Capítulo 13

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Vesti o terno e me olhei no espelho, estava um pouco nervoso. Me ligaram da polícia, foi uma mulher, disse que o comandante solicitava a minha presença. Saí do quarto e quando apareci na sala todos me olharam, corei minimamente e virei o rosto.

- Suki? - Kirishima chamou. - Vai agora?

- Uhum... - Suspirei e finalmente os olhei. -  Eu... Bom, eu chego em uma ou duas horas. - Fui até o ruivo e lhe dei um beijo. Me afastei e saí do dormitório.

. . .

- Comandante... - Sentei na cadeira em frente a mesa larga de madeira.

- Katsuki Bakugou, certo? - O homem falou e eu afirmei. Ele usava um terno semelhante ao meu, não mudava muita coisa.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, só queremos lhe dar um aviso e ver se continuará com o treinamento. - Ele explicou. - Lhe daremos alguns dias para pensar.

- Okay, mas pode me dizer o que é?

- Desculpe. - Fingiu uma tosse. - Bom, nós teremos que enviar alguns dos nossos futuros policiais para outro lugar, para que completem o treinamento com sucesso. Vocês irão no segundo dia do ano que vem. Como você é o mais jovem de todos decidi lhe falar isso pessoalmente. - Falou.

- Onde... Onde será esse "lugar"? - Fiz aspas com os dedos.

- Vamos enviá-los para o Canadá. - Arregalei os olhos surpreso. - Espero que saiba falar inglês ou francês.

- Sim, eu sei. - Abaixei a cabeça. - Se eu aceitar isso, vou ficar quanto tempo lá? - Perguntei.

- Em torno de um ano. - O comandante suspirou. - Sei que é uma decisão difícil, já passei por isso.

- Eu vou mandar uma mensagem quando decidir... - Murmurei. - Vou poder me comunicar com meus familiares?

- Apenas uma pessoa, e nos finais de semana, não queremos distrações. Pode ir. - Me levantei no mesmo instante e saí dali.

. . .

Entrei no dormitório em silêncio. Tirei o paletó e a gravata ali mesmo, aos poucos desabotoei a camisa social e a tirei também. Logo depois veio o cinto da calça e os sapatos, isso tudo enquanto eu andava pela sala. Quando entrei no quarto joguei as roupas na cama e tirei as últimas peças.

Já de baixo do chuveiro e com a água escorrendo pelo meu corpo parei para pensar sobre minha conversa de alguns minutos atrás. Preciso falar com Kirishima.

Quando saí do banheiro vesti uma calça moletom e uma regata. Segui para a sala novamente e parei em frente ao Eijiro.

- Nós... - Respirei fundo. - Nós precisamos conversar. - O olhei.

- Vamos lá pra fora. - Sorriu pequeno.

. . .

- E é isso... - Terminei de explicar o que o comandante tinha me falado ao maior.

- Então você vai embora? - Seus olhos marejaram.

- Bom, eu não aceitei ainda. - Olhei para trás por alguns segundos e vi a turma nos olhando.

- Mas você vai... - Ele afirmou. - Eu apoio você, contanto que ainda continue a falar comigo. - Suas lágrimas começaram a cair e sua voz saiu trêmula.

- É claro que eu vou falar com você, mas apenas nos finais de semana. - Abaixei a cabeça.

- Vai quando?

- Dia dois de janeiro.

- Ao menos ainda temos algum tempinho. - Sorriu triste.

- Ei, não fique assim. Não gosto de ficar longe de você, é difícil pra mim também. - O olhei.

Depois da TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora