Os mutantes: uma nova chance...

Capítulo 23

No capítulo anterior...

-  Está na hora de voltar; larga sua enxada perto de seus pés - Está na hora de voltar ao Brasil para que assim eu finalmente cumpra meu destino e possa enfim alcançar a paz que nunca pude ter... Não se pode mesmo fugir do destino, Lady Halley estava certa quando me disse isso há mais de um século... E agora está na hora de cumprir meu destino, que por fios invisíveis sempre esteve atado ao dela... Minha inimiga... Minha amante... Minha noiva... E acima de tudo... A mulher que sempre amei e nunca consegui deixar de amar, por mais que tentasse bastante; reprime suas lágrimas - Tenho de voltar, vai doer, eu bem sei disso, mas é preciso... Voltar e encarar antigos fantasmas, que ainda são tão vivos em minha mente atormentada e tão cheia de medos e incertezas gritantes e cortantes feito navalhas a ferir minha carne e dilacerar a minha alma, cansada e atormentada pela culpa e o desengano... De um dia ter amado tanto e ter ido embora a deixando só... E amargurada... Por isso devo voltar para enfrentar e impedir quem tanto amei de cometer uma loucura em nome de um ideal vazio e sem sentido...

Em algum lugar do passado...

"Todos vocês vão chegar a ilha, mas um de vocês não vai voltar"... Essa foi a visão de Janete, o que deixou Maria muito preocupada, e se aquele que não voltasse fosse o seu amado Marcelo? Ela não suportaria isso, seria o fim para ela, Sam, a garota misteriosa, que surgiu no circo de seus pais, sabia que Maria não estava nada bem e se aproximou dela, todos estavam num barco que seguia em direção a ilha do Arraial, onde finalmente comprovariam a existência de mutantes provando assim a inocência de Marcelo Montenegro e Maria Luz diante dos crimes cuja arma do crime foi uma seringa contendo o veneno do sapo Bufo.

- Você parece preocupada Maria; Marcelo conversava com Lupi, um mutante capaz de se transformar em lobo - Fique tranquila, o que tiver de acontecer... Vai acontecer, independente de nossas vontades...

- Eu sei disso; tenta espantar as suas lágrimas - É que eu tenho muito medo de perder o Marcelo...

- Eu te entendo perfeitamente, também perdi alguém muito importante; tenta não chorar - Mas é como dizem, a vida continua e não vale apena sofrer por antecipação pelo que ainda é incerto...

- Você fala como se de alguma maneira soubesse o que vai nos acontecer; encara a jovem por mais tempo que o normal - Quem é você afinal Sam?

- Eu? Sou apenas uma mutante atrás de respostas, assim como você... Assim como seus amigos... Respostas que só poderei encontrar aqui na ilha do Arraial...

- Algo me diz que isso não é verdade, e que você sabe mais do que nos disse; para de encarar Sam e começa a observar o mar, que ao contrário de seu coração, estava calmo e sereno - O que tanto você nos esconde?

- Melhor continuar observando o mar Maria; diz desviando o olhar dela - Não é sempre que o mar é calmo assim...

Não muito longe dali...

- Fique calmo Capelette; diz Júlia tentando não se estressar com seu subordinado, que não passava de um idiota - Sentinela está aqui para nos proteger seu estafermo, não percebe isso seu idiota?

- Esse mutante me assusta muito doutora Júlia; fica olhando de um lado para o outro - Ele nunca está por perto e aparece nas horas mais inportunas, igual um fantasma, isso dá medo doutora... Mais medo do que muitos mutantes dessa ilha...

- Não seja ridículo Capelette; diz saindo do barco - Você deveria estar agradecido com a presença dele aqui, caso contrário estaríamos correndo mais riscos do que estamos correndo agora...

De fato, Sentinela era um mutante como poucos, suas habilidades eram de fato impressionantes, e ela poderia estuda - lo para que assim pudesse aprimorar suas criações, sendo capaz de criar mutantes ainda mais poderosos. Mas isso poderia esperar, algo lhe dizia que outros problemas ainda estavam por vir...

