O contra-ataque começa!

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⚠️ Aviso: Esse capítulo contém níveis altíssimos e absurdos de vergonha-alheia. Tome cuidado.

***

Iwaizumi e Kageyama haviam se encontrado do lado de fora do Ginásio da Aoba Johsai naquela manhã friorenta de sábado. O treino matinal do time da Seijoh já estava perto de começar, portanto, Kageyama não planejava permanecer muito tempo ali. Como de costume, havia ido pegar sua remessa de iogurtes prometidos por Hajime, e já ia guardando as embalagens numa sacola enquanto trocavam algumas saudações murmuradas.

Sem esperar, Kageyama já destacou um dos iogurtes, enterrando o canudo e começando a bebê-lo em goles grandes. De alguma forma, aquela bebida era a única coisa que estava lhe acalmando nos últimos dias, como se fosse uma droga que não conseguia mais parar de ingerir.

Com o canto dos olhos, foi lobrigando os cochichos e olhares que o grande número de reservas da Seijoh lançavam para ele e Iwaizumi enquanto iam entrando no ginásio, surpresos e impressionados por finalmente terem uma das raras visões dos mais novo "casal" juntos. Os últimos a chegar foram Kunimi Akira e Kindaichi Yūtarō, e Kageyama sentiu nitidamente o desconforto que preencheu-os no momento em os olhos deles bateram em si. No instante seguinte, seus dois ex-companheiros de time desviaram o olhar e entraram no ginásio constrangidos, sem ao menos cumprimentar ele ou a Iwaizumi.

Em contrapartida, Kageyama apenas os observou tomando seu iogurte pacificamente. Já estava mais do que acostumado com aquelas atitudes "ariscas" dos dois, visto que ele próprio foi o culpado para as tais existirem.

Voltou a atenção para o mais velho à sua frente.

— Oikawa-san não chegou ainda? — perguntou.

Iwaizumi, que tinha os braços cruzados enquanto o observava degustar de seu iogurte, fez uma expressão cansada ante a menção do nome do capitão, seus olhos fatigados.

Suspirou.

— Ainda não. E é melhor você nem estar aqui quando ele chegar. — comentou com certa advertência. Desviou os olhos, massageando o pescoço tensionado. — Tem sido um inferno nesses últimos dias...

Kageyama apenas o observava em silêncio. Dava pra ver nitidamente que seu ex-veterano estava acabado. Certamente, ele era o que mais estava se sentindo mal com aquela história de "namoro-falso".

Mas não era pra menos. O próprio Kageyama ainda não sabia o que sentir com tudo aquilo, havendo alguns lapsos de surrealismo com toda aquela história várias vezes nos últimos dias.

Já fazia duas semanas desde que ele e Iwaizumi haviam começado a "namorar", e ainda que soubesse que tudo não passava de uma mentira, o levantador não conseguia deixar de notar a diferença com que estava sendo tratado e enxergado ao seu redor. Era como se estivesse protagonizando um papel importante numa peça e todos os olhares estivessem lhe acompanhando sem pausas.

Nunca se sentiu tão exposto quanto naqueles últimos dias.

Iwaizumi suspirou de repente, chamando sua atenção.

— Olha, eu estou pensando seriamente em a gente desfazer essa farsa toda. — disse na lata. Seu semblante estava sério e parcialmente decidido.

Kageyama não conseguiu deixar de admirar-se. Cessou a ingestão do iogurte por um momento.

— Sério?

O mais velho assentiu.

— Sim. Foi uma ideia precipitada e infantil, eu errei em me deixar levar pela raiva e pela insistência do Hanamaki. — seus olhos verde-oliva sondaram, então, o rosto interessado do mais novo. Pareciam carregar certa culpa. — Mas, principalmente, me sinto mal por ter te envolvido nessa história toda. — confessou e, como se tivesse lido seus pensamentos anteriores, acrescentou: — Você ficou muito exposto.

A FarsaOnde histórias criam vida. Descubra agora