Anéis de papel

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Sherlock Holmes e John Watson estavam na mesa de sempre do restaurante Angelo's. Eles sempre gostavam de comer lá por conta das memórias afetivas que aquele lugar tinha. E agora era ainda mais especial, porque os dois estavam namorando. O detetive não era muito fã de clichés, mas aquele restaurante era uma exceção: ir nele era lembrar de todas as vezes que os dois sentaram naquela mesa, seja por um caso, seja para aproveitar a companhia um do outro.

John devorava seu prato com felicidade, enquanto seu namorado prendia o riso ao observar o quão feliz o loiro era comendo. Holmes não se aguentou e ia fazer uma piada zoando o outro, quando de repente percebeu uma movimentação na mesa ao lado.

Era um casal, e o homem se ajoelhou no chão, com um anel na mão. A moça chorava de felicidade enquanto dizia que sim, e todos no restaurante batiam palma.

John logo se juntou as palmas. Ele era um romântico, e pedidos de casamento sempre o deixavam emocionado. Ele observava a cena com carinho, quando observou seu namorado. Ele estava com aquele olhar distante, o que significava que ele estava bem profundo em seu palácio mental, entre inúmeros pensamentos.

-Está tudo bem? - perguntou o médico, quando as palmas acabaram e todos no restaurante pararam de dar atenção ao casal de recém noivos.

-Aham. - respondeu, ainda com um olhar distante.

John já conhecia o outro o suficiente para saber que não adiantava dizer nada agora, então apenas continuou comendo. Depois de poucos minutos, Sherlock puxou outro assunto, como se nada tivesse acontecido.

Os dois terminaram de comer, pagaram a conta e saíram do restaurante, decidindo caminharem um pouco antes de pegarem um táxi para casa. Watson aproveitou o momento e perguntou:

-O que aconteceu?

-Como assim? - perguntou, confuso.

-Lá no restaurante, quando teve o pedido de casamento, você ficou perdido no seu palácio mental.

Sherlock sorriu, sem graça.

-Você realmente me conhece, né?

O médico sorriu. Depois de tantos anos, conhecer Sherlock Holmes era como conhecer a si mesmo.

-O que você estava pensando? - perguntou, com um tom acolhedor para encorajar o namorado.

O detetive respirou fundo e disse, sem coragem de olhar nos olhos do outro.

-Eu só fiquei pensando... eu nunca pensei em casamento. Nunca fez sentido. Aí eu vi aquele pedido e comecei a pensar o que leva uma pessoa a casar com a outra. É um compromisso. Eu achava que era só um título em um papel, mas é um compromisso né? Um compromisso de vida. E aí eu fiquei pensando... é muita coisa. Envolve muita confiança, amor e companheirismo. E aí eu conclui que eu não sei se eu casaria. Não pela outra pessoa, mas por mim. Não sei se eu me amaria o suficiente para casar. O que eu quero dizer é, que se eu fosse outra pessoa, eu nunca casaria comigo.

O moreno disse tudo rápido, como se cada palavra fosse um peso a menos em sua mente.

-Eu me casaria com você com anéis de papel. - disse John.

Sherlock finalmente olhou pro namorado, sentindo o coração bater forte. O loiro o olhava com a feição mais apaixonada do mundo.

-O que? - perguntou Holmes, nervoso.

-Eu me casaria com você. Com anéis de
papel . De qualquer maneira. Eu me casaria com você.

O moreno ficou sem reação, olhando para o namorado. John então colocou a mão no bolso, tirando o recibo do pagamento do restaurante, e começou a amassar e enrolar o papel.

-John, o que você está fazendo?

Mas ele não respondeu, e continuou mexendo no papel, até que mostrou o resultado: um anel de papel feito do recebido do Angelo's. Um sorriso espontâneo invadiu o rosto de Holmes, de forma que o médico já sabia qual seria a resposta.

-Sherlock Holmes, você aceita casar comigo?

O moreno se aproximou a passos largos e envolveu o mais baixo em um abraço, que logo foi retribuído.

-Você é um idiota. - disse Sherlock, se afastando apenas o suficiente para olhar o outro nos olhos.

John sorriu e deu um delicado beijo nos lábios do seu mais novo noivo.

-Eu amo você também.

***

Dia seguinte, todos já sabiam e estavam comemorando a novidade. Uma semana depois, Watson comprou um anel de verdade em uma joalheria, que Sherlock usava com orgulho em seu dedo. Mas, por mais que fosse bonito, esse anel nem era necessário na visão do detetive. O qual realmente importava era simples e estava muito bem guardado na cabeceira da cama de casal: um anel de papel.

EU NEM ACREDITO QUE EU ESTOU POSTANDO ALGO! Sério, eu estou vivendo pra faculdade, então postar isso foi algo que literalmente minha terapeuta me indicou a fazer. Eu me sinto muito mal por não conseguir voltar a escrever, e sei que essa one-shot ficou bem curtinha e simples, mas estou muito feliz de ter dado esse primeiro passo, tanto pra vencer o bloqueio de escrita, tanto pela minha saúde mental. Não posso prometer prazos, mas estou no processo de voltar a escrever. Eu espero que vocês estejam bem e tenham gostado dessa one shot, foi inspirada em uma trend do Twitter. Podem comentar ideias de outras one-shots que acho que vai ser uma boa forma de eu voltar a me acostumar com a escrita e voltar a escrever O Hóspede (até porque, do jeito que terminou o capítulo passado, o próximo vai ser complexo de escrever...). Que saudades de vocês, juro. Beijos, continuem se cuidando e até a próxima.

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⏰ Última atualização: Jun 17, 2023 ⏰

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