Smile When You Dive In

Capítulo 39

As carruagens ainda sacudiam sobre as colinas onde a Terra havia se movido ao longo dos séculos. Os alunos do primeiro ano ainda remavam em barcos para o castelo, a luz da lua iluminando sua expectativa. Regulus ainda sentia o calor dos braços de seus colegas contra os seus enquanto eles se apertavam nos bancos para abrir espaço para seus novos companheiros de casa. As engrenagens da mecânica que governava Hogwarts continuaram girando exatamente como durante todo aquele tempo, os dentes se enganchando no próximo, um após o outro. Mas para tudo o que permaneceu inalterado, Regulus viu apenas as coisas que permaneceram. Ele viu o espaço particular que seu irmão e seus amigos ocupavam anteriormente no Salão Principal, agora preenchido por outros Grifinórios cujos nomes ele não sabia. Ele viu os testes para um artilheiro, o substituto de James. Acima de tudo, ele sentia a ausência do controle de sua família sobre o castelo.

Em seu primeiro dia em Hogwarts, ele cruzou a plataforma com roupas idênticas às de seu irmão. Eles ficaram juntos até que Sirius avistou seus amigos, quando então ele estava sozinho pela primeira vez. No trem, Narcissa o confortou e deu as boas-vindas em segurança ao grupo dos outros sonserinos. A presença deles na escola fez Regulus se sentir protegido. Não no caso de uma briga, porque ele não se meteu naquelas, mas em virtude de sua sombra. Ele era o mais jovem de três descendentes de Black no castelo e, mais tarde, o mais jovem de dois. Agora ele estava sozinho. Se isso não fosse ruim o suficiente, a busca de Regulus para permanecer invisível foi frustrada por sua própria biologia. Durante o verão, ele havia crescido significativamente e parecia ser a única coisa que alguém queria dizer a ele. Carmen, os meninos em seu dormitório, até o professor Slughorn estendeu a mão para Regulus como se o comparasse. Se alguma vez ele ficou mais desesperado para fugir da atenção, ele não conseguia pensar nisso.

Apesar de todas as suas preocupações, ninguém viera buscá-lo depois de sua excursão noturna com Bellatrix. Sem aurores, sem visita de Dumbledore, sem carta do Ministério questionando seu uso de magia por menores. Agora, ele se perguntava quais seriam as consequências disso, especialmente depois que ligassem o assassinato a ele. Eles o deixariam trocar de roupa antes de levá-lo para Azkaban ou iriam levá-lo direto para lá em seu uniforme escolar? As preocupações nunca deixaram Regulus, não importa quanto tempo passasse. Nem os pesadelos que a noite havia induzido. Regulus viu o homem não como ele era naquela noite, mas do jeito que ele imaginou que deve ter cuidado depois que ele e Bellatrix partiram. Seus dedos incharam e a pele ficou pálida. Boca aberta e olhos vidrados. Todas as noites, Regulus acordava e ia ao banheiro para mergulhar o rosto na água,

Embora a ausência no Salão Principal o deixasse com uma sensação de vazio, permitiu a Regulus dar toda a sua atenção a assuntos mais urgentes. Sua prisão iminente, mas também as meninas. Desde que ele percebeu as intenções de Lucius em se encontrar com ele tantas vezes, eles o vinham importunando para envolvê-los 'naquela coisa'. No início, ele os havia adiado porque não tinha certeza se deveria envolvê-los em algo sobre o qual não sabia muito. Uma vez que ele foi convencido pela voz suave e mão gentil do Lord das Trevas, ele tolamente quis manter essa parte de sua vida para si, temendo que sua intrusão estragasse o deleite silencioso borbulhando dentro dele. Agora, ele mais uma vez se sentia da mesma forma que no início.

"Você vai a essas reuniões há um ano , Reggie. Pare de ser tão egoísta! " Carmen choramingou enquanto Regulus se preparava para o segundo encontro desde o início do sétimo ano.

"Carm, eu não sei o que você está imaginando, mas realmente não é muito uma festa." Ele revirou os olhos, amarrando a gravata preta que havia escolhido para a noite, um presente de Narcissa em seu aniversário de dezessete anos.

"Ela tem razão, Reg. Você disse que nos avisaria assim que tivesse certeza. " Willa saltou.

"E você parece ter certeza!" A voz de Carmen estava alta, como sempre ficava quando sentia que estava sendo tratada injustamente. Regulus deu a ela um olhar que a lembrou de onde eles estavam sentados na sala comunal, cercados por outros alunos.