One-Shot Johnlock

A Música Mais Triste do Ano

Nota: Oi querides, finalmente temos atualização de one-shot. E para comemorar o retorno, essa é inspirada na música "A Música Mais Triste do Ano" do Luiz Lins.
Esse foi um pedido da sailormoonys, eu peço desculpas pela demora amiga, mas espero que tenha atendido suas expectativas, fiz com muito carinho ❤️

Quando Sherlock saiu de casa para encontrar o namorado e viu a chuva, já percebeu que algo daria errado. Mesmo assim, subiu em sua bicicleta e pedalou até a casa de John. A cada pedalada, ficava mais molhado, e mais nervoso. Do nada recebera uma mensagem de Watson, que dizia que o precisava ver imediatamente. Se essa mensagem já não confirmava que coisas ruins estavam por vir, a chuva definitivamente era o ponto final.

Chegou e logo bateu na porta, sendo recebido por Harry, irmã caçula de John. O sorriso triste que a criança lhe deu quase fez Holmes subir em sua bicicleta e pedalar de volta para casa, mas ele apenas sorriu de volta (um sorriso triste também, apesar de não saber ainda porque deveria estar triste) e entrou na casa.

Nem precisou de instruções, pois já sabia o caminho e foi direto para o quarto do namorado. Eles haviam começado a namorar no início do ensino médio, e claro que eles brigavam as vezes, mas o moreno não trocaria aquela relação por nada. Eles se entendiam, completavam e faziam planos para o futuro. Sherlock o amava, essa era a verdade, e por isso que, a cada passo mais próximo do quarto do loiro, seu coração doía cada vez mais, tentando imaginar o que teria acontecido.

Ele abriu a porta e entrou no quarto. John estava lindo (como sempre), mas, ao invés de receber o namorado com um beijo (como sempre fazia), apenas deu um sorriso. Um maldito sorriso triste.

-Certo, que merda está acontecendo? - perguntou, irritado.

-Como assim? - perguntou, forçando outro sorriso.

-Ah, John, para. Eu sou literalmente a pessoa mais inteligente do mundo. Só me diga o que está acontecendo. - disse, revirando os olhos.

Watson pensou em argumentar, mas apenas assentiu com a cabeça. O namorado era realmente inteligente e não era como se ele estivesse escondendo bem que havia algo para contar.

-Na verdade, é uma coisa boa... lembra daquela escola em Liverpool que eu te contei, que é especializada em preparar alunos para a faculdade de medicina?

Holmes assentiu. O sonho de John sempre fora ser médico, e desde o ensino médico ele já estava se preparando para conseguir ser aceito em uma das melhores faculdades do país. Não era preciso ser um detetive para deduzir o que o outro iria continuar contando:

-Eu entrei em contato com eles, passei por um processo seletivo e... bem... eu consegui uma bolsa integral para estudar lá nesse último ano do ensino médico.

O orgulho que o detetive sentiu foi tão grande que ele se esqueceu da chuva e de todo o resto, apenas correu e beijou seu namorado. O mais baixo sorriu e retribuiu o beijo. Quando se afastaram, tentou beijá-lo de novo, mas a expressão do moreno havia mudado.

-Por que não me contou que havia entrado em contato com eles? - perguntou, magoado.

-Eu não sabia se ia dar certo. - argumentou, tentando puxar o outro para um abraço, mas Sherlock recuou.

-Sempre contamos tudo um ao outro. - rebateu.

-Sher...

-Você vai terminar comigo, né? Vai se mudar para longe, ficar muito ocupado estudando, e vamos ter que terminar. - disse, mal respirando entre as palavras.

-Sherlock, calma. - disse, segurando os ombros do mais velho, que começavam a tremer.

Holmes desviou o olhar, mas deixou o outro falar:

-Algumas coisas vão mudar sim, mas podemos continuar juntos, se você quiser.

"Se você quiser". Essas palavras ficaram repetindo na mente do moreno, que sentiu um gosto amargo na boca.

-Ei. - chamou o loiro, acariciando sua bochecha.

Sherlock olhou para o namorado e se perdeu em seus olhos. Céus, as vezes ele odiava amar tanto assim aquele garoto.

-Nada precisa mudar. - repetiu.

O moreno respirou fundo, e perguntou:

-Amor, quando o nosso vinho amargar ou perder o sabor, quando a maquiagem borrar e as fotos perderem a cor, tu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor? E, quando o cigarro apagar vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?

-Claro que sim. - respondeu, sorrindo.

-Quando a nossa música tocar, tu ainda vai lembrar do ritmo? Quando o mundo me machucar, tu ainda vai querer curar minha dor? Tua voz e tua respiração são meus sons preferidos. Mas, quando eu esquecer de viver, teu olhar ainda vai me lembrar quem eu sou. - perguntou, ainda inseguro.

John sorriu e deu um beijo na bochecha do namorado, respondendo as perguntas com aquele gesto.

-Ainda vai querer acordar com meu toque e minha voz no ouvido? Tua vida ainda vai ter sentido se a nossa for tudo o que te sobrou? Quando chegar o cansaço, meu abraço ainda vai ser teu abrigo. Mas, quando a vida acabar, ainda vai querer ir pro mesmo lugar onde eu vou? - insistiu.

-Eu vou sempre te querer.

-Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo? Ainda vai ouvir o que eu digo, mesmo quando eu só quiser falar de amor? Ainda vai tentar me entender quando eu não fizer mais sentido? E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?

-Eu sempre vou te entender, sempre vou querer ficar contigo, porque te amo. - disse.

Sherlock sorriu, finalmente convencido, e deixou ser beijado pelo namorado acreditando em todas as suas promessas. Os dois passaram o resto da tarde juntos, planejando como seria seu novo futuro juntos. Planejaram fazer chamadas de vídeos diárias, se visitarem aos finais de semana e até cogitaram a ideia de mandarem cartas. Tudo para manter o amor deles vivo.

Quando Holmes saiu da casa de Watson, ainda estava chovendo. O moreno apenas ignorou, mas deveria ter entendido que aquilo era um sinal. As próprias perguntas de Sherlock deveriam ser um sinal, pois as letras mais bonitas estão nas músicas mais tristes. Meses depois que John se mudou, eles terminaram. E aquela era a música mais triste do ano.

eu sei que é final triste me perdoem lahauahauaka mas agora eu estou de férias então vou voltar a escrever mais para vocês