Rosé se mexia durante a noite. Em seus pesadelos, aquela terrível cena, se repetia várias, e várias vezes, como um loop infinito. A garota acordou abruptamente mais uma vez, indo até o banheiro vomitar. Depois de colocar para fora, oque se revirava em seu estômago. A garota loira se olhou no espelho do banheiro, vendo o seu pálido rosto. Rosé havia tomado mais de três banhos aquela noite, mas sentia como se o sangue da sua mãe, ainda estivesse impregnado em sua pele.
A garota saiu do banheiro retornando para a sua cama. Rosé só queria que a sua mãe fosse normal como as outras. A jovem estava tão acostumada, com o estranho jeito da senhora Park, que não fazia ideia de como era ter uma mãe como as outras. Rosé se perguntava se existia a possibilidade da sua mãe ser curada. Será que um dia ela veria a mulher sorrindo, ou agindo com ternura e carinho? A garota acabou deixando algumas lágrimas caírem. Talvez aquilo nunca acontecesse, pensou ela se conformando.
Mesmo sabendo que teria pesadelos, Rosé fechou os olhos tentando adormecer outra vez. A garota estava tão cansada, que podia sentir o seu corpo pesado. A jovem tentou pensar nós momento bons que teve ao lado dos seus amigos no shopping. Rosé então pensou em Lisa, como se sentiu feliz em poder está perto da tailandesa. Pesando naquilo, aos poucos a garota foi adormecendo, até que acabou caindo em sono profundo.
Já era manhã, quando Rosé abriu os olhos, vendo a claridade invadir o seu quarto. A garota não queria sair da sua cama aquele dia. O plano não estava saindo do jeito que ela e Lauren havia planejado. A senhora Park era para machucar a garota, não a sí mesma. Ver a sua mãe naquele estado, havia deixado a jovem muito mal. Apesar de tudo ela não queria que a mulher se machucasse.
Rosé soltou um longo suspiro, levantando da cama. A garota precisava se arrumar para ir ao colégio. Depois de pronta, a garota se dirigiu até a cozinha, aonde sua mãe estava preparando o café. A senhora Park estava com uma das mãos enfaixada, resultado do surto da noite anterior.
- Bom dia, minha querida. - Disse a mulher, ao avistar a filha.
- A senhora está bem? - Perguntou Rosé, que olhava desconfiada para a mulher, que tinha um sorriso no rosto.
- Eu estou ótima, por que não estaria? - Disse a mulher.
- A sua mão, como ela está? - Perguntou Rosé.
- Minha mão está ótima, você não precisa se preocupar. - Disse a senhora Park.
A mulher se aproximou de Rosé, a abraçando. A garota ficou sem reação, pós não estava esperando por aquilo. A jovem estava com medo de que do nada, a sua mãe a golpeasse com uma faca ou algo parecido.
- Você é uma filha tão preocupada. - Disse a senhora Park, apertando as bochechas da garota.
- Por que a senhora se machucou daquele jeito? - Perguntou Rosé, que parecia está tentando entender, os motivos da sua mãe.
- Porque fazer isso me ajuda. - Disse a senhora Park, colocando café em uma xícara.
- Como assim, ajuda? - Perguntou Rosé, confusa.
- Quando eu tinha onze anos, descobri que uma dor física, poderia diminuir uma dor emocional. Eu tinha o costume de morder os meus lábios, quando algo me machucava por dentro, e aquilo ajudava a aliviar as minhas frustrações. Aquilo foi evoluindo então, toda vez que eu sentia raiva, frustração, ou tristeza, eu me feria para curar a dor que vinha de dentro. - Contou a senhora Park.
Rosé tinha uma expressão de pena e medo em seu rosto. A jovem também tinha o costume de morder os lábios, e aquilo estava piorando. Será que ela estava se tornando igual a sua mãe?
- Por que a senhora não pediu ajuda? - Perguntou Rosé.
- Porque eu não estava fazendo nada de errado. - Disse a mulher, tomando um gole de café.
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Abstinência (Blackpink) (Chaelisa)
FanfictionLisa havia se mudado para a Austrália, com a sua família. A garota só não contava com as adversidades, que teria que enfrentar nesse novo país. A tailandesa teve que começar a lidar com a solidão, a xenofobia, e com o vício em drogas. Avisos: Se voc...