Valsa

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Molly Hooper ia casar dentro de uma semana. Todos estavam felizes com a notícia, mas ninguém estava mais animado que Sherlock Holmes. Não porque ele gostasse de festas ou eventos sociais, mas porque significava que Molly finalmente tinha parado de gostar dele. É verdade que no início Sherlock se aproveitava da paixonite de Molly, mas depois de conhecer John (e saber o quanto doía um amor não correspondido), percebeu seu erro e teve uma conversa sincera com a amiga. Desde aquele dia, Molly se afastou um pouco de Sherlock, dando tempo para seu coração se recuperar. Meses depois, ela apareceu com seu namorado, que viria a se tornar seu noivo. 

Molly obviamente convidara John e Sherlock para o grande evento. Holmes não queria ir, mas depois de todos implorarem (e depois de John pedir com carinho, dizendo o quanto a presença dele seria especial), o moreno cedeu e concordou em ir. 

Faltando uma semana para o casamento, Sherlock estava sentado confortavelmente em sua poltrona, perdido em seu palácio mental. De repente, sentiu uma mão quente em seu ombro, e ao abrir os olhos, encontrou John sorrindo para ele.

-Desculpe atrapalhar, mas eu preciso de um favor. - pediu.

-O cartão de crédito está na minha gaveta de meias, pode pegar.

John sorriu, e o coração de Sherlock deu uma leve aquecida. 

-Não é dinheiro, mas obrigada por oferecer o cartão. - respondeu, agradecido. 

-Em que posso ajudar?

John demorou a responder, e Sherlock percebeu que seu amigo estava tenso.

-Ei, você sabe que pode me pedir qualquer coisa, certo?

O sorriso de John aumentou, e o coração de Sherlock pegou fogo. 

-É sobre o casamento da Molly. Em festas em geral, é normal as pessoas dançarem. Mas em casamento, é muito comum ter um momento de valsa. E...bem... eu não sou muito bom em valsa.

Sherlock prendeu o riso e assentiu com a cabeça, incentivando John a continuar. 

-E eu gostaria de dançar na festa. Valsas são românticas e eu acho que seria uma boa oportunidade de dançar com alguém especial...

O coração de Sherlock, que estava quente, congelou. 

-Alguém especial? - perguntou, confuso.

-É... você nunca sabe, pode surgir uma oportunidade, sabe? - respondeu, tímido.

Sherlock assentiu, triste. Já conseguia imaginar John flertando com cada convidada na festa. 

-E qual é o favor, exatamente?

-Bom, eu lembro que uma vez você disse que sabia dançar... então pensei que você poderia me ensinar.

Sherlock Holmes estava uma mistura de sentimentos. Imaginou-se dançando com John no conforto do apartamento, sua mão em sua cintura, corpos colados no ritmo da música lenta... mas também imaginou John repetindo todos esses movimentos com outra pessoa no casamento de Molly. Mas como recusar um pedido de John Watson? 

-Claro, eu te ensino. 

Dia seguinte, os móveis da 221B Baker Street tinham sido afastados para o canto. Uma música lenta de valsa tocava ao fundo, e John e Sherlock estavam de frente um ao outro, nervosos. Holmes estendeu a mão para o outro, o convidando a dançar. Quando as mãos se tocaram, Sherlock teve que prender um suspiro. O toque de John sempre acelerava sua respiração.

-Valsa é simples. Basta seguir o ritmo da dança e de seu companheiro. Eu vou começar te guiando, e mais tarde, trocamos de papel. - ensinou Sherlock.

One-Shot JohnlockOnde histórias criam vida. Descubra agora