O Tesouro dos Irmãos Riddle

Capítulo 10

P.O.V Mattheo

Eu e Tom estávamos sentados no sofá da sala de nossa casa, esperando nosso pai vir nos receber. Nós sabíamos oque ia acontecer, a tensão era absoluta, estávamos um de frente para o outro as vezes nos olhávamos, as vezes só dizíamos o quanto odiávamos a situação. A sala estava tão silenciosa, com o clima tão pesado que era como uma tortura, como dois carneiros esperando para o abate e uma única pergunta passava pela minha cabeça

-Você e a SN foderam?

-Ontem!_ Me respondeu simples

Eu sabia que isso ia acontecer, Tom me disse que ia acontecer. Ele estava apaixonado, a coisa mais patética que eu já ouvi Tom dizer, mas francamente eu não o culpo. Porém não podia deixar de sentir ciúmes, a ideia de outro homem sem ser eu a tocando, posso não ter sido o primeiro, mas eu devia ter sido o último

Eu amo Tom, ele é meu irmão. Mas não sei se seria capaz de dividi-la com ele. Achei minha paz com ela, não entendia como alguém podia ser tão compreensiva comigo e Tom, estávamos quebrados, não havia nada dentro de nós, nada até agora. Nada até ela chegar com sua filosofia, sua psicologia, seu coração grande o suficiente para nós dois e seus olhos lindos e receptivos

-Deixei ela no quarto pela manhã para que ela pudesse pegar o trem_ Ele completou

-Que gentil da sua parte_ Debochei

-Cale essa boca, foi apenas uma cortesia_ Respondeu agressivamente a minha provocação desviando o olhar para a entrada da sala a fim de evitar contato visual

-Não sabia nem que você conhecia o significado da palavra. Você não costuma ser cortês com as garotas com quem você fode

-Ela não é qualquer garota, Mattheo, acho que você sabe bem oque quero dizer_ Concordei com a cabeça sem dizer nada, eu não sabia oque eu poderia dizer. Estava tentando conter o ciúme que crescia em mim, que me corroía por dentro como a pior das bactérias

-Não pretendo dividi-la, Tom

-Nem eu_ Fiquei incrédulo com a simplicidade a qual ele me dizia que queria tomar de mim SN, ela era minha desde o primeiro momento, o primeiro toque, tudo nela era perfeito para mim

-Então acho que chegamos a um impasse_ sorrimos sarcásticos um para o outro. Ele estava pensando em algo, algum jeito de contornar a situação e ficar com ela apenas para ele, eu sabia quando aquela mente diabólica estava tramando algo- Sabe que ela é incapaz de escolher, não sabe?

-Sei. Ela provavelmente iria chorar, dizer que não pode escolher porque ama os dois e no final não ficaria com nenhum para não magoar ninguém, chega a ser ridícula de tão justa e poética_ Ele fala deixando uma curvatura facial se formar, algo assemelhável a um sorriso, se é que Tom sabia sorrir

-Oque te garante que ela não vai me escolher?_ Ele revirou os olhos e parecia me ignorar- Afinal de contas, eu fui o primeiro a falar com ela, eu vou aos seus treinos de quadribol, eu fui o primeiro dela..._ E então seu olhar recai sobre mim com uma certa fúria mas ele mantinha sua postura impecável, apenas alguns poucos detalhes podiam denunciar sua raiva; Sua mandíbula cerrada, tão forte que parecia que iria trinca-la a qualquer momento, uma veia saltou em seu pescoço e seus olhos que miravam como se quisesse me matar, um de seus punhos se fechou sobre seu colo como se ele quisesse me socar

-Mentira_ Ele cerrou os dentes e eu acendi um cigarro tentando fazer a expressão de deboche sobrepor a de ciúmes. As provocações verbais eram o ponto forte de Tom, o jogo no qual ele se sentia em casa ao jogar, e eu o venceria em seu próprio tabuleiro

-Pergunte a ela quando voltarmos a Hogwarts. Você devia ver como ela gemia, como as pernas dela tremeram depois e o rostinho dela depois, ah como era lindo; As bochechas dela estavam vermelhas, os olhinhos brilharam quando ela gozou. Fiz um corte bem aqui..._Indiquei na clavícula com os dedos-Não vejo a hora de ver a cicatriz naquela pele perfeita_ Seus olhos ficaram com sangue e ele afundou as unhas na palma da mão, mas antes que ele pudesse fazer algo ouvimos passos vindo pelo corredor, nos encaramos enquanto o som se aproximava, como dois predadores em uma luta fatal e silenciosa