Guarujá

Tatiana sentia falta de seu pai, com um aperto no coração, ela tinha medo de perde - lo de vez para a Maria, já bastava ter perdido a sua mãe por causa de um bombom que deveria ter sido dela e não de sua mamãe querida. Tati se sentia culpada pela morte de Mabel, sua mãe, e ódio da Maria, porque por "culpa" dela seu pai era foragido da polícia. E como se não bastasse ter perdido sua mãe, sua avó paterna havia falecido recentemente, o que deixava as coisas muito piores. Mas pelo menos ela tinha feito novas amigas, a Ângela e a Clara, filhas do Guiga.

- Não sei porque você não gosta da Maria; comenta Clarinha - Ela é tão legal e parece gostar muito de você...

- É só fingimento; tenta controlar seus poderes para não acabar quebrando todos os móveis da casa de Guiga - Ela finge que gosta de mim só pra impressionar meu pai... Ela não me engana de maneira nenhuma e se depender de mim ela nunca vai substituir a minha mãe...

- Eu acho a Maria super sincera - Diz Ângela brincando com uma de suas bonecas - Se eu fosse você não implicava tanto com a Maria, nosso pai tá namorando de novo, e a tia Érica é super legal, igual a Maria...

- Eu não quero falar sobre isso; nisso um copo se quebra, assustando Guiga e Érica que estavam sentados no sofá bem perto delas - Não insistam... Eu nunca vou aceitar esse namoro entre o meu pai e a Maria... Nunca!

Ilha do Arraial...

"Todos vocês vão chegar a ilha, mas um de vocês não irá voltar"... A profecia de Janete havia se cumprido, Marcelo levou um tiro assim que chegou na ilha e foi capturado por um dinossauro. Tudo por culpa de Eric Fuzili que atirou nele... Um tiro que era para ela. Maria se sentia culpada por aquilo, e se Lupi não tivesse a colocado para dormir, ela teria ido atrás do Marcelo, que provavelmente já estava morto. Maria lutava consigo mesma para não chorar diante daquela injustiça, quando Sam se aproximou dela.

- Maria aqui nossos caminhos se separam - Fala quase sem emoção, o que não era o caso; preciso ir em busca daquilo que vim buscar nessa ilha...

- Não podemos nos separar agora, não quero que te aconteça o mesmo que aconteceu com o Marcelo - Toca de leve no ombro da adolescente, que sem que ela entendesse se tornou muito importante para ela; fique conosco, assim você estará mais segura...

- Não se preocupe, eu vou ficar bem; retira a mão dela de seu ombro e vai se afastando dela, então se vira uma última vez - Não se preocupe Maria, se tudo der certo, iremos nos encontrar de novo...

Presente...

Argata...

Melchior andava de um lado para o outro, Aquiles e seu ptimo Luciano haviam sido capturados pelos repitilianos, algo que não poderia mais esconder de sua esposa Isis e de Agatha, esposa de Luciano e irmã mais nova de Aquiles. Ele caminhava pelo jardim que fora de sua mãe ao lado de Isis, que tinha rosas em seus cabelos.

- Você parece preocupado; diz o abraçando - Essa preocupação toda tem alguma coisa haver com a missão misteriosa que você deu ao seu primo Luciano e o Aquiles?

- Não consigo mesmo esconder nada de você, minha querida; beija o dorso de sua mão - Sim, tem haver com essa missão... Eu temo uma segunda guerra envolvendo os repitilianos...

- O que quer dizer com isso Melchior?

- Ísis... Os repitilianos estão de volta e dispostos a recomeçar tudo de novo....  E dessa vez eu acho que eles podem vencer esta guerra, que tanto nos abalou no passado... E que nos trouxe tantas perdas... Dor, lagrimas e sofrimento...