Capítulo 8: Lar

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(Sugestão de música: Entre tapas e beijos - Banda Calypso)

POV Sarah

Era segunda-feira, por volta das 11h da manhã e finalmente Juliette recebeu alta do hospital, estávamos radiantes por finalmente estarmos nos direcionando para sair daquele ambiente. O clima entre nós estava agradável, eu levava a mochila que minha mãe havia trago para nós e segurava na mão de Juliette. Minha esposa precisou ir ao banheiro e aproveitei para parar na recepção e checar se não havia mais nada para nós, uma vez que, nas últimas 12h recebemos tantos mimos de nossos familiares, amigos e clientes que desejavam melhoras para minha amada, não queria correr o risco de deixar nada para trás. Cheguei a recepção, perguntando:

— Bom dia! Chegou mais alguma coisa para o quarto 210? Sei que nossos amigos deram bastante trabalho para vocês nas últimas horas - digo rindo ainda que um pouco constrangida por termos recebido tantas chamadas vindas daquele local que informavam que um novo mimo havia chego.

— Bom dia, Sra. Sarah! Acho que vocês pegaram tudo, exceto por estas flores aqui, que chegaram há pouquíssimos segundos. - a moça se vira, entregando-me um buquê de crisântemos.

Naquele momento senti um arrepio que atingiu até mesmo os pelos de minha nuca. Olhei em volta buscando alguém que eu nem sequer sabia a fisionomia. A última vez que avistei um buquê destas malditas flores, foi quando a perturbada de Kerline as levou até meu pai no hospital. Mas como ela poderia ter trago estas flores, tendo em vista que, no dia que marcamos de nos encontrar, após grande insistência de sua parte, ela sofreu aquele trágico acidente que a levou a um coma que, pelo que sei, ainda segue na mesma situação, sem nenhum tipo de respostas.
Não demorou muito para que eu ligasse A + B, Kerline voltou sem avisos, ficou tão próxima de meu pai levando-lhe flores com um significado tão peculiar, depois toda aquela história de investir em "nosso relacionamento" para tentar me reconquistar e quando finalmente dei um basta na história, a mesma sumir e reaparecer uma semana depois dizendo que precisávamos conversar urgentemente e quando marcamos, ela sofre um acidente. Não podia ser coincidência, não mesmo.
Mas quem estava por trás disso? Precisava pensar em como juntar as peças desse quebra-cabeça o mais rápido possível. Me vejo com o maldito buquê na mão e sinto uma raiva avassaladora em meu peito e automaticamente o atiro na primeira lata de lixo que vejo. Juliette saía do banheiro e já vinha em minha direção, estando a poucos metros de mim, ela certamente havia visto meu acesso de raiva com as flores mas, para minha sorte, quando minha esposa iria começar a me interrogar sobre o que havia acontecido, Dra. Marcela nos aborda, dizendo:

— Vejo que o casal mais bonito está deixando o hospital, fico muito feliz por ambas! Como se sente, Ju? - ela diz sorrindo enquanto nos observa.

— Me sinto ótima Dra! Inclusive, nosso encontro foi fundamental, visse? Ia mesmo pedir para que minha secretária conseguisse seu telefone para mim - Juliette diz aquilo e sinto minha raiva aumentar ainda mais, deixando nítido em minha face uma careta de desconforto. Como assim ela ia pedir o telefone da Marcela? Pra que ela queria aquele telefone? Na minha frente, Juliette? - Gostaria muito que você fosse a obstetra de nossos bebês! - Aquela frase retirou uns cem quilos dos meus ombros, ainda que eu não estivesse muito confortável com essa ideia, como assim Juliette havia tomado aquela decisão sem mim?

— Será uma honra! Vejo que não sou a única que está surpresa com isto, Sarah você está bem, parece meio pálida? - Marcela diz voltando-se para mim, enquanto começa a mexer na bolsa e retira um pequeno cartão de visitas, entregando-o para Juliette.

Não olha assim pra mim - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora