Capítulo X

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Vcs conseguem me desculpar pela demora?
Tenho tanta coisa pra fazer, estou com muita responsabilidade e tudo isso levou a um grande bloqueou meu. Sinto muito por tudo, sempre que eu puder apareço aqui ❤️

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A vida na audácia era melhor do que eu poderia imaginar. Eu me sentia em casa e, por várias vezes, me peguei querendo sorrir, coisa que raramente acontecia. Fiz amizade com várias garotas, e alguns garotos também.

Dificilmente eu andava sozinha, apesar de apreciar um momento meu. O classificar estava acirrado, já que Anary estava em segundo lugar, quase empatada com Mikey, e os dois pareciam querer derrubar meu trono de primeiro lugar. Não fiquei chateada, afinal, isso era uma competição e apesar de considerar os dois meus amigos, eu não facilitaria em nada. Se dependesse de mim, ninguém me tiraria do primeiro lugar.

Aparentemente, o primeiro lugar tinha privilégios, como a maior atenção de Quatro e Eric. Era por isso que eles pegavam muito no meu pé ou só me analisavam bastante, tenho certeza.

De uns dias pra cá, Eric e Quatro começaram a maneirar nas provocações e na competição entre eles, e eu reparei nisso, mas não me importei. Nada sobre eles me importava além dos ensinamentos que eu muitas vezes, guardava para mim mesma tentando melhorar ainda mais.

Nesse exato momento, eu estou com um grande pedaço de bolo de chocolate nas mãos enquanto escolhia uma mesa para me sentar.

Enquanto passava por alguma das mesas, pude ouvir Chistina falando não tão baixo assim, enquanto me encarava sem o mínimo de filtro:

— Eu não gosto muito da Dakota, ela parece um Eric 2.0. A diferença é que ele é muito pior que ela.— Claro que eu fiz questão de virar na direção dela e sorrir sarcástica, não me importei com a comparação, apenas quis mostrar que realmente era recíproco. Se ela não gostava de mim, quem sou eu pra gostar dela?

Virei as costas novamente, andando até uma mesa ao fundo, onde meus amigos estavam. Me sentei entre Anary e Jeorghia, Mikey e Robert ficaram a minha frente.

Em segundos, a mesa se encheu de conversa. Quase que eu não podia ouvir meus próprios pensamentos e, contraditória a mim mesma, me coloquei em uma conversa despreocupada com os outros anunciados. Desde que entrei na audácia, me sentia mais comunicativa, como se estivesse em casa.

— Terá uma festa hoje, no andar de baixo. — Anary comentou, Jeorghia ficou vermelha e comentou:

— Quero ficar com algumas garotas hoje, preciso de ajuda pra escolher algo sexy, mas não vulgar.— Eu olhei pra ela e perguntei:

— Tem alguém em mente? — Ela encarou Endy, uma garota ruiva da mesa da frente. Endy era uma nascida na audácia e, aparentemente, gostava de farra já que estava quase subindo na mesa.

— Ela é linda.— Anary comentou.

— Talvez, seja demais pra mim?— Jeorghia estava mais vermelha que antes, coisa que poderia ser facilmente notada sobre sua pele branca.

— Nem pensar, ela seria uma boba se não quisesse você. Vai nessa.— Concordei com Mikey.

— Sem frescura, você consegue. — Eu disse enquanto voltava a comer meu bolo.

Senti Jeorghia me abraçar com um sorriso no rosto, não abracei de volta me sentindo desconfortável.

— Obrigada, vocês são os melhores.

— Tá bom, a gente já sabe.— Segurei mais um sorrisinho, sem olhar pra nenhum deles.

Meu olhar se encontrou com Quatro, ele me encarou e, com um sorriso de lado, colocou uma batata frita na boca. Eu segurei seu olhar intimidante por alguns segundos, antes de abaixar e encarar meu prato como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Meu rosto começou a corar, senti vergonha então levantei da mesa.

— Dakota, o que você tá fazendo?— Jeorghia pareceu confusa.— Vai pra onde?

— Eu só vou dar uma volta, nos vemos depois, tudo bem?— Ela acenou que sim e eu comecei a andar pra longe dali.

Os dois líderes sabiam como mecher comigo e eu não podia dizer para mim mesma que aquilo não era nada demais, porque era. Eric e Quatro estão demonstrando interesses misteriosos sobre mim e eu precisava me cuidar quanto a isso.

Na frente deles, eu quase me esquecia como se anda. Me esquecia de respirar e parecia ainda mais desengonçada e atrapalhada que o normal.

Andei pelos corredores da audácia, estavam escuros mesmo que fosse de dia mas, com o tempo, aquilo não mais me incomodava. Tudo ali era parte de mim, eu já conhecia tudo com a palma da minha mão.

Uma mão me puxou para dentro de outro corredor, esse mais escuro que os demais. Ofeguei assustada, tentando me livrar das mãos misteriosas. Seja quem for tinha me imobilizado perfeitamente.

Respirei pesado, sentindo a parede gelada e rochosa em minhas costas. Fechei os olhos enquanto me debatia.

— Ei, sou eu número um.— Ouvi a voz de Eric, e não, aquilo não acalmou, só me fez abrir os olhos e parar de me debater. Meu coração pareceu querer sair pela minha garganta com a proximidade, a parede estava em minhas costas e seu corpo me prendia nela.

Ele afastou suas mãos do meu corpo devagar, vendo se eu ia tentar gritar de novo. Não gritei, mas tive vontade.

— O que você está fazendo?

— Quero conversar.

— Não poderia, sei lá, ter me chamado ao invés de quase ter tentado me raptar a força?

Claro que a ideia de ser sequestrada por ele não era tão ruim assim, mas ignorei esse pensamento idiota.

— Qual seria a graça disso? — Ele sorriu malandro, eu revirei os olhos.

— O que você quer, líder?— Ele pareceu gostar de ser chamado assim, pude sentir seu braço se arrepiar. Até eu me arrepiei.

Ele colocou sua perna direta entre as minhas, me imobilizando ainda mais que antes. A tensão entre a gente era palpável, sua voz rouca tendo ligação direta com as borboletas no meu estômago. Droga!

— Daqui alguns dias teremos o caça bandeira, preciso que tome cuidado depois disso.

— O que?— Franzi o cenho, confusa.

— Se vencer, você ficará quase invencível no placar. Seus concorrentes não irão gostar disso.— Senti seu hálito muito perto, seu nariz quase encostava no meu e ele parecia olhar muito pra minha boca enquanto falava. Eu não estava muito diferente.

— Não podem fazer nada contra mim.— Sussurrei, próxima a ele.

— Se continuar pensando assim, será morta. Tenha cuidado, número um, a audácia não se chama assim por poucos motivos.

— Por que se importa?— Ele se aproximou ainda mais, senti seu corpo no meu, colado. Algo pareceu ganhar vida lá embaixo, isso me deixou ainda mais desesperada pra beijar ele...claro que eu não faria isso, nunca, nem pensar.

— Por que você é nossa favorita.— Sussurrou no meu ouvido, seu hálito me lembrando a menta, sexo e tudo que pode ser proibido.

Não consegui raciocinar muito bem, então respirei fundo e tentei processar melhor suas palavras. Coloquei a mão em seu peito o afastando minimamente, e disse a primeira coisa que me veio na mente:

Nossa?— Ele sorriu diabolicamente, se afastou, colocou as mãos no bolso da calça e saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Quando ele se foi, arrastei minhas costas na parede até o chão. Ele realmente quis me deixar assim, sem estruturas.

DIVERGENTE- Arma LetalOnde histórias criam vida. Descubra agora