Capítulo 6

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( Mais um capítulo pra vocês meus amores. Espero que gostem, boa leitura❤️
Obs: desculpem quaisquer erro, não revisei direitinho.)

Sexta a noite, tudo planejado para
que as coisas com Fábio finalmente voltassem ao normal. Cedi o apartamento para a Zulema a noite inteira, e logo depois do trabalho, passei lá para me arrumar a pegar as coisas que precisava.

Ia fazer uma surpresa: chegar sem avisar e preparar um jantar gostoso, uma sobremesa melhor ainda. Ia ser a faísca que estava faltando no nosso relacionamento.

Eu já tinha feito isso antes, e ele adora, então já tinha todo o esquema.

-Não espere por mim! -grito para Zule, correndo de um canto ao outro do apartamento.

-Aonde vai? -ela coloca o tronco (tampando com os braços a cintura) para fora do quarto, o que indica que ela está pelada.

- Fábio. -ela assente- E você, Ugly and naked girl? -provoco.

-Me arrumando. Maggie vem jantar em casa.

-Aiii! Você juntou as tetas para chamar ela para sair! Que orgulho!

-Uhum, agora tchau. -ela volta o corpo para dentro- Beijo!

-Beijo! -grito antes de ir.

Sigo até a garagem e pego meu carro, indo rápido até a casa de Fábio. Antes de descer do carro, retoco a maquiagem.

Cumprimento o porteiro, que nem se importa com a minha chegada; Fábio tem o meu nome gravado na portaria e eu tenho na dele, então podemos subir sem problemas um na casa do outro.

Subindo as escadas, escuto o grito de uma mulher, gemendo. Parece que ela se deu bem. E hoje eu vou me dar bem também.

Com um sorriso malicioso, giro minha chave na porta e entro. O sorriso no meu rosto se esvai, trocado por uma expressão de ódio, e eu grito:

-Mas que porra?! -eu berro.

Uma morena de cabelos curtos e
cacheados levanta o rosto do pau do meu namorado, a boca ainda em formato de O. Ela passa a mão pelo queixo e a fecha, saindo de cima dele.
Fábio pula do sofá, catando a cueca:

- Maca! Eu...

- Maca o caralho! O que está acontecendo aqui, Martínez?! O que está acontecendo aqui?! -eu grito, andando até ele.

-Quem é você? - a morena me olha com deboche.

-Eu? -franzo a testa, puta da vida. Dou dois passos e estou grudada nela - SOU A NAMORADA DELE, PIRANHA!

O rosto da menina dá uma pontada de dúvida, então ela desvia o olhar de Fábio para mim, o rosto ficando
vermelho:

-VOCÊ TEM NAMORADA?! -ela grita, andando até ele.

- Bis, eu posso explicar! -ele começa, mas ela interrompe lhe dando um tapa na cara.

-PUTO! -ela berra. A morena então passa os próximos quinze segundos o xingando enquanto cata suas coisas, e quando me dou conta ela já foi embora.

A mão pequena e delicada da menina ficou marcada na bochecha dele. E é só aí que retomo a consciência.

-Maca... -ele tenta se aproximar, mas
me afasto.

-Quanto tempo?

- Maca, por favor....

-Eu disse: QUANTO TEMPO? TÁ SURDO, JAMAL?! POR QUANTO TEMPO VOCÊ ME TRAIU?!

-Cinco meses. - ele sussurra, e me sinto perder o chão. Eu queria chorar. Estava com muita vontade de chorar. Mas não podia. Não na frente dele. Ele não mereçe minhas lágrimas- Mas foi um erro, por que eu te amo, e...

-AMA O CARALHO! Se me amasse, não trairia! Por que quem ama, respeita, porra! eu grito, agitando os braços Eu te respeitava. Por que amava você de verdade.

-Você ainda me ama....

-Amo nada! Não. Eu não te amo. Não mais. Meu amor por você acabou quando te vi com aquela garota. Nojento! Eu estou tão, tão puta agora, Fábio Martinez . -eu cuspo as palavras.

- Maca, para, você sabe que...

-Nem vem, por que não vou te escutar! -eu afasto sua mão. Solto uma risada sarcástica- Eu achei que o problema era eu. Vim aqui para te fazer uma surpresa, te deixar feliz. Me preocupei com você? Pra que? Por que? Você estava me metendo um chifre, e com certeza nem pensou em mim. -eu faço uma pausa, segurando as lágrimas. - Acabou, Fábio.

- Maca, não! -ele começa a andar atrás de mim e eu me viro.

-Eu disse que acabou!

-Maca...

- Vai dar o cu na esquina, Martínez. -lhe mostro o dedo do meio e saio andando pelo corredor a fora.

Só quando me sento no carro que me permito deixar a pose de durona. Finalmente, solto um grito alto de dor, batendo a cabeça no apoio do carro. As lágrimas finalmente escorrem. Nem passa pela minha cabeça o quão terrivel deve estar minha maquiagem.

Só choro.

Três anos. Três anos que passei ao lado dele, achando que o amor era recíproco. Que ele era o especial. Aquele com quem eu ficaria para sempre.

Mais um grito, e espero até que o mundo não fique mais embaçado. Sem chorar enquanto dirige, Macarena. Você pode chorar quando chegar em casa.

Sigo pelas ruas em silêncio, minha concentração completamente dividida entre segurar as lágrimas e dirigir. E assim que estaciono o carro e entro no elevador, deixo tudo de lado.

As lágrimas podem escorrer novamente. Me encosto em um dos
cantos do elevador frio, a pele nua do
braço descoberto esfriando-me até a
espinha. Esfriando meu coração. Acho
que o frio pode ajudar a curar a grande cicatriz que eu vou ganhar quando conseguir conserta-lo. Porque Fábio o quebrou em mil pedaços. Ele fudeu mesmo. Direitinho. Acertou na mosca.

As portas se abrem, e eu tento me ajustar nos saltos altos e segurar minha bolsa, e saio pelo corredor. Assim que giro a chave, abro a porta e a bato, e um dejavu me acerta em cheio.

Zule deitado no sofá, uma garota sobre ela. A garota e ela me olharam e eu dou um sorriso nervoso:

-Ops...dou um risinho, e cambaleio até o armário de bebidas- Já vou me trancar no quarto, um segundo.

Cato uma garrafa de vinho e a coloco debaixo do braço, então encaro uma de rum:

- Você também vem, bebê. -puxo a outra garrafa e começo a andar até o quarto. As duas me encaram, paradas nas mesmas posições. Observo a menina no caminho; ela aparenta ser bem alta.. e é magra como uma modelo. Cabelo castanho com luzes muito bem feitas, olhos castanhos claros, um vestido preto fino e delicado- Você deve ser a Maggie, né? - ela dá um aceno de cabeça quase imperceptivel- Bom, prazer, querida! -eu arranco a tampa da garrafa de rum- Desculpe atrapalhar. já sumi! -ando até o quarto com o rum
cortando minha garganta em grandes
goles, e antes de bater a porta sorrio - Alguém servido? - As duas fazem que não e eu assinto:

-Certo. Boa pegação, digo, boa noite
então. -digo, batendo a porta.

Pior. Dia. Da. Minha. Vida!

....

Roommates - ZURENA (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora