Perfection- Woosan

Capítulo 11

-Boa tarde. -diz Kai feliz.

A minha mente estava avoada, ainda não tinha visto o Woo o dia todo, ele não atendia as chamadas e óbvio que eu comecei a fazer umas histórias na minha cabeça.

-Que se passa? -ele pergunta arrancando o carro.

-Nada. -digo rápido.

Não me cabe a mim e não acho correto andar a espalhar ai a vida do Woo como se fosse um livro aberto.

-E as tuas madeixas? -ele pergunta entendendo que não queria falar do assunto.

-Fui gozado. -digo olhando para a janela.

-Por quem? -ele pergunta tranquilo. 

-Pelo Jongho e o Mingi. -digo focando nas árvores que me iam deixando para trás.

-E destes-lhes ouvidos, não foi?

Penso bem na resposta.

-Quer dizer de certo modo eles tem ra...

-Quê?! Tu sais-te do cabeleireiro feliz, só ficas-te inseguro quando pensaste no que os outros iam pensar, por isso não venhas com essa de eles tem razão.

Senti que tinha acabado de levar um raspanete da minha mãe, por isso como um filho permaneci em silêncio até o Kai fazer uma viragem que me assustou.

Ele parou o carro e virou-se para mim.

-Eu acho que a conversa que tivemos ontem ao telemóvel não chegou pois não?

-Chegou. -digo olhando-o, com um leve medo. 

-Não mintas. É assim as coisas não vão funcionar se só um lado o quiser. Tens que esquecer de vez em quando as consequências e só fazer, sê tu, faz o que queres, não te limites, a nossa vida é agora logo é agora ou nunca, bora acordar San...

Ele para surpreendido por ter umas lágrimas a escorrem dos meus olhos, limpo-as e ignoro o seu olhar fixo voltando a olhar para a janela.

Não queria pensar nos limites que tinha-me imposto nem daqueles que me foram impostos, mas às vezes a mente não nos obedece.

Voltei a ver as imagens de eu a fechar e deixar de fazer o que gosto, os entraves que meti foram tantos que posso dizer que viver não foi algo que eu fiz nestes últimos anos.

Tinha no meio daquelas imagens uma que nunca deixara a minha cabeça, era e é algo que sempre quis fazer.

-Vamos ao cabeleireiro! -digo destemido.

Kai não argumenta só faz o que lhe digo.

Estava prestes a mudar, era agora que os entraves iam desaparecer.

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-Acontecimento de última hora, temos onde ir. -diz Kai virando a rota.

-Aonde? -pergunto tremendo e talvez arrependendo-me do que tinha acontecido.

-Planos do Taeyong. -ele simplesmente responde deixando-me ansioso.

O caminho foi uma angústia pois com o silêncio vinham os momentos de reflexão e sinceramente a necessidade e a segurança que eles me passaram não era preciso.

Tentei então apagar a mente encostando a cabeça no assento, observando as árvores emaranhadas no pôr do sol que deixava o céu cor de laranja.

-Prometes-me que focas até ao fim e não te passas, certo?

Agora sim era assunto de se temer.

-Não posso prometer algo que posso não fazer.

-Por favor San, é importante esta lição.

Permaneço em silêncio.

Fico a olhar o caminho pela janela como que à espera de uma resposta, mas nada.

Paramos num parque que me era familiar.

Nos primeiros dias, semanas e meses de universidade eu e o Woo costumávamos vir aqui todos os dias, era o nosso refúgio, já fazia séculos que não vinha aqui.

-Bora! -diz Kai batendo as mãos para me despertar das minha divagações. 

-Sim! -digo abrindo a porta.

-Espera, tens que trocar de roupa. -ele diz puxando-me.

-Espera! Quê? Então já estavas à espera disto, se tens aqui roupa para mim.

-Talvez! -diz Kai dando um sorriso.