Capítulo 12: Regras são Regras.

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(Sugestão de música: Teenage Dream - Katy Perry)

POV Juliette

Me levantei ainda muito zonza. Toda aquela situação havia mexido demais com meu emocional. Olha, é verdade essa história de que grávida fica com hormônios à flor da pele, visse?

Quando fui me aproximando da cozinha, ouvi minha sogra ao telefone, mas assim que percebeu minha presença, notei que a mesma se apressou em desligar a ligação. Pensei em perguntar do que se tratava, mas eu tinha muito respeito por minha sogra para me meter em seus assuntos pessoais, ainda que a mesma fosse extremamente aberta comigo, preferi deixar a curiosidade de lado e sequer toquei no assunto.

— Oi, filha, tá se sentindo melhor? E meus netinhos, como estão? — Ela disse como quem tenta mudar de assunto, não sei se são os anos de convivência com Sarah, mas D. Abadia também falava rápido quando estava nervosa, o que deixava explícita sua evasão.

— Estamos bem! Foi mais um susto! Não sei quem é aquela mulher, mas ela sabia até mesmo meu nome de solteira, estranho... — Realmente não tinha parado para pensar em como toda aquela história estava "mal contada", meu foco nos bebês me fez bloquear o acontecimento dos meus pensamentos.

Antes que pudéssemos seguir com aquele papo, minha galega chega e praticamente voa em cima de mim. Não da forma como eu gostaria, mas ainda assim era bom sentir que Sarará se preocupava comigo e com os bebês. Nunca tive dúvidas sobre como ela seria uma excelente mãe.

— Vocês estão bem!??? Mãe, a senhora tá bem mesmo??? Juliette quer ir ao hospital?? Tá enjoada?? Com fome??? Quer algo?? — Antes que ela me bombardeasse com mais alguma pergunta eu apenas lhe abracei forte e disse "Eu e você. Só nós duas" , isso era algo que falávamos muito em um período quando Sarah teve ataques de pânico após o trauma e sempre que algo muito difícil acontecia., era como um "mantra", que nos mantém ainda mais conectadas uma a outra.

Rompemos o abraço quando meu celular começou a tocar, era Mainha, logo, eu tinha que atender.

— Pronto. — Digo atendendo ao telefone. — Diga minha rainha

— Oi, mia fia, como tu tá? E meus netinhos?

— Estamos... — Travei por um momento, pensando se devia falar para minha mãe sobre o ocorrido de mais cedo, mas achei melhor não. Estamos bem, tudo certo por aqui. — Mal terminei de responder, mas senti um certo olhar de reprovação da minha sogra e sorri amarelo para a mesma que arqueou as sobrancelhas e se virou para Sarah. Não consegui prestar atenção na conversa delas uma vez que Mainha disparou a falar, só reparei quando minha sogra passou por mim, deixando um carinho em minha barriga, mas me mantive focada na conversa com minha mãe, lhe dando apenas um sorriso.

— Que bom, mia fia! Ah, deixe eu lhe falar, como decidi de última hora ir com seu irmão ao trabalho, não conseguimos passagens, então, optamos por ir de carro. Fechamos parceria com aquela companhia de sempre, saímos hoje pela noite.

— De noite? — Confrontei deixando claro em minha voz que não aprovava aquela ideia, sempre fui contra pegar estrada a noite, por menor que seja a distância a ser percorrida.

— Juliette, eles são profissionais, eu te ligo ou ligo para Sarinha assim que eu chegar lá, prometo! — Naquele instante senti um estranho aperto no peito, mas associei ao estresse que passei hoje mais cedo, precisava descansar.

— Não vou nem tentar convencer a senhora do contrário, mais cabeça dura que a senhora, só a Sarah véia sonsa... — Provoquei minha esposa, que me olhou com uma falsa indignação e eu lhe dei língua, como uma criancinha de cinco anos.

— Ainda bem que você sabe, essa é minha fia, só que de outra barriga mesmo! — Rimos juntas e logo fomos nos despedir, mas quando Mainha disse que me amava eu novamente senti meu coração disparar, mas ainda assim, também disse que lhe amava e reforcei para que a mesma nos mantivesse avisadas de cada passo da viagem., associando as sensações a uma provável ansiedade, minhas emoções realmente estão cada dia mais à flor da pele.

Quando eu desliguei o telefone, reparei que minha sogra não estava mais no ambiente.

— Onde ela foi? — Questionei Sarah que me encarava com uma expressão vazia

— Não sei, meu amor. Só sei que fiquei extremamente preocupada com você! — Disse se aproximando e me dando um beijo na testa, enquanto fazia um leve carinho em minha nuca. — Ou melhor, vocês. — Corrigiu se ajoelhando para deixar um beijo na minha barriga, acariciando-a.

Eu amava ver a preocupação de Sarah comigo renascer, mas eu não queria que isso fosse apenas por estarmos grávidas. Sei que filho nenhum segura casamento. Então tentei parecer gelada, uma vez que não sabia o que pensar ainda sobre Sarah e eu como casal, não podia simplesmente fingir que todas as coisas haviam acontecido nos últimos dias, precisava me blindar do que poderia vir a seguir.

— Vai ficar com a sua família hoje ou tem algo mais importante, como de costume? — Me senti um tanto maldosa com aquela frase, mas era necessário para que eu não me machucasse.

— Nossa, Juliette, o Gil é nossa família também. Não é como se eu tivesse abandonado vocês... — Ela disse se levantando e eu vi seus olhos marejarem. Eu odiava deixar Sarah triste, mas ela também não pensava o quanto me machuca com essas pequenas atitudes precipitadas que sempre tinha. A mesma se afastou, ficando de costas para mim, que ao perceber que, talvez, tivesse, de fato, pesado a mão, me aproximei e a abracei por trás.

— Me desculpa... São os hormônios... — Eu disse fazendo um biquinho que sabia que sempre a derretia.

Ela sorriu fraco e se virou para me abraçar. Eu me sentia a mulher mais feliz e protegida nos braços de Sarah. Ela era meu lar.

— Não vou a lugar nenhum hoje.

— Só hoje? — Pergunto manhosa, me aconchegando ainda mais em seu abraço.

— Por mim, eu morava nesse momento, onde eu te abraço e o tempo para


POV Narrador

Tudo parecia tranquilo. As mulheres seguiram o dia entre carícias e chamegos. Ao cair da noite, D. Fátima avisou a nora que já estavam saindo para viagem e a loira pediu que a mesma fosse avisando para ela, além de desejar uma boa viagem.

Sarah e Juliette finalmente voltaram a se conectar e, naquela noite, dormiram agarradas novamente, como se nada no mundo pudesse ser capaz de estragar aquele momento.

Tudo estaria perfeitamente bem, senão fosse por aquela chamada no início da madrugada.

Sarah sabia das regras. Regras, são regras Ela fora avisada. Mas ao descumpri-las, sofreria a punição pela violação do trato.

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Eitaaaa minhas luas! As morcegas voltaram à ativa. Demorou mas chegou e estamos nos dedicando ao máximo para que a fic tenha atualizações mais constantes. 

Desde já sentimos muito pelas lágrimas dos próximos capítulos.

- Batgirls 

Não olha assim pra mim - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora