••Prelúdio

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Houve um mundo em que os humanos eram fracos, mesmo estando no topo da cadeia alimentar, uma doença sem cura acabou dizimando todas as vidas na Terra. Restando apenas alguns poucos animais - dentre eles os lobos, espécie que sobreviveu até mesmo a Era do Gelo.

Em um lugar em que nenhuma pessoa era capaz de chegar e até mesmo ver, haviam seis deuses, responsáveis por toda a vida em torno daquele mundo azul. Todos passavam horas e mais horas admirando os humanos e se encantando com as coisas fúteis da vida daqueles seres tão insignificantes, que se achavam os mais sábios dentre o universo. Mas seu entretenimento foi retirado em um piscar de olhos, por algo tão banal que nenhum deles se deu conta de tamanha gravidade.

Com a recente perda, os seis se reuniram mais uma vez no meio do universo inexplorado, entrando em um novo consenso e criando novamente a vida, porém daquela vez, notando como os lobos haviam conseguido resistir por anos, sem serem afetados pela doença, os deuses decidiram recriar os humanos, agora muito mais fortes e com o animal poderoso dentro de si.

Cada deus criou três humanos, colocando características distintas, tudo a seu bel prazer.

O primeiro Deus fez todos com o maior cuidado, foi o que mais se dedicou ao seu trabalho, se orgulhando de criar aqueles com o poder de gerar vidas e de atrair os demais ao seu redor. Um deles era completamente dócil e gracioso, sendo a personificação do que seu próprio nome dizia, era como uma pétala de uma rosa rara, extremamente frágil e até mesmo seu cheiro era mais doce. O segundo era o oposto: mais forte, corajoso e seu cheiro era o mais atraente e imponente, este foi chamado de ômega lúpus. Já o terceiro, ficou no meio daquela balança, trazendo o equilíbrio para a classe, na medida certa dos dois extremos.

O segundo Deus apenas revirou os olhos com todos aqueles cuidados, para si, era uma perda de tempo, por isso fez os três humanos exatamente iguais, os chamando de alfas. Estes eram fortes, teriam uma presença marcante e seus lobos seriam indomáveis, tomando o controle do corpo quando desejassem. Porém no último minuto, o Deus resolveu tirar um pouco do poder de dois deles, os deixando mais fracos, justamente para que houvesse equilíbrio no novo mundo. Conhecia muito bem a sede de poder do ser humano, não iria permitir que eles novamente estragassem sua diversão. Restando assim, um lúpus e duas alfas.

O terceiro Deus fez os seus humanos o mais perto do que conhecia da antiga raça, deixando os lobos dentro deles serem apenas filhotes que, com o passar do tempo, despertariam se a pessoa treinasse. Dentre os três, fez apenas duas classificações: dois betas lúpus e um beta. Não desejando para eles cios que os deuses anteriores já haviam feito, era algo animalesco demais para si.

O quarto Deus criou os deltas semelhantes aos alfas, mas apenas em suas mentes, sendo extremamente territorialistas e agressivos. Porém, estando na presença do alfa lúpus, este o obedeceria, seria seu braço direito caso fosse necessário.

O quinto Deus fez a mistura dos betas com os ômegas, não colocando características marcantes dos lobos para não o prejudicar. Fazendo assim, os gamas como uma classe superior aos demais.

Já o sexto e último Deus entrou em consenso com o primeiro e criou os sigmas, o par ideal para os ômegas. Eles iriam cuidar e amar seus ômegas, fazendo todos os tipos de coisas que seu parceiro desejasse; criariam ninhos juntos, andariam um ao lado do outro e o sigma defenderia a honra de seu ômega acima de tudo, não deixaria que nenhuma das outras criações se aproximasse.

Com tudo pronto, os deuses enviaram seus humanos para a terra, aguardando que tudo saísse como era planejado e desejado. Em algumas décadas, tudo voltaria a ser divertido de assistir, esse era o pensamento principal dos seres celestiais.

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