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— Encontrou algo? — Draco perguntou do outro lado da linha.

— Não. — Harry sussurrou, ele estava no quarto de Lily, especificamente em seu guarda-roupa.

— Procura alguma bolsa, um contrato de casamento, sei lá.

— Draco, eu estou fazendo isso. — Revirou os olhos. — Mas a minha mãe sempre leva os documentos dentro da bolsa, então o contrato de casamento deve estar com ela.

Por que alguém guardaria contrato de casamento na bolsa?

— Muitas pessoas fazem isso. — Potter viu uma mochila preta no canto. — Achei!

Achou?!

— Achei uma mochila.

Vê o que tem dentro!

O moreno pegou a bolsa e caminhou até a cama, se sentando. Quando a abriu, viu que tinha algumas roupas e também uma sacola com papéis.

E aí?

— Calma. — Abriu a sacola. — Tem alguns papéis aqui.

Céus, algum desses tem que ter alguma coisa.

— Draco, isso não faz sentido, por que eles iriam mentir sobre isso?

Eu não sei, Hazzi, mas não podemos negar que essa história está muito mal contada, tem algo.

— Você está com paranóia.

Acha que estou com paranóia?

— Urg, eu não quis dizer-

Você quis sim. — O cortou. — Se acha que devemos parar de procurar, se acha que isso não vale a pena, então me diga.

— Draco, para com isso.

Para você, eu estou tentando procurar alguma resposta, tentando encontrar algo, e você está me tratando como se eu fosse um louco.

— Céus... Draco, eu-

A ligação foi encerrada, o que fez Harry bufar.

— Não precisava disso.

Ele deixou o celular de lado e começou a fuçar nos papéis, eram xerox de várias letras de músicas. Harry suspirou frustrado por ver que eram papéis de sua mãe.

Continuou procurando alguma pista sobre qualquer possível registro, mas não tinha nada ali que pudesse ajudá-lo.

— Droga... — Murmurou.

Ele escutou um barulho na porta e levantou apavorado, socou as roupas e os papéis dentro da bolsa e a fechou, levando para o guarda-roupa.

Não era para sua mãe estar em casa naquele momento, ela não iria trabalhar até tarde?

Ele correu para fora do quarto e fechou a porta.

— Mãe? — A chamou.

— Não é a sua mãe. — Escutou a voz de James.

— James... o q-que faz aqui?

— Eu moro aqui, não moro? Ou fui expulso? — O homem caminhou até a cozinha.

Bem que Harry queria.

— A sua mãe já sabe?

— Hum?

— Não se finja de sonso, sabe do que estou falando.

— Sim... ela já sabe.

— Eu sabia que você iria contar. — Riu de forma irônica.

— É claro que eu iria contar, ela merece saber.

— Ela não merece saber, nem você, isso não é da sua conta. — Pegou o pote de biscoitos. — Por que está tão perturbado com isso? E daí que Draco é seu irmão, você não gostou?

— Não. — Respondeu por impulso.

— Qual é o problema, filho? — James estava com uma expressão estranha, assustadora, uma expressão que dava medo em Harry. — Eu pensei que ficaria feliz em ter um irmão.

Não ele.

— Mas pelo visto você preferia ser amigo dele, não é? — Olhou para o pote, segurando alguns biscoitos na mão. — Que pena que não são, então.

— Aonde está querendo chegar? — O menor franziu o cenho.

— Eu? A lugar nenhum. — Deu de ombros. — Só acho muito estranho a relação de vocês.

— Relação?

— A relação entre dois... amigos.

Harry riu ironicamente de suas palavras e balançou a cabeça.

— Já chega, eu não vou ficar aqui ouvindo isso.

— Não dê as costas para mim. — Mandou rígido.

— Você não manda em mim.

— Eu sou seu pai.

— Infelizmente.

— Cale a porra da boca! — Gritou, assustando o menor. — Ou eu juro que te darei uma bela de uma surra, seu viadinho de merda.

— N-não pode fazer isso.

James arqueou uma sobrancelha e caminhou até o moreno menor, que se encolheu.

— Não pague para ver.

Harry olhou para o chão com medo de encarar seus olhos.

— Estou de saída. — Avisou.

O menor soltou o ar quando ele saiu, em seguida correu em direção ao seu quarto com o coração acelerado e as pernas bambas. Pegou seu celular e procurou o contato da única pessoa que poderia acalmá-lo agora.

— Draco!

O que foi? Eu não posso-

— O m-meu pai.

Harry, o que ele fez?! — A voz do loiro alterou. — Ele tocou em você? O que ele fez?

— Não, ele n-não tocou em mim. — Fungou. — Mas ele sabe, Draco, e-ele sabe.

Ele sabe?

— Ele sabe da gente.

O quê?

— Por favor, eu sei que fui ignorante com você, eu sei que deveria te pedir desculpas agora, mas, por favor, Dray... eu preciso de v-você agora. — Pediu, a voz falhando.

Calma Hazzi, calma bebê. — Draco tentou acalmá-lo. — Eu estou indo, ok? Estou indo para você.

— P-por favor.

Já estou saindo de casa. — Avisou. — Fique onde está.

— Eu te amo. — Sussurrou antes de encerrar a ligação, sem saber se o outro havia escutado ou não.

E mais uma vez ele não conseguiu evitar Draco. Ele precisava de Draco, não poderia fazer aquilo, não naquele momento.

Lust | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora