Capítulo 4

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No capítulo anterior...

- Um traidor; diz ironicamente - Não esperava dar de cara com você, assim que voltei do mundo dos mortos, aposto que isso tem o dedo de Lady Halley...

- Sim, ela reconsiderou algumas coisas... E decidiu que quer destruir a raça humana.

- Devo acreditar nisso? Ela já nos traiu uma vez...

- Se as coisas fossem como você pensa; diz Lady Halley se aproximando dos dois com seu manto dourado - Você não estaria mais entre nós... Mas como preciso de sua ajuda cá estamos nós...

- É mesmo? - Levanta uma de suas sobrancelhas em sinal de deboche e escárnio; e para que exatamente você precisa de mim? E o que te faz pensar que eu vou te ajudar nesse seu novo projeto?

- Eu garantirei isso; diz Sócrates surgindo com um manto prata - O povo repitiliano precisa estar mais unido do que nunca para garantir que o planeta água seja apenas nosso, Júlia, e para isso precisamos de sua colaboração científica mais que valiosa para o nosso povo... Então, está do nosso lado? Ou está contra nós?

Agora...

- Bem, se boa parte de nosso povo sobreviveu; diz Júlia um tanto contrariada - E temos alguma chance de derrotar os humanos, é claro que me juntarei ao meu povo novamente, entretanto eu seria caçada pela justiça terráquea, caso voltasse do mundo dos mortos como a doutora Júlia Zacarias.

- Eu já pensei nisso Júlia; diz Halley lhe entregando um pequeno frasco com um líquido cor âmbar dentro dele - Finalmente pudemos aprimorar seu elixir da juventude com um ingrediente que faltava, e creio que agora ele agirá corretamente, de modo a durar muito mais tempo.

- Mas eles também me conhecem como Julie de Trevi...

- Também já pensei nisso, muito tempo já se passou e creio que os humanos e a tal liga do bem tenham mais lembranças suas como doutora Júlia Zacarias; pensa um pouco - O único que poderia ainda ter lembranças nítidas suas como Julie de Trevi, é o chefe da DEPECOM, Roberto Duarte Montenegro... Mas conhecido como Beto, mas antes que ele tenha sequer a mínima chance de te reconhecer estará morto e enterrado... Nenhum humano vai estragar os nossos planos de dominação mundial, esse planeta em breve será nosso, e nada nos impedirá dessa vez...

Ilha do Arraial...

Janete via nitidamente essa reunião dos repitilianos, só que dessa vez não conseguia ouvir nada que eles diziam, como se seus poderes estivessem sendo parcialmente bloqueados. Lucas, que havia voltado a vida a pouco tempo, estava começando a ficar muito preocupado com sua irmã , que estava tendo fortes dores de cabeça enquanto tinha aquela visão em específico.

- O que você está vendo agora Jan?

- Eu não sei ao certo Lucas; ela se apoiava nele para não cair - Eu vejo a doutora Júlia... O tio Sócrates do Tony, parece ser ele, pelo menos... E também vejo outros repetilianos... E uma mulher de cabelos vermelhos, não consigo ver seu rosto nitidamente, nem ouvir o que ela diz, mas eu sinto... Que ela é muito má e... Não consigo ver mais nada; quase cai, mas Lucas a segura.

- Antes eu pediria para você tentar ter essa visão de novo... Para, você sabe, tentar controlar seus poderes; diz Lucas, que parecia estar tendo um aperto no coração - Mas depois de tudo que nos aconteceu, acho melhor você tentar descansar, antes de ter mais uma de suas visões.

Sem querer a mente de Lucas viajou para o exato momento em que Lupo o matou, fincando suas garras em boa parte de seu corpo. Ele só queria ajuda - lo como fez com Vavá, o menino lobo, mas Lupo era mau por natureza e acabou o matando... Depois se lembrou de quando acordou e a primeira pessoa que viu ao seu lado foi sua irmã, nunca mais soube de sua mãe, Cassandra.

- Parece que você está se lembrando de algumas coisas dolorosas, meu irmão; diz acariciando os cabelos dele - Pode me contar no que está pensando?

- Por que me trouxe de volta Jan? Eu não queria ter voltado assim, com todas essas lembranças; diz na mente dela, além de ler a mente das pessoas, agora ele podia conversar telepaticamente com elas - Essas lembranças doem demais... Cada vez que eu lembro de determinada coisa que me aconteceu, dói... Como se eu estivesse revivendo tudo de novo.

Amazônia...

Maria e Marcelo estavam deitados em sua cama, ela estava com a cabeça encostada no peito dele e ele a alinhava em aeu corpo como se ela fosse uma criança de colo, precisando de proteção.

- Celo; diz ela com uma voz doce - Nossas meninas estão crescendo muito rápido igual o João... E eu tenho muito medo, meu amor...

- Medo de quê Maria? Nada vai poder machucar nossos filhos, eu te garanto.

- Por mais que você me garanta isso; diz ela saindo do calor do abraço dele e se sentando de costas para ele - Eu não consigo deixar de me preocupar com nossos filhos... Celo o mundo é muito cruel, especialmente com pessoas como eles e eu... Mutantes... E eu temo pela segurança deles... Pela segurança da nossa família... Da Samirinha que está tão longe de nós...

- Não se preocupe querida; a abraça por trás - Nossos filhos estão protegidos ao nosso lado... E se eu conheço bem o meu irmão, sei que ele seria capaz de dar a vida pela Samirinha, tenha fé Maria... Você sempre teve tanta fé no amor e na verdade, até mesmo nos nossos piores momentos, fugindo do Taveira, do Dino e até mesmo dos repitilianos...

- É diferente Celo; ela se vira e seus rostos ficam a centímetros um do outro - Quando era só a nossa vida que estava em perigo; ele coloca seu dedo indicador nos lábios dela, a silenciado e o desce até a borda de seu decote profundo, tocando o vale tentador de seus seios macios - Celo...

- Maria...

Um beijo acontece entre os dois, lentamente ele tira a camisola dela e em seguida a sua camisa, seus mamilos se esfregando nos dela... Suas peles em contato gerando a faísca de um desejo que não parecia ter fim. Mais uma vez seriam um do outro pelo poder do amor, capaz de curar todas as chagas da Terra.

São Paulo

Beto mal podia acreditar no que via, sua filha Samira aparentava ter uns dezessete anos, quando deveria aparentar uns dez. Sua filha estava cada dia mais parecida com a mãe.

- Papai a mamãe falou comigo de novo; diz depois de tomar seu café da manhã - Ela precisa de mim, eu sinto...

- Filha sua mãe morreu...

- Não pai; Samirinha nunca esteve tão convicta como agora - Ela está viva... Numa espécie de sono profundo... Mas ela vai acordar logo... E vai precisar muito de mim...

Os mutantes: uma nova chance...Onde histórias criam vida. Descubra agora