessórios que eu carrego comigo quando eu quero, eles fazem parte. Parte do que eu chamo de mim, onde eu consigo me sentir um pouco mais distante de todos os barulhos de São Paulo, acumulado de estresse diário. Onde a moradia é a paz e a cada degustação vir em seguida composta daquele quente e amargo café, com gosto da realidade humana e onde faz o meu corpo se sentir calmo, quente e seguro.

Doloroso quando sinto que não tenho quem more em meus braços além de mim e a cama sempre ter um lado frio esperando ser ocupado por alguém que poderia estar tão perto ou quem sabe, ainda tão longe de mim. E eu me sinto cada vez mais quem eu sou nessa capsula de solidão onde não existem T de tédio porque a solidão não faz parte apenas do que chamamos de ruim, não experimentaríamos e conheceremos quem somos se ela não existisse.

O meu lar onde o meu corpo é exposto e aberto para as energias que eu transmito são espiritualmente quem eu estou sendo. As calcinhas jogadas aos chãos e as garrafas abertas de whiskey sobre as cômodas, os papéis rasgados são vestígios de quem eu sou e ninguém pudesse ver. Os momentos em que eu me encontro sem que estejam me vendo, me perguntando, me invadindo e me privando de demonstrar o meu verdadeiro eu.

Você não pode contradizer a solidão ou uma hora ela vem como aquele acaso que desaparece, ou, ela vem para ficar e ela pode ser tão doce quanto amarga e quem controla este gosto é você. Tudo pode ser tão sombrio quanto um velório de quem se ama tanto e tudo pode ser tão harmonioso quanto os primeiros sintomas de paixão. Quando ela vir aprecie o seu momento intensamente e esteja contente por está oportunidade que te concede às escolhas de si e as demonstrações de quem você seja. Por te poupar um tempo que pareça doloroso ou um tempo de desafio de poder lidar com você. A solidão não vai morar em você se você buscar pela a solitude e quando você se encontra com ela, você nunca perdeu porque você tem você e tem os outros. Tenha os seus momentos, mas não se esqueça do que tenha por fora deles também.

A solidão não é uma escolha, ela é uma sobrevivência. E os mais lúcidos são os que se encontram dentro dela. E quando você á convida, você não enlouquece porque você se permitiu a entende-la. 

 

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