Capítulo 39

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ATENÇÃO
Este capítulo contém BDSM não é recomendado para menores de dezoito anos

-Senhor Mattheo Avery_ A atendente da clínica nos chamou, a sala de espera estava quase vazia, era silenciosa e clara com muita luz natural dando uma sensação de conforto para quem ia se consultar, nos levantamos e seguimos a mulher até um consultório onde uma médica nos esperava

-Muito prazer, eu sou a Doutora Daniella, você deve ser a SN_ A ruiva alta e simpática estica sua mão para mim e eu a cumprimento

-Sou eu sim, este é o Mattheo e esse é o Tom...irmão do Mattheo

-Bom, pelo oque eu entendi da sua carta vocês estão procurando tratamentos alternativos para diabetes

-Sim, mais especificamente uma alternativa definitiva, mais especificamente o transplante de ilhotas

-E como é o procedimento?_ Tom perguntou sério, ele estava visivelmente tenso e olhava para a médica com tanta intensidade que a mulher nem mesmo devolvia o olhar

-As células ilhotas podem ser separadas do pâncreas de um doador morto. Essas células então são transplantadas ao injetarmos em uma veia que vai até o fígado. As ilhotas se alojam nos pequenos vasos sanguíneos do fígado, onde podem viver e produzir insulina. Ás vezes são feitas duas ou três transfusões, então exige dois ou três doadores mortos, oque acaba por ser uma das dificuldades do procedimento

-E os riscos de rejeição?_ O mais velho indagou

-Teremos que usar medicamentos para inibir o sistema imunológico incluindo corticosteroides, tudo isso para ajudar a reduzir o risco de rejeição

-Mas ainda haverá um risco

-Em qualquer tipo de transplante há um risco de rejeição

-E quais são as taxas de sucesso deste procedimento?

-Vejo que pesquisou bastante, senhor Avery!

-É da saúde do meu irmão que estamos falando aqui. Agora, quais são as taxas de sucesso desse procedimento?

-O transplante de células das ilhotas é mais simples e mais seguro do que o transplante de pâncreas e cerca de setenta e cinco por cento dos indivíduos que recebem um transplante de células das ilhotas não precisam mais de insulina após um ano e talvez até por muitos anos. No entanto, o sucesso de longo prazo do transplante das células ainda não foi provado_ Mattheo agarrou minha mão com força, ele não dizia nada e parecia nervoso enquanto Tom fazia perguntas que eu se quer tinha cogitado fazer

-Mas e as complicações?

-Como eu já disse, a rejeição pode ocorrer. Os médicos detectam a rejeição medindo os níveis de açúcar e de proteína chamada hemoglobina A1C no sangue. Outras complicações resultantes do procedimento são sangramento e coágulos de sangue nas veias que levam para o fígado

-Está me dizendo que é um procedimento a curto prazo sem eficácia comprovada e com altos riscos?

-É um procedimento com menos riscos que um transplante!

-Não!

-Como assim, não?_ A médica perguntou preocupada, achando que ofendeu a um de nós

-Obrigado pelo seu tempo, mas não vou arriscar a vida do meu irmão


Já fazia uma hora que havíamos voltado para nosso quarto de hotel e do momento em que a porta da frente se fechou, Mattheo e Tom estavam envolvidos em uma discussão acalorada sobre Tom tomar decisões sobre Mattheo e ele não gostar disso, ambos haviam se trancado em um cômodo privado do nosso quarto para que eu não tivesse que presenciar a discussão

Enquanto isso eu estava no sofá da nossa suíte olhando para o teto e pensando que arruinei nossa Lua de Mel quando ela mal havia começado, algumas batidas na porta chamam minha atenção e me levanto rapidamente para atender a mesma

-Foi aqui que pediram serviço de quarto?

-Foi sim, pode entrar!_ A gentil atendente do hotel empurra um carrinho de serviço para dentro do cômodo o deixando perto do móvel onde eu estava deitada anteriormente

-Posso ajudar em mais alguma coisa?_ Ela pergunta no exato momento em que um som de algo quebrando em estilhaços ecoa no meio da discussão dos dois irmãos

-Não, muito obrigada!_ Esperei alguns minutos até que as vozes abafadas pelas paredes se acalmassem e bati na porta de leve


P.O.V Tom

-Você não pode continuar tomando decisões importantes da minha vida_ Mattheo esbravejou

-O que você quer dizer?

-O que eu quero dizer? No dia em que eu voltei dos mortos foi o dia do meu casamento, eu tinha literalmente acabado de ressuscitar!

-Está dizendo que se arrepende de ter se casado?

