O PECADO DA TRAIÇÃO | Nanatsu no Taizai ⛓

010 🐻

  Tudo acabou, tudo se esvai por entre meus dedos e eu não pude fazer nada.
Nada... Meu coração nunca esteve tão vazio, minha alma nunca ficou tão nebulosa e coberta de nuvens de chuva carregadas por ódio e desespero. Ele não estava mais lá para ser meu sol, eu estava sozinha.
Mais uma vez...

_ Victória... Se anime um pouco, vai ficar tudo bem. -
Meliodas pela primeira vez em três semanas teve coragem de dirigir uma palavra á mim, desde que a guerra Santa acabou ele tinha medo ou qualquer outra merda na cabeça de vir falar comigo.
Mas eu não conseguia e nem queria sorrir de novo, não quando quase todas as pessoas que eu amava foram celadas para sempre.
E meu querido rei de cabelos ruivos não estava mais alí para me aquecer ou consolar com seu sol.

E minha filha, minha querida filha Selene... só de tocar em seu nome faz meu coração querer se quebrar em mil pedacinhos.
Eu pensei que o ápice do amor foi quando conheci Gloxínia, pensei que eu não poderia amar mais alguém do que amo ele.
Você veio pra provar que eu estava errada, e foi quando eu pude ver de verdade o que era o amor maternal. Me desculpe...

_ Saía daqui agora! Me deixa em paz, eu não quero ter que ver seu rosto de pena mais uma vez, só me deixa em paz... -

_ Não, eu não vou embora. -
Ele soa firme, isso faz minha vontade de o socar aumentar ainda mais. Quem ele pensava que era? Ele era o causador disso tudo, ele era o culpado de toda a dor que eu sentia.

_ Até quando vai querer bancar o mocinho Meliodas? Você teve a sorte de poder tocar, abraçar e beijar a Elizabeth. E eu? Perdi literalmente tudo! Eu daria tudo para poder abraçar o Gloxínia uma última vez, eu não tive nem uma despedida, droga! 
Meu reino quase foi aniquilado depois da guerra, você não teve noção de ver a verdadeira guerra acontecer diante de seus olhos. Vidas foram perdidas por causa do seu amor Meliodas... -
Eu digo severa, isso estava entalado na minha garganta fazia anos. Parecia um peso sendo tirado das minhas costas, mais eu não gostei do nó que se formou na minha garganta logo após perceber as palavras dolorosas como lâminas cortando seu coração.
Ele limpa a garganta antes de continuar à falar.

_ Eu sinto muito! Você foi tão injustiçada minha irmã, não merecia passar por tanta dor. -
Ele já estava se afogando em lágrimas grossas, seus cabelos cobriam boa parte de seu rosto e tinha seus punhos cerrados.
Na décima vez daquele dia, eu chorava sem parar sem nem perceber, era automático, bastava eu lembrar daquele maldito dia que eu começava á chorar sem parar.

O loiro se aproxima de mim e abre seus braços para me abraçar, mesmo receosa eu retribuo seu abraço apertado e necessitado.
Nós dois não parávamos de chorar, aquilo doía tanto que não cabia no peito.
Um longo período de puro choro se cessa, decidimos por ir até a antiga cabana onde ele e Elizabeth moravam antes da guerra acontecer. Mesmo depois de se passar séculos, a cabana continuava intacta e do mesmo jeito que a primeira Elizabeth deixou.
Me trazia tantos sentimentos de nostalgia...

_ Quer um pouco de chá? Eu juro que dessa vez eu não queimo as folhas. -
Meliodas pergunta e sorri levemente, era impressionante o quanto aquele loiro conseguia queimar até uma folha de chá.

_ Tudo bem, eu aceito. -
Lhe retribuo o sorriso, aquilo era uma forma do Meliodas quebrar o clima ruim.
Após um curto período de tempo, uma xícara de chá quente esquentava a ponta dos meus dedos.

_ Meliodas! Não se deve tomar uma xícara de chá segurando com as duas mãos, tenha um pouco mais de ética. -

_ Quê? Qual o problema? -