Capítulo 12

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Sinto algo pesado circulando minha cintura e algo que julgo ser fios de cabelo fazer cócegas com o atrito bom em meu pescoço, batendo na lateral de meu rosto. Posso sentir meu braço direito dormente, como se segurasse algo pesado por um longo período, e meus dedos repousando sobre os supostos fios.

Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade, já que depois de um longo período sem abrir os olhos causava sensibilidade a qualquer humano. Agora entendia as dores no pescoço, havia dormido em uma posição que mesmo se estivesse na cama mais confortável já criada ainda sim sentiria pequenas pontadas.

Olhei para o ponto de pressão em minha cintura e logo me lembrei da noite passada, o braço de Sasuke passava segurando fortemente minha cintura. Subi o olhar um pouco e vi os cabelos negros e lisos do homem que me deixou preocupada na noite fria de ontem.

Me lembrei de sua acusação e de sua revolta e raiva, no momento deixarei o assunto quieto, melhor acordar com dores musculares do que com resmungos e argumentos. Sentia sua respiração bater levemente em minha nuca junto com a ponta de seu nariz que roçava o mesmo local.

Tentei me livrar do aperto lentamente, mas em troca recebi somente um resmungo da parte de Sasuke e um aperto ainda mais firme em minha cintura me fazendo quase perder o ar, não pela força, mas sim pela surpresa, em seguida ele somente ajeitou seu rosto na curvatura do meu pescoço.
Folgado.

-Sarnento. – Tento brincar com ele enquanto faço leves caricias em sua nuca brincando com os fios. – Sasuke. – Tento novamente, mas tudo que recebo em troca é um resmungo de palavras desconexas que me fazem rir. – Vamos, acorde... – Digo ainda rindo enquanto paro as caricias em sua nuca. – Seu preguiçoso. – Tiro a mão de seus cabelos e Sasuke a pega de volta e coloca sobre sua cabeça me fazendo rir mais ainda.

-Não sou preguiçoso. – Tomo um leve susto com a troca de posições rápida que ele faz se colocando por cima de mim, prendendo minhas mãos acima de minha cabeça. – Você que dorme feito uma criança, não para quieta um segundo. – Sua voz em um tom calmo, baixo e rouco por causa do sono recém interrompido fazem com que os pelos de meu braço arrepiarem. – Além de adorar um cafuné. – Com essa última constatação sinto meu rosto quente.

-Digo o mesmo de você. – Acuso e parece que seu sorriso arrogante só aumenta ao notar que acabei corando com sua frase. Logo me lembrei de algo importante que não fiz antes. – Obrigado por ter me ajudado ontem.

-Obrigado por ter me aturado quando fiquei com raiva e gritei com você, pela sua cara, imaginei que fosse levar um pé na bunda e dois tapas. – Ele aproxima ainda mais seu rosto do meu. – Um em cada lado. – Agora, no lugar de um sorriso arrogante e cínico, como na maioria das vezes, no rosto dele prevalece um sorriso real, pequeno, mas real.

-Não foi nada. – Digo com tranquilidade, afinal realmente não foi. Qualquer pessoa faria isso por um amigo, cuidar e proteger e de quebra evitar que faça alguma bobagem. – Agora da ‘pra me soltar? – Me lembro do aperto em minhas mãos.

-Hum, deixe-me pensar. – Faz cara pensativa, até poderia dizer ser fofo se aquele sorriso arrogante não tivesse voltado. – Não. – Não consigo disfarçar minha cara de indignação fazendo ele rir e se jogar ao meu lado novamente.

Me levantei do feno e bati as mãos por meu corpo tentando tirar o máximo possível da sujeira. Me virei para olhar no rosto do moreno, esse acabara de se levantar também.

-Acha que irá demorar muito? – Perguntei um tanto apreensiva. – Será que vão demorar para dizer qual será a tarefa?

-Pelo o que consegui ouvir de Danzou não, não irá demorar. Existe a possibilidade de ser hoje mesmo, assim você até amanhã para treinar e se preparar. Existe também a possibilidade de ele falar hoje pela noite. – Assim eu não teria chances de me preparar.

Terra da Chuva e NeblinaOnde histórias criam vida. Descubra agora