— Por favor... Só... Não vai...
A dor que eu sentia era alucinante, quase real fisicamente. Meu coração estava em pedaços, pequenos pedaços que nunca iriam se juntar novamente. Por que? Por que ele tinha que partir o meu coração daquela forma? Eu o entreguei de bandeja para ele fazer isto comigo, não é justo... Não quando apenas por meras palavras dela fizesse ele jogar todo o nosso amor no lixo como se não fosse nada. Amor... Será que era isso mesmo? Ou eu era somente uma válvula de escape para a dor que ele sentia por ela? Então esse sentimento que estou sentindo agora, é o que ele sentia por ela?
— Me desculpe... Mas sempre será a Elena. — Stefan me dá as costas prestes a sair.
— Stefan! Se você sair por essa porta, pode se esquecer de mim! Pode esquecer tudo! Tudo o que vivemos... Vai mesmo jogar isso fora?
E ele jogou...
Ele se foi...
E nesse dia eu fui também...
Eu fui embora daquela cidade, sem nem sequer olhar para trás. Deixei o meu passado sem nenhum arrependimento. Agora eu tinha somente a mim e o meu coração partido. Não poderia contar com ninguém, muito menos com aquele que fez promessas e mais promessas com suas juras de amor que agora vejo que eram vazias, somente palavras jogadas ao vento.
E depois de meses de cidade em cidade, estado em estado e país em país, eu o conheci...
E ele juntou todos os cacos do meu coração sem pedir nada em troca. Eu o amei e ele me amou de volta. Sem promessas vazias ditas um ao outro, era somente nosso amor e nada mais. Tolice a minha pensar que aquilo que eu sentia por Stefan era amor... Não chega nem perto do que sinto por ele.
E de repente aquele que partiu meu coração queria tirar o meu amor de mim e isso eu não toleraria nem em outra vida! Quem ele pensa que é para ameaçar a vida do meu ursinho? Era o que eu pensava todas as vezes que ele me ligava contando sobre outro ataque a sua vida feita pelo Stefan e seu clube ridículo.
Eles não perdem por esperar, porquê hoje... Hoje eu decidi acabar com essa palhaçada. Não me interessa a opinião do meu ursinho.
— Mystic Falls que se prepare... — um sorriso malicioso estava presente em meu rosto. — Porque eu vou abalar as estruturas desta cidade.
E depois de horas dentro de um carro bolando um plano para acabar com tudo de uma vez por todas, enfim chego na minha "amada" cidade. Sentiram a ironia?
Estaciono o carro habilidosamente no acostamento e pego o celular discando o número tão conhecido por mim.
— Alô? Estou meio ocupado agora, meu amor... — escuto a voz que eu tanto amo ofegante e no fundo da ligação, barulhos de briga. Parece que cheguei na hora certa. — Podemos conversar outra hora?!
— Onde você está? — acelero o motor do carro para fazer barulho o suficiente para que os outros do outro lado da linha não reconheçam minha voz.
— O que?! Nem pense niss... aí! Dá pra esperar um pouco que eu tô conversando com a minha namorada?! Ela não gosta que eu a deixe esperando! — outro baque e o escuto tossir fazendo-me trincar os dentes raivosa. — Q-qual é...!
— Onde.você.está? — repito a pergunta pausadamente descontando minha raiva no acelerador, este deve estar quase quebrando tamanha a força que coloco em meu pé.
— M-mansão... — mais tosses. — ...Salvatore.
Desligo o celular e jogo em qualquer canto do lado do passageiro já saindo do acostamento em alta velocidade, com certeza isso me renderia uma multa. Em míseros minutos já estou em frente a mansão que a tanto tempo não via, os barulhos lá dentro se intensificam conforme vou andando a passos rápidos em direção a entrada. O chute que dou na porta é tão alto que os barulhos diminuem a cada passo dado por mim para chegar na sala. Minha visão é preenchida por uma cena desagradável, com uma mão Stefan está segurando Kai pelo pescoço e a outra se encontra enfiada em seu peito pronta para ser puxada junto ao seu coração.