Capítulo 18

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No capítulo anterior...

Maria pensava no circo, enquanto as grades da prisão eram sua nova realidade, medo de ser violentada por um policial corrupto ou de ser assassinada pela Machadona ou qualquer uma das outras presas, era no que pensava. Nisso, e no policial federal Marcelo Montenegro, mas isso podia esperar. Nesse exato momento provar sua inocência era algo que se mostrava impossível, mas sua fé inabalável em Deus e em seus amigos, incluindo o seu advogado, Carvalho a mantinham firme na esperança de que um dia tudo aquilo iria se resolver da melhor forma possível.

- Meu Deus... Eu preciso sair daqui e provar que sou inocente, eu não matei ninguém e um dia vou provar isso...

Agora...

Injustiça e impunidade caminhavam lado a lado, ultimamente nada na vida de Maria Luz estava dando certo, primeiro a traição do seu namorado Fernando, e uma de suas melhores amigas, a Esmeralda, os três trabalhavam no circo Don Pepe, de seus pais, Ana Luz e Don Pepe, o que acabou fazendo com o que clima entre todos, antes tão acolhedor e cheio de paz, agora completamente carregado. Depois houve a festa de aniversário de setenta anos do doutor Sócrates Mayer, que foi assassinado, e ela que foi encontrada ao lado dele em sua cama, portando a arma do crime, uma seringa de veneno, foi considerada por todos como a assassina do milionário. Então Maria foi presa, e mais problemas acabaram surgindo em sua vida, tais como o delegado Taveira que vivia para atormenta - lá com suas propostas indecentes e imorais, além das presas da carceragem, lideradas pela traficante e assassina, conhecida pelas detentas e os policiais do departamento de homicídios como Machadona. E agora ela descobre que pode ser a filha desaparecida do doutor Sócrates Mayer, o que complicava ainda mais a sua situação perante a justiça, e como não era mais ré primária, um novo Habeas corpus estava fora de cogitação.  Mais uma vez Maria é levada para a sala de interrogatórios e deixada sozinha com o delegado Taveira, que mal conseguia esconder seu desejo refletido em seus olhos azuis e sorriso de lado.

- Eu sabia que você ia voltar; diz se levantando de sua cadeira assim que a sala estava trancada e amos estavam completamente sozinhos, se aproximando um pouco demais do local onde ela estava sentada, sentando - se em sua mesa; ou você pensou que iria ficar impune, levando em consideração todos os seus crimes?

- Eu sou inocente; tenta não chorar, enquanto o famigerado delegado mal conseguia esconder seus olhares nada discretos e lascivos - Quando o senhor vai acreditar em mim?

- Não gosto que me chame de senhor, me faz parecer mais velho do que eu realmente sou; diz tocando em seu ombro de leve, para depois ter a desculpa de que o toque foi acidental - Quanto a você ser inocente, me desculpe, mas sinceramente eu não acredito nem um pouco em você; sua voz então começa a ficar melosa - Mas se você aceitar a proposta que lhe fiz assim que você foi presa, quem sabe a sua vida possa melhorar consideravelmente aqui dentro dessa carceragem...

Presente...

Ilha do Arraial...

O amor verdadeiro é complicado, muitas vezes solitário e assustador, principalmente para quem já sofreu muito na vida, era o caso de Samira, que passou trinta anos de sua vida presa dentro de uma cela, muito similar a que estava agora com Beto Montenegro, o pai de sua filha, o motivo dela estar ali era diferente agora, entretanto a sensação era a  mesma de quando Samira era apenas uma menina. A ilha do Arraial era a base da liga do bem cada vez mais escassa, devido aos ataques dos repitilianos. Beto dormia tranquilamente, ou pelo menos era o que Samira pensava, assim que começou a acariciar  seu rosto, ente ele abriu os olhos e os fechou por alguns instantes, aproveitando aquele carinho... Até que Samira percebeu que ele estava acordado, e se afastou dele.

- Beto; sua voz estava grave como sempre - Estava apenas velando seu sono...

- Isso me faz lembrar da nossa primeira vez; se aproxima dela e a envolve em seus braços, como se tivesse medo de desistir do  que pretendia no último instante - Até mesmo da surra que você me deu em seguida, eu me lembro... "vou te fazer sofrer seu macho patético"; diz imitando a Samira e a fazendo sorrir por um momento - O que deu errado entre nós Samira? Será que o nosso orgulho... Foi mais forte do que o amor que nós poderíamos ter compartilhado?

- Eu não sei Beto; seus lábios estavam a meros centímetros de distância um do outro - A minha primeira vez não foi exatamente como eu imaginei que seria... Eu não esperava sentir tanta dor quando me tornasse enfim uma mulher.

- Se fizéssemos amor agora, você não sentiria nenhuma dor; beija o  ombro desnudo dela - Mas só se você quiser, é claro...

- Eu quero... só não sei se devemos... Ou podemos fazer isso...

- Eu acho que...

Antes que Beto completasse sua frase, Samira lhe beijou, era um beijo apressado e até meio desajeitado, que aos poucos foi se ajustando, até que as roupas eram demais e acabaram sendo descartadas, a paixão era mais que visível entre eles que se entregavam com uma ferocidade incontrolável. Quando Beto fez de Samira uma mulher, não era nela que ele pensava, mas sim na Maria, tanto que mal pôde se controlar, tanto, que lhe deu mais dor do que prazer, considerando que ela era ainda virgem e inexperiente na arte do amor. Mas agora enquanto beijava cada centímetro da pele de Samira, ela era a única mulher presente em seus pensamentos, em Aline nem pensava, ou procurava não pensar nela, para mais tarde não se sentir culpado pelo que estava fazendo com a única mulher que realmente amou em sua vida. Cada parte de seu corpo de mulher de Samira estava conectada à uma pequena parte de seu corpo, enquanto Beto se concentrava em apenas uma coisa, lhe dar prazer. Seus corpos nus conectados em todos os sentidos, ardiam de desejo e algo muito mais poderoso.

- Te amo Samira; diz entre gemidos - Eu... Te amo!

- Beto... Beto! Aí Beto! Continua... Eu estou quase lá... Por favor...

- Pegue tudo que quiser; diz ele tentando dizer algo coerente enquanto se segurava para não gozar antes dela - Sou todo seu...

Em algum lugar remoto do Rio de Janeiro...

- Espero que esteja mais do que preparada para o que virá doutora Julie...

- E o que seria exatamente, Lady Halley?

- Finalmente nós iremos dar inicio a fase dois do nosso plano... Graças ao nosso viajante do tempo; diz contendo seu entusiasmo - Agora é apenas uma questão de dias para o planeta água ser nosso por completo...

Os mutantes: uma nova chance...Onde histórias criam vida. Descubra agora