9 - Henry

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Meu coração falhou uma batida quando eu vi o que estava prestes a acontecer. Eu corri na direção de Emily, mesmo sabendo que talvez não conseguisse chegar a tempo, e essa sensação de impotência quase me paralisou.

Quando vi Franklin se colocando na frente do carro e a empurrando, eu já estava a poucos metros e, assim que ela caiu no chão, ouvi o carro cantando pneu. Por sorte eu tinha conseguido gravar a placa do desgraçado.

Puxei Emily para meus braços e a olhei de cima a baixo, procurando por ferimentos, mas tirando um arranhão em seu joelho, ela parecia bem.

— Você está bem? Está sentindo alguma coisa? — perguntei, tirando o celular do bolso e ligando para emergência para que viessem ver Franklin.

— Tô bem, só com uma dor aqui. — ela apontou para o joelho.

— Certo. Me espere sentada aqui. — me afastei dela por alguns segundos, apenas para me certificar se Franklin estava bem e dizer que o socorro já estava a caminho, que tudo ficaria bem.

Voltei até Emily e tirei minha camisa, antes de colocar sobre seu joelho que sangrava.

— Como você chegou aqui tão rápido? — ela me perguntou curiosa, enquanto eu cuidava do seu ferimento.

Mas antes que eu pudesse responder, ouvi o barulho das sirenes da ambulância se aproximando.

— Vamos ao hospital ver se você está bem mesmo, depois teremos tempo para conversar.

Emily pareceu não concordar, mas não questionou. Eu a ajudei a se levantar e percebi, quando ela fez uma careta, que tinha mais alguma coisa doendo, além do joelho. Assim que os paramédicos se reuniram em volta de Franklin, Emily e eu nos aproximamos e nos certificamos que estava tudo bem.

— Ela também precisa de cuidados. — um dos paramédicos disse, apontando para o joelho.

— Eu mesmo a levarei para o hospital, só preciso que me digam para qual pretendem ir.

Depois que ele respondeu, esperei até que colocassem Franklin dentro da ambulância e durante todo tempo mantive o corpo de Emily junto ao meu. Parte era por estar fazendo meu trabalho em protegê-la, por outro lado porque depois de passar dias longe dela, sem conseguir tirá-la da cabeça, eu não queria me afastar.

Não podia.

Depois que a ambulância saiu, levei Emily até meu carro estacionado a poucos metros e depois me coloquei atrás do volante. Ela me encarava curiosa e eu sabia que ela não esperaria até chegar ao hospital.

— Eu estive por perto todos esses dias. — respondi a pergunta que ela tinha feito, antes de eu desconversar — Não consegui me manter longe, precisava me certificar pessoalmente que estaria segura.

— Não confia no Franklin?

— Ele é um bom profissional, mas eu sou melhor. — disse simplesmente.

Não pude evitar dar um sorriso torto, com a cara que ela fez. Mas era a realidade, entretanto eu não iria entrar no mérito naquele momento.

— Você está bem realmente?

— Minha costela dói um pouco.

— Tudo bem, o hospital é perto. Logo chegaremos. — por instinto eu segurei a sua mão e apertei de leve, mas ela arregalou os olhos e encarou nossas mãos, então rapidamente eu puxei e cocei a garganta, antes de voltar a segurar no volante.

Acionei o Bluetooth e mandei que o celular discasse o número do Parker. A voz dele soou pelo alto-falante.

— Parker, código 4.

Sob Minha ProteçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora