Família

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Nota da autora: Olá querides. Essa one-shot foi inspirada na ideia de @Debora2817. Obrigada mais uma vez pela sugestão! Essa one-shot está situada meses depois do fim da quarta temporada. Boa leitura ♥️

-Lembre-se, se você precisar de qualquer coisa, é só me ligar! - disse John, enquanto terminava de se arrumar para o trabalho.

Sherlock bufou.

-Céus John, você só vai ficar fora por algumas horas. Você já me passou as mesmas instruções diversas vezes. Eu consigo tomar conta da Rosie. Fique calmo, vai dar tudo certo!

-Certo, certo... desculpe. Eu confio em você. 

Sherlock corou um pouco com o comentário e sorriu, agradecido. 

-Tchau meu amor! Papai já volta, prometo. Se o Sherlock fizer alguma bagunça, pode me contar, combinado? - brincou Watson, pegando sua filha no colo e dando um beijo em sua bochecha.

-Ei! - protestou Sherlock.

John riu e passou Rosie para o colo do outro. A pequena se ajeitou nos braços de Holmes, e caiu no sono. John sorriu ao ver a cena. 

-O que foi? - perguntou Sherlock.

-O que? - perguntou o loiro, confuso.

-Você está parado encarando a gente. 

Foi a vez de Watson corar. Fazia meses que ele tinha voltado a morar na 221B Baker Street, e ver a maneira como Sherlock tinha acolhido Rosie sempre o fazia feliz, como se finalmente tudo estivesse ocorrendo da maneira que deveria. 

-Nada. Até mais tarde. - disse, se despedindo e indo trabalhar. 

-Agora que seu pai foi embora, podemos fazer bagunça, não é Rosie? - disse Sherlock, dando um beijo na cabeça da menina.

Holmes levou a criança para seu quarto, a colocando na cama. Depois, sentou-se perto e começou a rever documentos de casos antigos não solucionados. Estava prestes a resolver um deles, quando o choro de Rosie o despertou de seu palácio mental.

-Não! Não Rosie, não chore, estou aqui! - disse, pegando a pequena no colo. 

Sherlock imaginou que ela estaria com fome, então deu comida, mas Rosie continuou chorando. Resolveu trocar sua fralda, porém a criança continuava chorando mesmo depois de estar limpa. O moreno começou a sentir pânico. Mediu a temperatura, mas ela não estava com febre. Ficou ninando a pequena por um tempo, mas nada estava funcionando. O pânico que ele estava sentindo aumentou.  Ele não queria falhar com John. Tinha prometido que conseguiria tomar conta de sua filha. Além disso, ele não queria falhar com a própria Rosie. Sherlock sempre detestou crianças, mas aquela era simplesmente perfeita. Holmes a amava do fundo de seu coração, e a ver chorando era doloroso demais. 

De repente, uma ideia invadiu sua mente. Colocou a pequena de volta na cama, buscou seu violino correndo e voltou para o quarto.

-As vezes, seu pai tinha pesadelos horríveis de noite, e ele não conseguia parar de chorar, que nem você agora. Então eu descobri que música ajudava ele a dormir. Que tal a gente tentar isso, Rosie? - conversou com a criança, enquanto começava a tocar uma melodia leve e bonita.

Rosie foi parando de chorar a medida que as notas eram tocadas. Ela fitou Sherlock com os olhos vidrados e um sorriso no rosto. Holmes suspirou, aliviado, mas continuou tocando. Apenas parou quando a pequena enfim voltou a dormir. 

-Tudo bem? - disse uma voz atrás dele.

Sherlock deu um pulo, e se virou para ver quem falara com ele. John estava parado na porta do quarto, sorrindo. 

-John! Você chegou? Que horas são? - perguntou, confuso. 

-Já são 18h. Ela deu trabalho? Está tudo bem? 

-Ela dormiu quase que a tarde toda. Mas de repente, ela começou a chorar, e eu não sabia o que fazer! Ela não tinha febre, a fralda estava limpa, não estava com fome... então toquei o violino e deu certo. Ela voltou a dormir. 

Sherlock estava com medo de levar uma bronca. Começou a pensar que ele deveria ter levado ela para o hospital. Ou talvez devesse ter ligado para John. Ficou ainda mais nervoso quando viu que Watson tinha lágrimas nos olhos.

-John, sinto muito! Eu não queria te atrapalhar no trabalho, eu juro que eu fiz tudo possível, mas... - tentou se explicar, nervoso.

-Não! Sherlock, você fez tudo certo! 

-Então por que você está chorando? 

-Porque você é incrível! A Rosie tem muita sorte em te ter como pai.

As palavras atingiram Sherlock em cheio. 

-Eu? Pai da Rosie? 

John se aproximou, visualmente nervoso.

-Eu queria falar sobre isso com você há um tempo. A Rosie te ama muito, e eu percebo você a ama também. E você vem me ajudando muito a cuidar dela, então parece mais do que justo que você seja pai dela também. Você já assumiu as responsabilidades, de qualquer maneira. 

Sherlock não conseguia falar nada, apenas sentindo seu coração bater rápido. John continuou se aproximando. 

-Além disso, a Rosie não é a única que te ama. Eu também te amo Sherlock, e acho que você me ama também. Faz muito sentido nós formarmos uma família, você não acha? 

Nesse momento, Rosie acordou e voltou a chorar. Os dois deram um pulo, e Sherlock correu até seu lado.

-Calma Rosie, não chore. Seu pai chegou, e eu estou aqui. Quer dizer... seus pais estão aqui. Papai está aqui. Está tudo bem. - disse, com lágrimas nos olhos e aninhando a pequena.

John se juntou aos dois, abraçando sua família. 

-Você estava certo, aliás. - disse Sherlock.

-Sobre a Rosie?

-Sim, mas sobre eu te amar também. 

John sorriu, dando um delicado beijo em Sherlock. Os dois continuaram ao lado de Rosie, até que Holmes pegou novamente seu violino e voltou a tocar a mesma melodia de antes. Em poucos minutos, Rosie parou de chorar e dormiu, feliz, pois agora sua família estava completa com seus dois pais. 

One-Shot JohnlockOnde histórias criam vida. Descubra agora