-Mas é claro que eu não me arrependo, estou dizendo que não era daquele jeito que eu queria que fosse, eu queria tê-la pedido, queria ter visto ela se esforçando para não nos dizer como é seu vestido de noiva, queria ter escolhido o bolo com ela e eu perdi tudo isso

-Ah, coitado do Mattheo, ressuscitou e não tinha uma festa de boas vindas para te receber. Faça-me o favor, você é o que menos sofreu aqui. SN perdeu o pai, um dos irmãos, e a melhor amiga, ela e George passaram semanas isolados de tudo e todo mundo, e eu tive que passar pela porra do luto de perder você sozinho, porquê a mulher da minha vida precisava de espaço enquanto a única coisa que eu precisava era ela. Tive que passar quatro anos a vendo se perder na melancolia quando lembrava de você. Não se engane Mattheo, você é meu irmão mas traze-lo de volta apenas valeu a pena pela felicidade dela

-Mas que merda, Tom!_ Mattheo arremessa um vaso na parede logo atrás de mim- Eu morri por ela

-Você ia morrer de qualquer jeito, você apenas estava no lugar certo e na hora certa. E acredite em mim, se tivesse visto o quão quebrada ela ficou depois daquele dia, não estaria orgulhoso por ter feito oque fez_ Nós ficamos em silêncio, o clima ficou absurdamente pesado, o estresse parecia palpável no ar-Mattheo...

-O que?

-Somos adultos, e brigar agora não vai adiantar nada. Faça oque você quiser, eu sou seu irmão e isso não vai mudar agora. Mas se você morrer saiba que eu não vou traze-lo de volta uma segunda vez_ Mattheo veio até mim e me abraça meio desleixado pelo estresse momentâneo

Em seguida ouvidos batidas contidas na porta, por um momento esquecemos que SN estava na sala do outro lado da porta, quando a abrimos a mesma está com um carrinho de serviço do hotel com um bolo de aniversário e uma garrafa de champanhe dentro de um balde prateado de gelo

-Sei que vocês estão meio estressados, mas ainda é o aniversário do Mattheo...e eu trouxe um bolo_ Senti meu coração derreter apenas com a sua fala

  SN tinha uma inocência que faltava em mim e Mattheo, uma inocência de quem teve uma infância feliz e que não presenciou metade das atrocidades que nós vimos e fizemos e esse era um dos motivos para que tudo fosse harmônico entre nós, por isso ela era nosso porto seguro

Mesmo nos momentos mais caóticos e tenebrosos ela ainda tinha um fio que esperança que nunca se rompia e mesmo que ela não pusesse transferir tamanho otimismo para mim e meu irmão, esta mesma linha começava a rodear a nós, e ouso dizer que esse mesmo fio era o que garantia que mesmo nas noites mais escuras, nos dias mais estressantes e nas situações mais difíceis, nós nos encontraríamos, e iríamos permanecer juntos.

  Nós já pertencíamos a ela, não precisa ser nenhum gênio para saber disso e não precisa ser nenhum vidente para saber que nós sempre iríamos pertencer a ela. Não é atoa que apenas ela conseguiria fazer oque fez;  colocar eu e Mattheo juntos em quarto com chapeuzinhos de papel coloridos para cantarmos uma música de aniversário para ele como se não tivéssemos acabado de sair de uma briga

-Faça uma pedido_ Ela disse animada antes que meu irmão pudesse assoprar as velas, ele fechou os olhos por alguns segundos e em seguida apagou as chamas dos pavios 

-O que você pediu?

-Eu pedi-

-Não! Não pode dizer oque você pediu ou não vai se realizar_ Mattheo sorriu para SN e se conteve em dizer oque havia pedido, então resolvi me pronunciar

-Eu tenho algo para você, SN disse que seria um bom presente de aniversário. Demorou algum tempo para ficar pronta, tive que levar ao Olivaras já que estava rachada, mas agora está em perfeitas condições de uso_ Entreguei uma caixa comprida de veludo preto para Mattheo, quando ele a abriu parou por alguns segundos alternando o olhar entre mim e nossa esposa

-Vocês... É de verdade? É a porra da Varinha das Varinhas?

-É sim, você conquistou a lealdade da varinha quando matou seu pai, ela é sua Mattheo_ SN disse com doçura para ele

-Tom...

-Sim...

-Você confia em mim com um artefato mágico de tamanha importância?

