Súbita mudança e também... Cadê o meu pinto!?

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Eu me sinto repugnante, imundo e enojado. Sinceramente, me sinto podre. Podre por confiar nessas pessoas e nessa crença tola de que com esforço, seria reconhecido e poderia passar por cima de meus problemas.

O mundo não é assim, ele não é um conto de fadas ou um anime aonde o personagem fracassado por meio de trabalho duro, consegue muito poder e adquire o respeito de todos.

Eu fui perceber isso apenas quando meu melhor amigo me esfaqueou, para ter com ele, tudo aquilo que eu sequer pensei possuir. Inveja cega, que queima de maneira nojenta, te tirando o pouco que tem.

Não apenas Maria mas minha vida e minha imagem. Ele roubou tudo de mim. Agora, o nome Kagurasawa Yuto se tornará simplesmente maculado pela imundice de um ex-herói e sua depravação.

Quando percebi, estava rodeado por esses pensamentos e caindo infinitamente em um abismo sem fim. Essa era a minha pós-vida. A pós-vida de um herói perdedor que não conseguiu superar seus problemas e foi traído por seu melhor amigo.

Uma queda eterna no abismo vazio.

Foi apenas quando pude sentir meu corpo apertado por uma película viscosa, que pude notar. Ainda não acabou. Algo aconteceu comigo.

Minha queda eterna finalmente tem fim. O meu destino foi o chão duro de pedra de algum lugar.

Vermelho. Vermelho como o sangue. É tudo isso o que meus olhos veem. Além disso, está difícil respirar. Ou melhor, respirar... É impossível.

Quando penso em encher meus pulmões, rapidamente engasgo com algo que parecia ser uma mistura de água com fluidos corporais vermelhos.

Em desespero, rapidamente começo a contorcer meu corpo. Para um lado e para o outro. Tento apoiar minhas mãos no chão duro — Apenas para perceber que não as tenho mais.

Logo, tento apoiar meus pés também — O resultado é igual.

Sem pés e sem mãos, eu mordo a película em minha frente, rompendo a fina camada de pele com minha boca e me libertando.

—Uhuu!

Eu finalmente posso respirar.

—Cof! cof! cof!

Obviamente, eu cuspi um monte de água de meus pulmões, olhando para aquele líquido vermelho e só não vomitando por literalmente não conseguir me importar muito com a nojeira.

Logo, me viro e olho para atrás, apenas para me encontrar com uma bolsa de pele rasgada. Isso não é brincadeira, aquilo é uma sacola de parto. A água vermelha não é apenas sangue, mas os fluidos de uma sacola de parto portando um recém nascido.

Algo me intriga, olhando para cima, posso fitar um céu vermelho quase infinito. Tão vermelho quanto a terra do chão ou as rochas ao redor. Esse lugar é uma espécie de caverna super massiva.

Curioso sobre meu estado, tento olhar para meu próprio corpo ao me levantar, apenas para lembrar que não era possível.

No entanto, eu sentia algo diferente. Sem pés ou mãos, eu sinto na verdade, inúmeras patas abaixo de mim, nas quais com alguma dificuldade inicial, eu tento mover para andar.

É isso, eu ando me arrastando. Percebendo que minha figura agora não é mais humana.

Não tem o que fazer... Eu morri, mas parece que a morte não foi o fim para mim. Quando eu mal penso, parece que reencarnei.

Havia um grande lago vermelho ao lado, então decido me aproximar para olhar meu reflexo. No momento em que me vejo, imediatamente entendo minha situação.

Heavens Fall: Do mediocre ao topo do mundo. Onde histórias criam vida. Descubra agora