[1] ✰ ─ passeios, motos e olhos curiosos.

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#SentirColorir 🌅
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Jimin sentia-se pequeno.
Mas não se engane, não sentia-se dessa maneira deplorável por sua pouca idade ou pouca altura.

Se sentia assim por estar cercado de gigantes, estes gigantes que poderiam acabar consigo e com todos os seus sonhos guardados, com apenas um passo mal calculado; poderiam esmagá-lo apenas com seus pés.

Claro que era só mais uma metáfora maluca que criou em sua mente conturbada, entretanto, ao acordar e deparar-se que ainda sonhava os mesmos sonhos, se perturbava com os mesmos pesadelos e agitava-se com as mesmas vontades reprimidas, pôde perceber que talvez estivesse em toda sua certeza, ao se ver preso naquela metáfora que denominava maluca.

No fim, aquilo simplesmente era uma realidade assustadora.

Suspirou fundo, libertando-se de seus pensamentos precipitados logo pela manhã. Sentou-se no colchão macio feito pluma, esticando com paciência os seus braços, com o anseio de ouvir estalos para, assim, ter a certeza de que realmente estavam alongados.

Esses, logo vieram.

Riu sozinho pelo barulho alto, girando os ombros após, para que tivesse um alívio de sua dor crônica que sempre o atormentava. Por fim, encostou seus pés no chão, calçando suas pantufas futilmente caras, andando até o meio do quarto e parando ali para que analisasse sua própria aparência no espelho.

Era bonito, isso qualquer pessoa poderia afirmar com toda sua certeza. Tinha cabelos ruivos e sedosos, um corpo perfeitamente esculpido, apesar de sua barriga redondinha e as dobrinhas que a tomavam, quando estava sentado; de qualquer forma, não era de todo um incômodo, sentia que aquilo contribuía para a harmonia de seu ser. Tinha lábios grossos e bem desenhados e sardinhas adoráveis nas bochechas.

Contudo, lhe faltava cor.

Não dizia da sua pele pálida, de pouca melanina. Aquela era uma forma estúpida de disfarçar que, na verdade, a cor que lhe faltava eram as tão sonhadas que via em livros ou filmes; o vermelho do amor, o amarelo da alegria e o verde da esperança.

Essas coisas lhe faltavam, e poxa, já fazia tanto tempo.

Quando criança, o gramado ainda era verde e as flores do jardim eram em tom amarelo vivo. O amor que sentia vindo de seus pais era vermelho.

Quando corria com seu melhor amigo pelo quintal, lembrava-se de se sentir azul, em plena tranquilidade e serenidade; estar dentro do abraço quentinho do mesmo, o fazia sentir-se marrom, em conforto.

Mas todas essas cores que antes estavam em seus olhos, foram arrancadas sem pena de si.

Não sabia como havia acontecido, de repente, estava restrito de sentir-se colorir.

Por isso, estava cinza, uma neblina havia apossado de seus sentimentos e o tomava em extrema e, em longínqua, tristeza.

─ Jimin, querido? ─ Era Mary, governanta da grande mansão.

Sorriu sem os dentes, aliviado ao lembrar-se que ainda a tinha ali; não estava sozinho, e confiava que, em dias chuvosos, aquela única moça poderia trazer o sol de volta para si.

Daddy Issues, JIKOOK. 🌅Onde histórias criam vida. Descubra agora