Capítulo 11: Passado

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(Sugestão de música: Hold on - Chord Overstreet) 

POV Sarah

Peguei o celular e fiz uma ligação rápida à minha mãe, dizendo-lhe o mesmo que contei a Juliette, era horrível mentir para as mulheres da minha vida, mas era necessário, pelo menos até que algo se organizasse melhor na minha cabeça e nas minhas decisões.

Queria correr pro colo de ambas e pedir ajuda, principalmente levando em conta que minha mãe ainda trabalha como policial e poderia me dar todo o apoio do mundo, porém o medo de expô-las novamente ao perigo grita mais alto, mesmo após tantos anos do último problema que trouxe para a vida de ambas.

— É melhor me recolher e repensar as estratégias... - falei para mim mesma indo ao andar de cima para organizar uma mochila com algumas coisas, suficientes para passar uns dois ou três dias na casa de Gil, talvez houvesse alguma solução para esse problema e ele poderia me ajudar a encontrá-la.

Quando finalmente terminei de arrumar minhas coisas, minha esposa saiu do banho, vestida com um pijama que a deixava a coisa mais adorável do mundo, ainda mais somado ao biquinho que havia se firmado em seu rosto. Manhosa como sempre - pensei, me aproximando para sentir seu cheiro, mas percebi sua recusa e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouvimos o interfone.

— Sua sogra chegou...

— Vou abrir, vá tomar banho - foi em direção a porta do quarto - deixa que eu cuido da Oficial Abadia.

Simplesmente a obedeci, tomando um banho mais demorado do que o planejado e me vestindo adequadamente para sair aquela noite.

Desci com a mochila na mão e o coração na boca, minha mãe já estava assistindo televisão, enquanto Juliette cochilava em seu colo. Ninguém resistia a manha de Juliette e ao colo de minha mãe, ainda por cima quando ela vinha fazer cafuné, senti vontade de permanecer ali, mas simplesmente não podia.

— Oi mãe, obrigada por vir, como eu te disse, o Gil não está legal, então, vou lá dar uma força mas não queria deixar a Ju sozinha... - falei quase que sussurrando para não acordar minha esposa, porém, a entonação triste de minha fala não passaria despercebida por D. Abadia.

— Tá tudo bem filha, a Ju é a minha outra filha, então, não é problema nenhum ficar com ela, na verdade, é um prazer, mas não entendi muito bem essa história. Você parece estranha. Está tudo bem?

— É.. TaSimMãe - disse desviando o olhar, droga, agora eu estava ferrada, era impossível esconder qualquer coisa de mães no geral, complica ainda mais quando sua mãe é profissional em detectar mentiras e te conhece como a palma da própria mão.

— Sarah Carolline, olha pra mim. O que está acontecendo? - diz isso com aquela tradicional arqueada de sobrancelhas que toda mãe faz e nós simplesmente engolimos seco, fui "pega no pulo".

— Mãe estou com.. - estava prestes a me entregar, mas neste momento Juliette começa a se mexer manhosa no colo de minha mãe e encerro o assunto bruscamente, a última coisa que eu precisava era de mais um desentendimento com minha amada - Vou indo, se vocês precisarem de qualquer coisa, me ligue!

Depositei um beijo na bochecha de minha mãe e um na testa de Juliette. Apanhei minha mochila, as chaves do carro e segui em direção à casa de Gil.

Dirigi tranquilamente para a casa de meu amigo, que não morava tão longe, além de não ter mais trânsito naquele horário. Estacionei tranquilamente em uma vaga em frente a garagem e desci do carro com minha mochila nas costas, caminhando até a porta de meu amigo e tocando a campainha.

Não olha assim pra mim - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora