Prólogo.

665 40 34
                                    

Olhei para cima e tudo o que vi foi uma miragem distorcida. Um líquido vermelho escorrendo por todo o pequeno espaço apertado ao meu redor, está me afogando e me cegando.

Não consigo ver nada além do líquido vermelho direito. Tudo ao redor possui a mesma cor, mas minha visão embaçada me impediu de compreender o que era.

Caio violentamente contra o chão. Não podia ser. Eu quebrei uma costela? Eu com certeza quebrei uma costela!

No entanto, nem dor e nem o som de ossos se quebrando vieram. Me sinto aliviado, se eu tivesse me espatifado por inteiro, seria o fim novamente.

Sim, novamente, meus caros senhores. Eu realmente odeio isso, mas a morte parece estar incansavelmente me perseguindo neste mundo.

Agora que penso, eu devia ter notado isso. Na verdade, talvez eu já tivesse notado, apenas não havia aceitado. Eu fui tolo e minha tolice foi punida da pior forma possível.

Após tamanha traição e desdém, eu não deixei de sentir repulsa de meus companheiros. Não, eles nunca foram meus companheiros, mesmo se eu retornar hoje, tenho certeza que devem estar festejando minha partida.

Eu quero que vocês morram engasgados com o grande banquete que comem todos os dias, eu quero que vocês morram afogados na infinita quantidade de bebida cara que saboreiam após cada aventura bem sucedida e por fim, eu quero que vocês morram por tamanha crueldade que puderam fazer com um homem. Não, com um garoto de sua própria idade.

Eu finalmente tomei coragem para me mover, e com movimentos violentos, contorci meu corpo para um lado e para o outro, tentando me libertar da película que me prendia e me afogava no líquido que parece uma mistura de água e sangue.

Quando finalmente minhas garras perfuram minha sacola de parto e eu posso respirar novamente, chacoalho meu corpo para me livrar desse líquido fedido e nojento, e grito para os céus. Não, para o teto rochoso e vermelho daquele lugar, que sequer deve possuir um céu.

—Pigiii!

Enquanto não podia realmente falar nada por conta de minha atual limitação física, graças a meu novo corpo nojento e monstruoso, em meus pensamentos, minha indignação com meu assassino e quem quer que tenha o ajudado era clara. Não apenas senso, aquilo era falta de coração, aquilo era crueldade e falta de educação por parte deles.

Desabafei em meus próprios pensamentos.

PODIAM AO MENOS TER DEIXADO O MEU PINTO!

__________________________________________

Segunda-feira. O dia da semana mais odiado por todas as pessoas. Eu não digo isso como um vagabundo que literalmente não faz nada da vida. Quer dizer, isso é verdade, mas em plena consciência, quem seria capaz de dizer que ama segunda-feira?

Vou ser honesto, eu odeio segundas-feiras. O começo da semana quer dizer que eu irei ter que ir pra escola e estudar até sexta novamente. Ver todos aqueles alunos novamente. Ler toda aquela matéria novamente. Falar com todos aqueles professores novamente.

Vou dizer, é realmente difícil estudar quando se é um adolescente de 16 anos e Otaku. Sendo sincero, tenho um pouco de vergonha desta última frase. Ser Otaku não é algo a se orgulhar.

Além disso, eu não sou tão bom nos estudos. Não acho que eu seja burro, mas eu devo admitir que muita coisa na escola é idiotice de se estudar. Algumas coisas eu só acho idiota que eu seja obrigado a aprender também. Tem matérias aonde eu simplesmente tenho dificuldade. Nunca me peça para te contar sobre todas as infinitas definições para palavras simples como "Porque". O português é uma das línguas que mais tenho dificuldade.

Heavens Fall: Do mediocre ao topo do mundo. Onde histórias criam vida. Descubra agora