Capítulo 7

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(mais um capítulo pra vocês, espero que gostem, boa leitura.
Obs: não foi revisado atentamente, me corrijam se eu estiver errando algo.)

Pov Zulema

-Certo. Boa pegação, digo, boa noite
então.

Essas foram as sete palavras que Maca murmurou antes de bater a porta na minha cara.

Antes de ela entrar daquele jeito,
lágrimas secas grudadas nas bochechas, olhos vermelhos, a maquiagem toda borrada e o rímel que escorreu até a metade da bochecha, eu e Maggie estávamos tendo uma ótima noite.

Uma garota engraçada e gostosa, com muitos pontos em comum aos meus, mesmo gosto musical, e que beija muito. Estava mesmo muito divertido.

Até Maca chegar e atrapalhar a
pegação.

-boa noite então. -ela bateu a porta, e eu e Maggie permanecemos encarando a porta fechada. Então ela saiu de cima de mim.

-Então... aquela é a sua companheira de quarto?

Eu assinto. Apesar de realmente adorar a companhia de Mag, só consigo pensar na minha pobre maninha naquele quarto. Ela parecia acabada.

-Ela parece legal. -ela continua.

-Ela é incrível. -é tudo que eu falo, antes de me levantar- E eu preciso cuidar dela. Sinto muito, Mag. Mas ela
precisa de mim.

-Tudo bem. -ela também se levanta - Você é uma boa amiga.

Eu me aproximo dela para lhe dar um selinho, mas ela vira o rosto, fazendo com que beije sua bochecha. Eu não a culpo. Também ficaria bem magoada se uma mina me trocasse para cuidar de outra.

Mas ainda assim, para tentar amenizar o clima, sorrio:

-Eu amei sair com você. Foi muito bom. Se der, por favor, vamos repetir.

Ela só sorriu, pegando a bolsa. Já sei que isso é um não, mas ainda assim, finjo que não percebi. Eu a acompanho até a porta, e lhe dou um abraço de despedida.

-Quer que eu peça um táxi? -pergunto. Ela nega com um sorriso.

-Não precisa. Eu estou de carro. -eu assinto- Boa noite.

-Boa noite.

Espero até que ela já esteja no elevador para fechar a porta. E então, vou até o quarto de Maca.

A porta está destrancada, a luz
apagada, e ela está encolhida no canto da cama. Ao perceber a luz de fora, ela se vira lentamente e dá um sorrisinho, se sentando.

-Oi. -eu falo.

-Onde está Maggie? -ela pergunta baixinho.

-Foi embora. -eu ando até a cama e me sento junto dela- Você vai me contar o que aconteceu?

Ela pegou a garrafa de rum e a virou, mas fez uma cara desgostosa ao constatar que ela estava vazia. Jogou a garrafa no tapete e pegou a de vinho,
destampando sem nenhuma classe:

-Você estava certa. Eu tenho um chifre do tamanho de um prédio. - ela me
encara, um sorriso debochado, mas os olhos mostram seu coração partido. E o meu se parte um pouco também - Ele estava me traindo. Há cinco meses. E eu, burra, fui a única que não percebi.

-Maca... - é tudo o que eu consigo falar.

- Zule... - ela imita meu tom, e dá mais um enorme gole do vinho - Essa porra é muito fraca! - ela revira os olhos e dá um gole- Não tem nada que eu possa fazer. Nem você. Eu só quero encher a minha cara em paz, sabe? Não tem muito mais o que fazer, afinal, eu acabei de terminar um relacionamento de três anos e estou completamente sem rumo, mas quem liga? -ela dá de ombro, como se não ligasse. Mas eu a conheço. Sabia que ela estava praticamente morrendo por dentro. Apesar de ele ser um babaca que não a merecia, ela realmente o amava.

E amor é uma coisa importante para Maca. Ela gosta de se sentir amada. Gosta de amar. E acredita em amor verdadeiro. Então isso era um choque de realidade forte demais.

Eu a agastei da garrafa, colocando o vidro na cabeceira do meu lado da cama, e ambas nos deitamos, uma de frente para a outra:

-Você não precisa disso, Maca. Você está proibida de sofrer por ele. Por que ele não te merece! Ele é um escroto, babaca do cacete, que é um mau comido da porra.

-Você está certa. -ela assentiu desesperadamente, procurando pela parte boa do problema.

-Claro que estou! Ele era egoista, machista, burro, sem graça....

-Péssimo de cama, péssimo cozinheiro, terrível gosto para roupas, entediante...

-Pau pequeno? -arrisco, e ela dá uma gargalhada.

-Não tanto. Um pau na média, vai. Mas que nunca, nunquinha me fez ter um orgasmo. Ele é realmente péssimo de cama.

-Como? -me interesso, principalmente por isso estar trazendo o bom humor da loira de volta.

-Meu apelido pelas costas era Favinseg.

-Que?

- Fábio Vinte Segundos. -nós duas começamos a rir sem parar.

- Favinseg. Amei isso! -eu ri.

-Ele nunca soube o que era! -ela gargalhou. Ficamos rindo até pararmos, e nos encaramos por um momento, e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha dela:

-Nem pense em sofrer por ele. Aquele saco de bosta não merece suas lágrimas. Não merece nem a chance de ter te tocado uma vez na vida. Ele não merece você. Então pode parar com isso.

Me aproximo e beijo o topo de sua cabeça e sorrio para ela, que abre um de seus doces sorrisos. Ela é linda demais. Não deveria chorar nunca.

Fazê-la chorar devia ser considerado pecado. A pessoa que a fizesse chorar deveria ser condenada com pena de morte.

-Ninguém pode te machucar. Nunca. -ela sorri. Me abraça apertado, ainda deitadas. - Por que se te machucarem, vão se ver comigo. Vou quebrar esses feladamãe na porrada! -isso a faz rir mais um pouco.

Ela se aproxima mais, encaixando o rosto no meu pescoço. Eu envolvo meus braços nas costas dela.

-Obrigada Zule. É bom saber que posso contar com alguém.

-Sempre. -apesar de não querer me separar, acabo a afastando, e dou um sorriso malicioso- Agora, numa escala de um a dez, qual o tamanho do pau do Fábio?

-Não vou responder isso. -ela ri e sai da cama.

- Vai logo! -peço, seguindo ela para fora do quarto.

-Vou pedir comida chinesa, ok?

- É um número muito baixo? -pergunto novamente.

-Não vou falar!

-Eu só quero saber!

-Ok! O pau dele era um número cinco!
Bem na média mesmo. - Eu arregalo os olhos e não consigo impedir um sorriso:

-Rá!

-Por que você está rindo?

-Por que tenho certeza que o meu é de oito pra cima.

Ela fecha os olhos e depois os abre:
-Você nem tem um pau, Zulema.

- Você nunca viu. Rum!

- Quem disse? Tá bom. Agora já chega.
Você está acabando com meu apetite..

-E você está acabando com minha auto estima.

...

Roommates - ZURENA (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora