8
— Dia, alunos. — Irma entrou em passos rápidos sem sequer olhar para a turma e jogou suas coisas em cima da mesa.
— Droga, hoje é um daqueles dias onde não devemos fazer bagunça, não é? — Harry fez uma careta.
— Com certeza. — Blaise sussurrou de volta.
— Calem a boca. — Pince pediu, se sentando. — Como estão os trabalhos?
— Ronald ainda não veio falar comigo. — Zacharias foi o primeiro a se pronunciar e Weasley revirou os olhos.
— Então está esperando o que para ir falar com ele? — Olhou séria para o garoto.
— Eu-
— Vocês irão tirar zero e eu não estou brincando. — Balançou a cabeça. — Mas não se importam, não é? Eu também não.
Ginny levantou a mão no fundo da sala.
— Diga, Wright.
— Eu não tenho uma dupla.
— Porra, eu tinha me esquecido disso. — Irma colocou a mão na testa e os alunos arregalaram os olhos com seu xingamento. — Digo... poxa.
— Professora. — Cho a chamou. — Como todos já tem uma dupla, será que ela não pode fazer com a gente?
— Pode, pode sim, problema resolvido. — Assentiu, balançando sua mão e abrindo a tela de seu notebook.
— Ginny, você pode ir para a minha casa amanhã? — Luna virou para a ruiva. — Nós iremos gravar o penúltimo vídeo.
— Claro, posso sim. — Sorriu, fazendo Lovegood fitar seus lábios por mais segundos do que planejou.
As próximas aulas foram silenciosas, os outros professores eram sérios, principalmente o Sr. Snape, que tinha um olhar asssustador e que deixava Harry com pesadelos.
No intervalo, ele esperou que Malfoy fosse chamá-lo para conversar sobre o assunto que tinham, mas o garoto não saiu de seu assento, apenas continuou desenhando em seu caderno. Potter não sabia se devia ir até ele, mas conforme os minutos passavam, ele decidiu que era melhor ficar conversando com Ron, que no momento tinha os braços cruzados e uma face emburrada.
— O que foi, Rony?
— Nada.
— Fala.
— Falar o quê?
— Por que você está bravo? — Perguntou e Weasley finalmente olhou em seus olhos.
— Sabe por que estou bravo? Porque desde que você criou aquele grupo idiota, Blaise está estranho comigo.
— Como assim? — Franziu o cenho. — Mas eu criei aquele grupo justamente para resolver o que quer que esteja acontecendo entre vocês.
— Mas não está acontecendo nada entre nós, Harry, às vezes você é cru demais. — Balançou a cabeça. — E você só perdeu tempo criando aquele grupo, nós saímos logo depois de você, eu saí primeiro.
— Sério? Então vou criar de novo.
— Nem pense nisso!
— Por que não? Você sente algo por ele, não é?
— O quê? Não! — O olhou bravo e Harry riu.
— Tem certeza?
— Claro. Vai se ferrar, Harry.
Potter resolveu não continuar aquela situação, em algum momento seria resolvida. Ele virou o rosto e fitou a janela, mas seu intuito era, na verdade, ver o que Draco estava fazendo, então tentou olhá-lo pela visão periférica.
Ele estava de cabeça baixa desenhando, claro.
Quando o intervalo acabou, os alunos voltaram gritando para a sala, eles falavam sobre o jogo de futebol, coisa que Harry não se interessava nem um pouco. As três últimas aulas passaram tranquilas, quer dizer, a última aula sempre era barulhenta devido a ansiedade de querer logo ir para casa, é claro.
Quando o sinal bateu, os alunos guardaram suas bolsas e se levantaram rapidamente, saindo da sala.
— Te espero lá fora, Draco. — Ginny acenou para o primo antes de sair junto a Luna e Cho.
— Não vem com a gente? — Blaise perguntou para o moreno, que permanecia sentado. Harry apenas prensou os lábios e Zabini olhou para Malfoy que também estava sentado em sua cadeira. — Ah...
— Então até amanhã, Hazz. — Weasley sorriu, puxando Blaise para sair consigo.
— Até amanhã. — Acenou.
Ele permaneceu em sua cadeira, fitando o quadro branco a sua frente, até ouvir os passos calmos de Draco se aproximando.
O loiro parou ao seu lado.
— Oi. — Disse, sua voz rouca sempre deixava Harry arrepiado. — Você precisa ir para sua casa agora?
— Não, por quê? — O olhou, suas orbes azuis o fitavam fixamente.
— Temos que gravar seu vídeo, você irá gravar os dois últimos. — Avisou. — Certo?
— Sim... certo. — Harry colocou sua bolsa nas costas e se levantou, mas quase caiu para trás de novo quando seu peito ficou quase colado ao de Malfoy. — Uh...
— Vamos. — Draco se afastou, abaixando o rosto e caminhando em passos rápidos para fora da sala.
Harry conseguiu sentir a tensão naquele mísero segundo.
Eles saíram para fora da escola e Ginny se despediu de Luna e Cho, caminhando em direção aos garotos.
— Draquinho. — O chamou, levando os olhos escuros até Potter. — Olá, acho que ainda não fomos apresentados.
— Oi, eu sou Harry Potter.
— Ginny Wright. — Sorriu, se aproximando para dar um beijo em sua bochecha. — Eu queria fazer isso com a professora, mas Draco disse que ela provavelmente me expulsaria da sala.
— Eu não acho que ela faria isso. — Harry riu, sentindo o olhar de Draco em si. — Não naquele dia pelo menos, a Sra. Pince é bipolar.
— Eu notei isso hoje. — Comentou. — Vamos? Você vai com a gente, Harry?
— Sim, eu irei gravar o trabalho com Draco. — Explicou e a ruiva assentiu.
— Certo, então vamos chamar o uber.
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Lust | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Harry nunca soube o porquê de Draco ser um garoto tão quieto e estranho, ele sempre se sentava na última cadeira da turma e não falava uma palavra a menos que fosse forçado. Mas um trabalho em dupla foi o motivo para que Harry, sem quere...