-Não mesmo, mas não é como se você fosse sábio o suficiente para planejar e executar um golpe de estado no mundo bruxo, então minha alma está em paz


P.O.V SN

Depois de partirmos o bolo, passamos longos e infindáveis minutos conversando e o céu já adquiria um tom arroxeado da noite atravessando as amplas janelas que nos davam uma visão privilegiada não apenas do Cristo Redentor mas também do Pão de açúcar

Fazia muito tempo que eu não tinha aquela vista, a ultima vez que pus meus pés no Brasil foi para o enterro de Eliza e não era exatamente essa a recordação que eu queria levar de lá, então fiquei feliz quando Mattheo sugeriu e Tom aceitou que substituíssemos a glamorosa e pacifica França pelo caótico porém lindo Brasil

Estar em uma vista panorâmica e privilegiada como aquela me fazia entender porquê existem tantas obras exaltando o país e também compreender de que elas nunca seriam o suficiente. Senti dois braços pesados circulando minha cintura e um queixo se apoiando em meu ombro

-Está vendo, Minha Lady? Tudo oque o sol toca, será seu um dia!_ Surpreendentemente a referencia a um filme trouxa havia vindo de Tom e isso apenas deixou a frase ainda mais engraçada

-Quem tem a varinha das varinhas é Mattheo

-Não preciso de uma varinha para conquistar o mundo, não quando você é minha motivação

  Tom beijou minha bochecha, em seguida meu maxilar e foi descendo para meu pescoço, seus dedos subiram pela lateral do meu vestido o qual as costas eram vazadas e a abertura se estendia até o meio da minha cintura sendo que toda a peça se mantinha no meu corpo apenas por um laço na parte traseira dos meus ombros e elástico do vestido que se apertava em meu quadril

Uma das mãos agarrou meu pescoço me fazendo arrepiar com o frio dos anéis de prata em seus dedos virando o pescoço para si e selando nossos lábios com carinho e devoção, senti um arrepio pela espinha que era típico de quando aparatávamos e quando abri os olhos eu já estava em nossa cama com os meus dois maridos a minha frente

-É seu aniversário, pode fazer as honras

-Não, pode começar. Quero ela quando já estiver pronta para mim_ Tom sorriu e veio na minha direção retirando a blusa e desafivelando seu cinto

Se ajoelhou na minha frente e ergueu meu tornozelo o apoiando em seu ombros, senti seus dentes beliscarem minha pele logo em suas iniciais me causando um susto, ambas as suas mãos agarraram minhas coxas com força e me virou na cama erguendo meu quadril

  Sua mão deslizou pelas minhas costas e desfez o laço do meu vestido e com o auxílio da outra rasgou a saia do mesmo em seguida o jogando longe, sem perder tempo Tom afastou minha calcinha para o lado e deslizou a língua misturando ambas as umidades, o moreno ficou com o rosto entre as minhas pernas até que eu gozasse e quando o fiz ele continuou no mesmo ritmo até que eu meu orgasmo acontecesse de novo e de novo

-Tom..._ Meu gemido foi quase um choramingo, eu estava muito sensível e ele estava apenas com sua língua em mim

  Quando tentei levar uma das minhas mãos até seus cabelos, ele empurrou meu rosto contra a cama e enfiou dois de seus dedos em mim, minhas costas se arquearam fazendo com que eles entrassem ainda mais

Tom girou seu punho e por um longo minuto o ar me faltou quando eu suspirei arrastado, no momento em que senti que a satisfação estava se aproximando novamente, os dedos são substituídos por seu membro, afundei meu rosto e gemi alto nos lençóis

-Tom, o que acha de fazermos diferente hoje?_ Ouvi Tom soltar uma risada anasalada antes que ele me virasse novamente bem a tempo de ver Mattheo lhe entregar sua faca, o mais velho analisou a lâmina com cuidado e sorriu ao constatar a eficácia de seu corte

-Acho que não preciso enrolar muito, não é Minha Lady? Você já conhece bem essa faca e oque ela pode fazer, aliás, adoraria experimentar usá-la em você. Talvez assim eu entenda a obsessão de Mattheo em te cortar!_ O moreno começou lentamente para se acostumar com a faca, seu corpo se deitou sobre o meu e ele deu um beijo em cada uma das minhas pálpebras indicando que eu deveria mantê-las fechadas

Eu conseguia sentir o metal frio deslizando pelo meu corpo, subindo pela minha coxa com certeza deixando um rastro esbranquiçado por onde passava. Então senti uma dor aguda logo em minha costela esquerda, mas ele foi rápido e preciso ao entalhar sua própria obra de arte em meu corpo

Quando abri os olhos foi no exato momento em que o maior entrou em mim com força, ele segurava minhas mãos acima da cabeça com sua mão dominante as contendo com faca logo em cima das mesmas, eu conseguia sentir a lâmina roçando no meu pulso enquanto meu corpo se movia impulsionado pelos quadris de Tom que mantinham um ritmo constante em que eu conseguia sentir tudo, cada centímetro entrando e saindo de forma tão constante que me arrancava incontáveis gemidos que imploravam por aquilo.

