The Endgame (Levi Ackerman X Leitora)

Os Envelopes

O contato de seu rosto contra a mesa de madeira fria lançava um formigamento de suas bochechas para o resto do corpo, mas não havia muito que fazer. Chegou perto de acreditar que não seria capaz de se mover pelo resto do dia após esse almoço reforçado.

Estivera imóvel, o torso esticado sobre a mesa do refeitório e mole feito gelatina, há mais de vinte minutos. Cometeu crimes parecidos com os de Sasha ao descobrir que sua refeição preferida estava sendo servida na merenda daquele dia, impulsivamente formando uma montanha de comida para se deliciar com o prato tão adorado, mesmo sabendo que isso iria resultar na terrível sina que enfrentava neste instante.

Seus amigos já haviam deixado o refeitório há alguns minutos e partido para seus afazeres, abandonando-a ali, onde permaneceu até que cada alma viva desaparecesse do ambiente. Começando a se preocupar com o tanto de tarefas que tinha que colocar em prática, você respirou fundo pela quinquagésima vez e usou os braços para se empurrar para cima, sentindo o corpo mais pesado que o comum, o cinto do uniforme que antes fora confortável agora pressionava sua barriga insuportavelmente. Marchou para os corredores, disfarçando o máximo que conseguia do cansaço pós-almoço.

Estava distraída do mundo externo, apenas se concentrando na digestão de seu corpo trabalhando, somente trazida de volta para o momento presente ao pisar em algo diferente no chão, que lhe chamou a atenção antes que atravessasse as portas do escritório do Capitão Levi.

Se abaixou e segurou o objeto, fitando-o com interesse ao se levantar em seguida. Era um envelope branco, preso por um adesivo brilhante rosé. Você franze as sobrancelhas e o vira entre os dedos, buscando o nome do remetente. Não encontrou nada no verso além de pequenas letras escritas manualmente, dizendo "Para Levi Ackerman".

Ainda com os olhos fixos no envelope, abre a porta da sala e escuta a voz de Levi dizer, assim que ele a nota adentrando o cômodo:

– Me lembrei de você enquanto almoçava hoje.

– Ah. – Você, ainda distraída, deixa que uma das mãos pouse sobre a barriga estufada. – Foi incrível.

Mal olhou para o capitão ao caminhar até sua mesa, a curiosidade obrigando sua atenção a se prender completamente naquele pequeno papel em suas mãos. Queria descobrir logo o que poderia estar ali dentro, então esticou o braço na direção dele e subiu os olhar para analisar o rosto parado adiante.

– Isso é para você. Estava no chão, perto da porta.

Levi, sentado relaxadamente sobre a cadeira, reproduz quase a mesma reação que você. Imediatamente endireita a postura, franzindo o cenho e tomando o envelope de suas mãos, correndo os olhos pela superfície do papel e investigando o verso com uma confusão eminente compondo seu semblante.

– Que estranho. Não é assim que as pessoas enviam cartas normalmente. Elas não tem que ser entregues pelo correio e depois passar pelo departamento de análise?

– Também achei esquisito. Talvez sejam assuntos pessoais? – Você apoia as mãos na mesa, inclinando-se mais para perto, espiando a carta junto ao capitão. – Mas vamos logo, abra.

Levi sobe o olhar para encontrar o seu. Estava com a expressão firme, mas ligeiramente desconfiada. Você dá um largo passo para trás, rapidamente se afastando da mesa, os dedos se entrelaçando por trás das costas.

– Ah! – Exclama envergonhada. – Me desculpe.

Vira de costas, mas continua observando de soslaio, enquanto o capitão rasga um dos lados do envelope com um pequeno estilete que tirou da gaveta. Escuta o barulho do papel sendo aberto, o silêncio tomando conta logo em seguida. Tentou se manter parada, dando privacidade para que Levi lesse, mas sua curiosidade tinia como um apito irritante no pé de seu ouvido. Como uma força maior, seu corpo gira nos calcanhares e você retorna um passo à frente, fitando a expressão do capitão. Era um claro misto de confusão, surpresa e desdém.