23° Capítulo

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Beatrice Felkin 

— Que cabeça minha — A senhora Audrey falou fazendo nós duas paramos no meio do caminho — O quarto está preparado como eu pedir? — terminar de dizer me mostrando o motivo do seu desespero.

— Sim, senhora — responde Agatha sua governanta.

— Por favor, assim que a senhorita Beatrice se instala em seu quarto. Atribua uma das sua melhores empregadas para o quarto caso ela precise qualquer coisa para quando ela sinta a necessidade de vaguearnas proximidades. 

Ela me dá um olhar, mas se afasta indo por outra direção.

— Por aqui senhorita — a senhora elegante que se chama Agatha que faz jus ao seu modo elegante chama minha atenção pela a grande escada.

Eu viro o meu olhar para a escadaria curva, ampla e opulenta, os degraus de mármore branco com veios pretos para coincidir com o vestíbulo. Subo atrás dela sendo guiado pela a mesma, dobramos vários corredores até chegar a um corredor extenso com uma enorme janela que ia do começo do corredor até o fim, e as portas são enormes.

Ela pára em frente à porta que fica de frente para outra, acabando com a extensão de janelas do corredor. Ela retirou a chave do seu terno e destravou a porta e me entregou a chave após retirá-la quando abriu-se para mim.

Ando para dentro do quarto com tons de brancos por toda parede e não me viro quando a porta se fecha atrás de mim. Tenho muito em minha mente e sei que ela foi providenciar a empregada que será designada para mim. Eu não irei sair desse quarto tão cedo. Mas por agora, nada faz mal pensar nesse modo. Preciso processar o que aconteceu, ou tentar. A senhora Audrey foi muito simpática comigo, o meu medo era de não me sentir bem, mas algo mudou quando atravessei aquela grande porta.

As janelas estão fechadas, mas o quarto é bem arejado, o que não faz tanta diferença quanto a aberta ou fechada. Eu vou para uma das três janelas alinhadas na parede e empurrei para abrir. O meu quarto tem vista para a parte de trás da propriedade que tem uma vasta quantidade de árvores e um vasto campo verde de grama bem cuidada. 

Com isso deixo duas das janelas abertas, apesar de estar frio, porque o quarto tem um cheiro ótimo. Na verdade, a casa toda tem. Um toque suave na porta me faz acordar dos meus devaneios, engato a chave na fechadura para não perder e abro a porta dando de cara com o Peter Cross a pessoa que estava com medo de encontrar.

Na verdade é o peito dele que eu vejo primeiro. Sólido e denso. Ele é enorme por baixo do terno que está vestindo. Todo de preto, da cabeça aos pés. Eu puxo as minhas mãos da maçaneta da porta e dou três passos para trás tenebrosa, tenho medo de olhar para cima. De ver seu rosto. Seus olhos claros são raivosos. Estou apavorada e me tremendo. Ele é um muro de músculo e poder, arrogância com o seu olhar de puro cinismo e descrença.

— Está precisando de alguma coisa? — seu tom de voz o entregou, ele não está aqui plantado em frente ao meu novo quarto interessando de com eu estou-me adaptando, seu totalmente interesse é relativo a sua educação.

Tossi coçando minha garganta seca.

— Bem... Não, estou muito bem, obrigada — agradeci educadamente.  

— Se precisar de alguma coisa é só falar que os empregados ou diretamente com a Aghata a governanta da mansão — Os olhos dele endureceram. Entendo como essa situação é extremamente desconfortável para ele, também não estou à vontade com tudo isso, espero que de alguma forma possamos aliviar esse sentimento um do outro. 

— Hum, certo. Farei isso — digo.

— Quando terminar de aprontar o seu quarto desça até o meu escritório — Ele falou em tom cortante.

— Tudo bem eu sou irei... — ele não esperou terminar de dizer e selou a porta me deixando com as palavras entaladas em minha garganta — tomar meu banho.

— Depois nós pobres que somos ignorantes! — resmungo arrastando minha bolsa de lado que esqueci totalmente da sua existência.

Assim que me deitei na minha cama depois de tomar banho e perceber as marcas que eu não faço ideia de como apareceu ali me troquei assim que um dos empregados trouxeram os meus pertences queria arrumar o mais rápido possível mas tenho que descer para encontrar com o Sr. Peter desceria muito antes mas necessitava daquele banho, mesmo que não fizesse tanto esforço me sentia suja pelas coisas velhas que peguei enquanto ajeitava as últimas coisas. Meu vestido lilás era apertado ao redor da minha cintura deixando a saia rodada, tenho que aproveitar o máximo esse tipo de roupa porque em breve minha barriga irá crescer.

Estou curiosa sobre o que Peter falará comigo, pelo menos não acho que seja algo relacionado a minha família, não em relação ao que nunca tivemos.

Revirei os olhos e encarei as portas, rezando para o que me aguardava não seja ruim como minha mente tenta me convencer. Porém, o contrário aconteceu, minha perna travou fazendo-me bater minha testa na porta. Meus olhos se arregalaram e sem opção parada igual uma estátua em frente ao seu escritório torço minhas mãos um pouco suadas de ansiedade. Dou três toques ouvindo sua autorização logo após.

— Desculpa pelo baque repentino acabei me desequilibrando — morta de vergonha falei com a cabeça baixa.

Ele me ignorou completamente mudando de assunto.

— O meu motorista estará à sua disposição para qualquer emergência que a senhorita tiver — ele fala sem me olhar enquanto escreve concentrado.

— Entendo, obrigada — agradeço sorrindo agradecida.

— Certo ciente que minha mãe passou alguns detalhes da mansão mas qualquer dúvida não hesite em perguntar a qualquer um de nós! — Sua voz grossa me fez suspirar.

— Sim ela me explicou — falo sem saber o que dizer. Estava aparecendo um robô praticamente afirmando o óbvio.

Meu corpo estremeceu e uma onda surpreendente, como se sussurrar em minha orelha, um arrepio percorreu fazendo todo o pelo se arrepiar ultrapassando meu corpo como uma corrente elétrica. 

— Você já pode se retirar — sem ao mesmo me olhar desde que entrei no escritório ele sinalizou para a porta. Recolhendo o único resto de dignidade que eu não tenho concordo mesmo que ele não veja e viro-me para poder me retirar.

Eu me virei para encará-lo. Quando seus olhos pousaram em mim, vi seus ombros ficarem rígidos. O que havia de errado com ele? Será que ele é sempre assim? 

Sei que fui burra em ir para um lugar que eu não conheço mas não tenho opção, fui ameaçada pelo meu pai e tenho medo deles tirem esse bebê que mau cresceu em meu ventre de mim. Senti lágrimas deslizando pelos cantos dos meus olhos enquanto eu fechava a porta.

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