11 - Henry

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Eu podia sentir o calor da sua pele, sua respiração acelerando e o seu perfume estava me deixando inebriado. Ela estava tão entregue em meus braços. Eu precisava beijá-la e descobrir o seu gosto, mas antes que eu pudesse realmente fazer o que eu desejei desde a primeira vez que vi seus lábios carnudos, uma buzina estridente soou em nossos ouvidos e imediatamente me afastei de Emily.

Coloquei minha mão sobre a arma e a protegi com meu corpo, deixando ela entre a pilastra próxima a nós e minhas costas, todo meu corpo ficando tenso e meu lado profissional gritando. Olhei na direção do barulho, mas o carro era apenas um motorista mal-humorado e apressado, que se irritou com outro.

Respirei fundo e tirei a mão da arma antes de me virar para ela.

— Vamos sair daqui. — segurei em sua cintura e a conduzi até o carro.

O clima entre nós ainda estava pesado, mas não de uma forma ruim. Depois que Emily se acomodou na parte de trás do veículo, me coloquei atrás do volante e nos tirei dali. Desde os últimos acontecimentos, estacionamentos estavam se tornando um lugar nada tranquilo para ficarmos.

Durante o caminho até o apartamento dela, seguimos em silêncio. Não era um silêncio constrangedor, nem incômodo. Era mais como se cada um de nós estivéssemos perdidos em nossos pensamentos, lembrando do que quase havíamos feito.

Mal passamos da porta, e Emily jogou sua bolsa sobre o sofá, quando a Samantha entrou falando com Emily:

— Que merda foi aquela lá? Aquela apresentadora estava tentando te fazer falar e... — ela me encarou e eu ergui uma sobrancelha — Droga! Esqueço que você tá aqui. Pode nos dar licença? — ela perguntou apontando para ela e Emily.

— Claro. — dei de ombros e segui para o quarto de hóspedes, no qual eu estava acomodado.

Assim que fechei a porta atrás de mim, meu celular tocou. Estranhei ao ver o nome do Parker na tela, mas atendi.

— Mathews... Agora?... Tudo bem, se Emily não tiver nenhum compromisso eu vou... ok.

Ele queria falar comigo e era urgente, mas nenhuma emergência dele era mais importante que a segurança de Emily. Saí do quarto e quando voltei à sala, as duas estavam sentadas no sofá, conversando, e pararam o assunto assim que me viram.

— Emily, você tem mais algum compromisso?

— Hoje não. Eu só queria sair pra jantar mais tarde.

— Tudo bem eu a levarei, mas Parker quer conversar comigo, então eu vou até lá resolver esse problema e volto para levá-la ao restaurante que você escolher.

— Tudo bem.

Acenei com a cabeça para as duas e saí.

Enquanto dirigia, fiquei me perguntando o que ele poderia querer de tão urgente que não podia ser tratado por telefone. Parker sabia o quanto eu detestava deixar um cliente sozinho, ele só não sabia que isso se tornava mais grave quando se tratava de Emily.

Alguns minutos depois eu estava sentado diante da mesa de Parker, enquanto ele terminava de resolver um problema pelo telefone. Enquanto falava, me fitava, e eu pude perceber naquele olhar que algo estava errado.

Finalmente ele encerrou sua ligação e me encarou colocando os cotovelos apoiados na mesa e cruzando as mãos sobre o móvel.

— Qual a primeira regra da minha agência, Henry?

Levei um momento até me lembrar da porra que estava escrito no contrato que tínhamos, mas assim que recordei, apertei meu maxilar e o encarei com os olhos apertados.

Sob Minha ProteçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora