Capítulo 1

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- Até mais Kacchan. - Izuku me deu um selinho antes que eu saísse de sua casa.

Eu e o esverdeado estamos mantendo uma relação as escondidas das pessoas ao nosso redor, amigos, pais, conhecido, entre outros. A única pessoa que sabe disso é Kirishima, assim como sou o único que sabe do seu relacionamento com Denki, não consigo esconder nada do meu melhor amigo. Faz quase quatro anos que Midoriya namora comigo, as escondidas, mas é divertido apesar de tudo.

De uns tempos pra cá notei que o menor já não sentia a mesma paixão de antes. Quando nos beijávamos era algo sem emoção, não era a mesma coisa... E de certa forma eu já não era mais apaixonado pelo Deku, sentia apenas aquele amor de irmão, tenho certeza que ele se sente da mesma forma.

Já estamos no fim do ano, pretendo terminar tudo antes das aulas encerrarem. Estou indo para a casa de Eijiro, marcamos uma noite as escondidas. Digamos que temos algumas coisas para conversamos...

Quando cheguei na casa do ruivo quem me atendeu foi sua irmãzinha, Saori, ela tem apenas oito anos. Morena de olhos pretos. A pequena me deu um abraço apertado e um beijinho na bochecha. Sakura, a matriarca da família também apareceu ao lado do marido, Yuri. Sakura tinha olhos vermelhos, era ruiva, naturalmente, e tinhas sardas espalhadas pelo rosto, tinha um aspecto juvenil. Já o outro era moreno, olhos pretos e muito alto, imagino como Kirishima vai ficar quando for mais velho.

Fiz uma careta do nado, fazendo com que os outros presentes da sala me olhassem confusos. Quando meu melhor amigo apareceu imaginei ele na altura do próprio pai e arregalei os olhos.

- O que foi? - Me olhou perdido.

- Imaginei você na altura do tio Yuri... - Murmurei estremecendo. - Vai ser estranho, vou me sentir uma formiguinha ao seu lado, meus pais não são altos, meu pai um pouco, mas não muito...

- Se isso acontecer, eu não vou perder a chance de te zoar, pode ter certeza. - Kirishima sentou ao meu lado e riu quando mostrei a língua para ele.

- Bate nele tia, tá sendo mau comigo! - Apontei para o garoto ao meu lado.

- Nah... Tô com preguiça. - A olhei indignado. - Faz isso você mesmo.

Coloquei a mochila que carregava no chão e olhei para o ruivo sorrindo de canto, o mesmo saiu correndo de casa rápido, o segui ouvindo a risada dos outros dentro da residência. Cinco minutos exatos correndo atrás desse idiota, quando consegui ele caiu no chão rindo, estávamos na frente da porta de entrada da sua casa.

- Cansei. - Admitiu rindo fraco. - Vamos entrar? Mamãe vai fazer o jantar hoje, tomamos banho, comemos e depois estamos livres... - Levantou do chão.

- Pode ser...

Entramos no local e, após eu pegar minha mochila, fomos para o quarto do mais novo. Tomei banho primeiro e saí com a toalha na cintura, Eijiro mal me olhou, apenas passou direto e entrou no banheiro. Vesti uma roupa simples, calça moletom preta e uma regata da mesma cor, optei por ficar discalço. Kirishima saiu do banho e pediu para que eu me virasse, quando acabou de se vestir descemos para o andar de baixo, o ruivo vestia um shot solto e uma camisa de mangas curtas. Sentamos na mesa com toda a família e começamos a comer.

- Hoje eu vi uma cena horrível! - Tia Sakura foi a primeira a falar.

- O que aconteceu? - Perguntei.

- Vi um grupinho de garotos encurralando outro dizendo que ele deveria estar morto, chamado ele de viado entre outros. Um absurdo! Como podem fazer isso com ele?! O garoto já tava chorando! Os expulsei e ajudei o pobrezinho. - Fez um bico e eu sorri a achando fofa. - Só porquê ele é gay não significa que tem que ser morto ou algo assim. As pessoas podem amar alguém do mesmo gênero, contanto que se amem está tudo bem! - Bufou.

Depois da TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora