Amante - Sariette.

Capítulo 20 - Leblon.

capítulo reescrito
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Assim que o táxi para em frente a empresa, eu desço.

Há duas viaturas de polícia.

Olho ao redor, curiosa sobre a presença deles. Caminho em direção à entrada, tentando identificar o que está acontecendo. Observo que alguns policiais conversam com os funcionários do período da noite, enquanto outros parecem investigar algo.

Os repórteres, loucos para serem alimentados por alguma notícia, estão em uma área isolada pelos seguranças.

Eu entro sem pudor nenhum.

Encontro Sarah sentada em sua sala com Arthur.

Meus sapatos esmagam os cacos de vidros espalhados pelo chão.

Muitas coisas estão quebradas.

Dou três batidas na porta antes de entrar.

- Ai, Sarah! - Arthur reclama. - Passa isso mais devagar!

Há sangue em suas mãos.

- Se você parar de se mexer, talvez eu consiga limpar direito. - Ela reclama. - Oi, doutora. - Me encara.

- O que aconteceu?

- O que aconteceu? Você deveria controlar mais o seu próprio marido. Vandalismo, agressão e ainda por cima espalhou coisas que já estavam resolvidas. - Arthur exclama, impacientemente.

- A culpa não é dela, Arthur. Nós já estamos resolvendo isso, Ju. Não precisa se preocupar.

- Você fez um boletim de ocorrência? - Pergunto.

- Não. Mas a minha família sim. E não foi nem pelo vandalismo, e sim pela agressão em Arthur e por ele ter inventado para todo mundo um motivo mais esdrúxulo possível da prisão do meu pai. Eles estão vindo aqui.

Arregalo meus olhos.

- A-aqui? Tipo, na empresa? - Gaguejo.

- Sim. Por quê?

- Cuidado ao se envolver com a família Andrade, Juliette. Se um cai, todos que estão com eles também caem. - Ele fala, Sarah dá um leve tapa em sua cabeça. - Era brincadeira.

- Brincadeira de muito mal gosto. Imbecil.

- Você precisa de mais senso de humor.

- É? E como eu vou ter senso de humor se a partir de hoje, todos os dias, eu terei que viver preocupada com o que as pessoas são capazes de fazer para ver a sua família comendo o pão que o diabo amassou? Não é você quem vai sofrer com as consequências, Arthur. A sua mãe estará disposta a pagar para todos os jornais apagarem qualquer coisa sobre você. Foi assim quando você engravidou aquela mulher e simplesmente sumiu.

- Espera, o que? - Pergunto, curiosa.

- Não é nada demais. - Ele se defende. - Não tinha que acontecer. Eu não queria a criança, ela sim. No fim, deu no que deu.

- E no que deu?

- Eu matei ela. - Meus olhos arregalaram automaticamente. - É brincadeira, Juliette. - Dá risada. - Você fica muito engraçada com essa cara de espanto. Vocês duas precisam de mais humor. Não é atoa que conseguiram se dar tão bem.

- Eu... eu volto pela manhã. Tudo bem?

Eu sou muito cética ou isso não teve nem um pingo de graça? Prefiro acreditar na segunda opção.

- Eu te acompanho, doutora. - Sarah diz. - Arthur ficará aqui. - Deixa a gase em sua mão. - Termine de limpar.

Ela não pega em minha mão. Apenas me dá espaço para sair de sua sala. Agora, o barulho da sua bota quebrando o resto dos cacos de vidros espalhados prende minha atenção.