Arcanologia: Domínio Nonelementar

Capítulo 13 - apoteose

—É com grandes condolências que faço essa anuncio – Cátia se localiza sobre um palanque, diversos alunos, professores e empregados de AFMA estão ali reunidos, incluído familiares das pessoas que foram mortas no atentado dos Torugas que ocorreu a um mês. Dario, Kabal e Gael estão em cima do palanque junto com outros professores, sentados. – Neste dia perdemos diversas pessoas inocentes, pessoas com sonhos e com desejos – É possível ouvir o choro de algumas pessoas que estão ouvindo ao anuncio. – Dentre elas, trinta e quatro alunos, um professor e três jardineiros que não conseguiram evacuar a tempo, oito guardas da magia que lutaram com todo seu espirito para impedir o avanço dos Torugas – alguns guardas da magia estão enfileirados, em posição de sentido, demonstrando respeito aos amigos que caíram na luta. – Dois professores também perderam suas vidas lutando, Igor e Claus serão para sempre lembrados por seus atos heroicos. – Cátia está suspirante. – Com a ajuda dos professores e da guarda da magia, centenas de alunos evacuaram em segurança. – Cátia tenta ser positiva em seu discurso. – Cento e vinte Torugas invadiram ao mesmo tempo a zona oeste da faculdade, o maior ataque já visto na história, inicialmente apenas dez foram mortos, os estragos causados pelos Torugas seriam muito maiores se não fossem por essas quatro bravas pessoas: Marlon, Dario, Gael e Kabal – os três se levantam, ficando ao lado direito de Cátia. – Estes quatro eram os únicos no momento do ataque capazes de dominar a instância terrena, solar e astral, conseguiram imobilizar e exterminar mais de sessenta Torugas e deixando mais de quarenta extremamente debilitados, facilitando o ataque dos guardas da magia – Cátia os saúda, as pessoas ouvindo permanecem em silencio, é possível sentir uma aura de agradecimento vinda dos alunos que ainda estavam evacuando o local no momento que Gael, Marlon e Kabal chegaram. – Infelizmente, Marlon bravamente se sacrificou para o bem de seus amigos, seu corpo não foi encontrado inteiro – Gael e Dario lacrimejam ao ouvir estas palavras. – Segundo depoimento dos três, Marlon foi adepto de uma técnica nunca vista antes, estando em três instâncias ao mesmo tempo, um mago aspirante de um brilhante futuro e que será para sempre lembrado por seu heroísmo – Cátia parece profundamente comovida. – O local onde estamos será o memorial para nossos irmãos e irmãs da magia que caíram, suas estátuas de pedras ficarão aqui pela eternidade como a lembrança do que foram em vida, então peço um minuto de silêncio em respeito aos que se partiram – Cátia finaliza seu discurso, todos ficam de cabeça baixa. As pessoas lentamente se debandam, algumas indo visitar a estátua do falecido que conheciam, outras indo para casa.

—Vamos ver a estátua do Marlon... – Gael comenta.

—Quanto a isso... – Cátia se intromete, descendo do palanque que já está sendo desmontado. – Sei que Kabal era o Toruga de estimação de Marlon, mas a reitoria da AFMA decidiu a proibição completa de Torugas dentro do memorial, eu sinto muito – Cátia tenda ser o mais delicado possível.

—Kabal esperar no portão – ele não hesita, apenas caminha em direção ao portão de entrada, onde senta-se na grama e encara o céu.

—Vou deixá-los sozinhos – Cátia se retira também.

O memorial é um pequeno bosque, repleto de arvores, o chão é coberto por uma grama verde vívida, arbustos podados por toda parte, as estátuas dos falecidos possuem uma pose séria, porém o escultor fez questão de esculpir os rostos das estátuas com um olhar sereno e tranquilo, a fim de causar calma e conforto naqueles que as visitam.

A estátua de Marlon se localiza no centro do bosque, próxima a duas grandes arvores, ele está usando seu uniforme, é a única estátua com uma pose diferente, é possível vê-lo em uma posição de ataque, com um olhar sério e determinado, na base da estátua há um grande disco com todos os elementos que ele controlou em vida: Ar, Terra, Fogo, Gelo, Solar, Astral e Terrena. Gael se aproxima da estátua, olhando no fundo de seus olhos e permanece em silêncio. O vento soa pelas folhas, carregando algumas até o chão, a grama balança.