  Novamente a adaga escorregou pelo meu corpo, eu mal havia percebido que havia fechado os olhos novamente para me entregar mais a tanto prazer que chegava a ser doloroso, nossas testas se encostaram e o metal frio se apertou na minha bochecha mantendo meu rosto parado

foi quase como hipnose quando seus olhos focaram nos meus e reluziram como duas pedras preciosas vendo meu corpo se contorcer embaixo dele, os meus  se enchem ao sentir meu peito palpitar e minhas pernas o apertaram mais ainda contra mim, uma das lágrimas escapou porém foi impedida de escorrer pelo meu rosto quando a ponta da adaga a pegou e Tom a levou até os lábios com um sorriso de satisfação.

O Avery afundo o rosto em meu pescoço e seus suspiros e praguejos faziam eu me apertar ao seu redor, eu conseguia ver suas costas largas me cobrindo e se movendo com os músculos tensos, gozei novamente quando Tom aumentou drasticamente seu ritmo ao ponto de me causar um susto passageiro

Quando minhas mãos são soltas reparo que haviam pequenos arranhões com linhas finas de sangue as quais foram gentilmente recolhidas pela língua do moreno, antes de sair de cima de mim deixou um beijo carinhoso na minha testa

-Toda sua!_ Mattheo sorriu e já sem suas roupas veio movimentando sua nova varinha a medida em que meus pulsos eram envolvidos por cordas que desciam até meus tornozelos e os prendiam ali limitando meus movimentos a abrir e fechar as pernas, Theo se colocou entre meus membros inferiores e em seguida nos virou me deixando por cima, colocou as mãos atrás da cabeça e se confortou nos travesseiros para ficar atento aos meus movimentos, minha sensibilidade estava óbvia com o som obsceno dos nossos quadris se batendo

-Ah, Meu Bem...continue assim, eu estou quase_ Mattheo segurou minhas pernas com força e se sentou na cama, sua boca foi até meu peito, a ponta dos seus dedos deslizou lentamente sobre o desenho de Tom e sorriu antes de seu rosto se contorcer indicando seu orgasmo. Coloquei as mãos em seu peito e estava pronta para sair de seu colo, porém Mattheo segura minhas pernas- Ainda não Benzinho, quero que goze na minha boca

  Mattheo segura meus joelhos e escorrega na cama ficando com o rosto no meio das minhas pernas, remexi meu quadril em seu rosto. Meus pulsos se soltaram das minhas pernas e imediatamente minhas mãos foram para seus cabelos aproximando ainda mais sua boca de mim, minhas coxas apertaram seu rosto por uma reação de mais um orgasmo

Ainda não satisfeitos Tom e Mattheo me deixaram de pé apoiada nos ombros do caçula já que o mais velho estava atrás segurando minhas pernas para me dar estabilidade, eram movimentos simultâneos os quais me permitiam ficar preenchida o tempo todo, o peito dos dois estavam escorregadios pelo suor, eu já havia perdido a conta dos meus orgasmos, minhas pernas estavam dormentes e eu apenas sentia os espasmos.

Minutos depois havíamos voltado para a cama, mas desta vez para tentar recuperar nossas respirações, Tom deitou no meu peito e Mattheo na minha barriga me fazendo dividir a atenção entre os dois que surpreendentemente pegaram no sono antes de mim


Na manhã seguinte eu acordei com o café da manhã na cômoda ao lado da cama com pequeno frasco de líquido azul, sendo esse o primeiro item que ingerir antes de me levantar, o quarto estava vazio, então fui até o banheiro para tomar um banho demorado e me vestir logo em seguida

Porém assim que sai do chuveiro parei na frente do espelho e vi que o desenho que Tom havia feito em mim foi um simples e delicado coração logo em minha costela, o entalhado já não doía como na noite anterior, então me vesti e sai para o quarto silencioso para tomar meu café da manhã com tranquilidade, o que não durou muito tempo já que a porta se abriu com brutalidade e Tom entrou indignado com o rosto machucado e a mão suja de sangue

-Tom, oque aconteceu?

-Ele bateu em um cara que tentou assaltar ele!_ Mattheo respondeu ao fechar a porta, Tom se sentou na cama e eu segurei seu rosto para analisar o ferimento

-Tom, você não pode reagir a um assalto_ Aproximei meus dedos de sua testa e com auxilio de um pouco de magia seu ferimento começou a se fechar

-Eu não reagi a um assalto, reagi á um ser petulante que teve a péssima escolha de tentar me roubar. E você devia se preocupar com Mattheo, ele não está raciocinando bem

-Mattheo...que roupa é essa?_ Perguntei vendo ele sem camisa com uma bermuda vermelha com detalhes brancos, seu celular apoiado no elástico da roupa e um óculos de sol com a lente colorida

-Eu vou virar Mandrake!

-Tom, acho melhor nós voltarmos para a Inglaterra


Espero que tenham gostado do capítulo de hoje
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Até Amanhã
Beijos da Baby

O Tesouro dos Irmãos RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora