D E Z

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Josephine

Eu e Hero fomos para nossa primeira aula do dia, cálculo, assim que entro na sala vou direto para o canto esquerdo no fundo, e me sento colocando a mochila em cima da mesa, e observo que Hero parou perto da minha carteira e da que ele costuma sentar com seu amigo, e ele parecia estar dividido se sentava-se comigo ou com Dan — Que conversava animadamente com um rapaz alto e bonito, e nem notou a chegada do seu amigo —, então Hero escolheu a segunda opção.

— Acho que estou sendo trocado. — Ele resmunga com uma cara emburrada, enquanto senta ao meu lado. Dou uma risadinha por sua cara fechada, e ele me olha, semicerrando os olhos.

— Ah, então você acha isso divertido, me ver sendo trocado na cara de pau? — Ele pergunta, apoiando a cabeça na mão esquerda enquanto mantém a cara emburrada.

— Acho divertida sua expressão emburrada. — Respondo sorrindo, pois agora Hero tentava fazer uma cara séria, e ele ficou tão fofo que me contive para não apertar suas bochechas.

— Não estou emburrado. — Resmunga.

— Ah, está sim. Não precisa ficar assim, você ainda é o melhor amigo dele.

Nessa hora, Dan solta uma gargalhada escandalosa e arregala os olhos e olha para os lados, então vê Hero e dá um tchauzinho com a mão, Hero não retribui, e cruza os braços o encarando com as sobrancelhas erguidas. Dan fica vermelho e olha pra frente.

— Acho que perdi meu amigo mesmo, Jo. — Ela fala com uma voz melancólica.

Até daria risada dele, mas ele parecia realmente triste, então resolvi ficar na minha e Hero manteve a cara fechada até o final das aulas daquele dia. Quando estava indo em bora, ele correu até mim e me segurou pelo braço.

— Quer uma carona? Assim, depois que terminar seu expediente, podemos terminar o trabalho.

Concordo com a cabeça e entro no carro, o caminho é feito em silencio e já imagino o quanto vou ouvir de Zoe e Landon quando eles virem Hero comigo.

Dito e feito, assim que chegamos ele senta-se numa mesa e vou para trás do balcão, sentindo o olhar dos irmãos sobre mim. Nem preciso me virar para saber que estão segurando a risadinha.

Coloco meu avental e vou atender as mesas que nessa hora ficam mais cheias. Anoto pedidos, limpo a bagunça que as crianças fazem, troco pedidos, atendo, limpo de novo, ajudo no caixa e quando chega a hora de fechar, estou um caco, e Hero mantem-se ali, sentado no canto, quietinho, ao longo do dia ingeriu uma grande quantidade de doces que não fui capaz de contar.

— Podemos fazer o trabalho na sua casa mesmo? Não aguento dirigir, comi demais Jo. — Resmunga, com as mãos na barriga. Landon surge de repente, passando o braço pelo meu ombro enquanto mexe no celular.

— Finalmente fechamos, isso aqui estava o caos hoje. Podemos ir, loirinha?

Os olhos de Hero passam lentamente por Landon, desde seu pé até seu braço nos meus ombros, e quando chega nessa parte, Hero fecha a cara e cerra os punhos.

— Ela tem que terminar um trabalho, comigo. — Ele frisa a palavra "comigo".

Landon ergue os olhos e sorri para Hero.

— Ah, Hero, este é o Landon... — Apresento os dois, e Hero ainda mantém a carranca. O rapaz ao meu lado não aguenta e começa a rir.

— Relaxa cara, ela é como minha segunda irmã, só que menos chata. Não precisa me encarar como se fosse me atacar.

Sinto meu rosto ficar vermelho, e olho para Hero, que também está meio avermelhado.

— Eu não...

Besides The Life | HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora