Balthazar e Joe procuraram por Dyesica por horas, parecia que ela queria se esconder e era muito boa nisso.
Eles a encontraram sentada ao lado de Fafnir, conversando e observando o céu, a cor quente como brasas ardentes e o sol atrás das grandes árvores indicava o fim de um dia.
- Dyesica ?
- oi Joe ... Não é ... Lindo.
- de fato – disse Fafnir.
- as vezes passamos tanto tempo brigando e cultivando ódio e esquecemos do quanto esse mundo é belo – disse Dyesica com uma brisa leve, balançando seus cabelos.
- precisamos da sua ajuda em algo.
- bom eu estou aqui, do que precisam?
- eu e o Balthazar queremos ir a um lugar e pensamos que você nos arrumaria uma carona.
- aonde vocês querem ir ?
- para o Brasil.
- achamos que um objeto do meu pai possa estar lá. De
- a espada ?
- sim.
- eu posso levá-los – disse Fafnir.
- é melhor não.
- vocês já voaram nas costas de um dragão antes?
- sem querer ofender eu até que estou empolgado pra voar em um dragão, mas não queremos chamar atenção de um país inteiro com um dragão voando sob as pessoas.
- olhando por esse lado... Você está certo.
- bom Joe até da, mas estou sem mana no momento.
- mana ?
- é como os bruxos chamam o kan.
- Balthazar você não me disse que posso ficar sem kan.
- nós não podemos, não somos seres mortais... demônios anjos e Deuses tem kan ilimitado.
- isso é tipo um hack.
- mais ou menos.
- acho q amanhã a noite eu consigo.
Joe se virou rapidamente para suas costas.
- o que foi Joe ?
- acho q nada – disse fechando os olhos pensativo.
Joe e Balthazar trocaram olhares, como se um soubesse oque o outro estava pensando.
Ambos pularam e imobilizaram a primeira coisa que se mexeu no lugar.
- Lucky ?
- vocês tem olhos nas costas ? Na moral mesmo ?
- não nos assuste assim.
- eu quero ir.
Eles soltaram Lucky e o ajudaram a levantar.
- depois agente vê isso agora temos que voltar para casa.
- ei não me deixa de fora eu posso ajudar, sou forte – disse sentando na grama.
- deixa o garoto ir Joe – disse Yora.
- ah ... Você existe né.
- tá me tirando seu merda ...
A boca de Yora foi preenchida por um pirulito que Joe enfiou na sua boca.
- agente vai pra longe.
- eu sei aonde fica o Brasil, deixa eu ir.
Os olhos de Lucky brilhavam como diamantes, seu rosto parecia o de um cachorro encarando um açougue.
- humanos normais não conseguem ver o local que buscamos.
- mano eu solto raios e me movo na velocidade do som... Eu não sou normal.
- é ... Ele ganhou, vai fazer as malas Lucky.
- isso!
- encontra agente aqui ao anoitecer de amanhã.
- Lucky sumiu como um raio.
- ele tá muito empolgado em – disse Dyesica.
- poisé ...
- Joe você tem certeza disso ?
- ele quer ajudar e outra ... Como eu diria não pra ele ?
Joe e Balthazar caminharam até a casa em silêncio acompanhados pela brisa da noite
O garoto acordou com o sol refletindo em seus olhos azuis, ele havia acordado em parte... Sua alma ainda estava em sua cama.
Era como se algo o puxasse de volta.
- eu preciso levantar.
Ele se aprontou e desceu ao refeitório aonde comeu uma bela porção de ovos e bacon.
O dia se passou lentamente até que finalmente o grande manto da noite tomou o céu.
Todos estavam presentes.
- então Brasil ?
- sim Rio de janeiro pra ser exato.
- ok.
Dyesica balançou suas mãos e recitou cânticos estranhos e logo um portal começou a se formar.
- nunca me canso disso.
- vamos ?
Todos a seguiram quando ela entrou no portal.
Tudo ficou negro, e logo um grande flash colorido tomou conta do que parecia ser um túnel sem fim ele despencou por alguns segundos até a tudo ficou branco.
Joe abriu os olhos e avistou o grande Cristo Redentor.
- bom e agora para aonde vamos?
- antes disso algum de vocês sabe falar português?
- ah ... Não.
- e como vocês pretendiam comprar comida e um lugar pra dormir?
- Eu não ... Pensei nisso.
- vem cá vocês.
Dyesica colocou a mão em suas testas.
- pronto agora sabem.
- simples assim?
- sim mas nem tudo eu consigo resolver não sou uma Deusa.
- nós olhos de alguém você é em ... – disse Yora.
Joe levantou o indicador dentro do bolso.
O rabo de Yora foi tomado por uma pequena fagulha de chamas.
- AI AI AI – gritou apagando.
- quem foi o imbecil?
- continuando ... Balthazar para aonde nós vamos? – perguntou Dyesica.
- Bom eu não sei, Deliora me contou apenas que estava nessa cidade, ele cuidou para que apenas seu filho conseguisse acha-la.
- bom isso é complicado.
- você não faz ideia, isso antes era uma aldeia de índios.
- nossa quantos anos você tem cara?
- um bocado.
- vamos comer algo?
- sim é melhor.
Eles andaram a procura de algum lugar para comer, acompanhados pelas luzes da grande cidade.
Encontraram uma pequena lanchonete. Aonde entraram e pediram algo enquanto seguiram a conversa.
- então Deliora me disse algo sobre deixar dicas para q seu filho a encontre.
- como assim...
- isso você tem que nos dizer, você é o filho.
- entendo.
- na verdade ... Não precisa ser você em específico, qualquer pessoa com o coração puro e que siga o desejo de Deliora pode impunha-la.
- então corremos o risco de alguém já a ter encontrado?- perguntou Lucky.
- sim temos que considerar essa possibilidade.
- bom ninguém disse que seria fácil.
- o pedido de vocês.
O garoto que os atendeu era negro, usava dreads e alguns brincos.
- obrigado – agradeceram.
- por sinal Dyesica como aprendeu português?
- meu pai, seu umas 7 a 8 línguas.
- incrível.
- não é nada de mais... Meu pai sabe falar a língua de cada povo dos três reinos.
- uau.
- poisé.
- Ashaku grumir da- disse Balthazar.
- Yormir darium ashaku – respondeu Dyesica.
- que merda é essa?
- língua de demônio... Eu subestimei seus talentos garota bruxa.
- obrigado Balthazar.
A conversa se estendeu por noite adentro, após comer pagaram a conta e procuraram um hotel para se hospedar.
Encontraram um pequeno hotel de esquina, aonde acharam que seria perfeito para o momento eles não podiam chamar atenção.
Eles pagaram a noite e subiram para seus quartos, exato por Dyesica e Joe.
- Dyesica o que você quer fazer hora dessas ?
- veste uma roupa legal e me encontra aqui em alguns minutos.
Joe não tinha nada muito extravagante mas se vestiu o melhor que pode, e foi ao encontro da garota.
Dyesica estava impecável, dos cabelos até mesmo ao vestido bem acentuado a seu corpo.
- uau...
- alguém apaixonou ...
- fica quieto Yora.
- o que só estou feliz pelo meu grande amigo estar tendo o primeiro encontro da sua vida.
- não é um encontro.
- vai beijar na boca.
- fica quieto.
- Joe ! – chamou Dyesica.
- oi eu ... Estou aqui.
- dizem que as festas daqui são as melhores.
- sério ?
- é o que eu ouvi... vamos ver se achamos algo então.
Os dois chegaram até uma rua que estava bastante movimentada aonde estava acontecendo uma grande festa particular, a fila se estendia até duas ruas na frente.
- como vamos entrar ? Não somos convidados.
- relaxa só confia em mim.
Ambos andaram até o segurança, enquanto as outras pessoas os vaiavam por furar fila.
- olá ... Dyesica e Joe Smith.
- não est...
Dyesica balançou suas mãos.
- nós não precisamos ser checados.
- vocês não precisam ser checados.
- o anfitrião ficará honrado em nos ver.
- será uma... honra entre.
Eles entraram, Joe não sabia o que dizer, o quanto Dyesica é poderosa?
- cara como você fez isso?
- feitiços mentais não são meu forte mas eu até manjo um pouquinho né?
- fala sério você parecia um mestre jedi.
Dyesica sorriu.
- vamos ?
- claro mestre Yoda.
- idiota – sorriu.
Aquele parecia ser o melhor dia da vida de Joe. Ambos beberam e dançaram até os pés doerem.
O garoto não se divertia tanto a anos.
- vamos pra outro lugar?
- vamos.
Dyesica pegou na mão de Joe e correu para fora da festa.
Compraram um sorvete em um mercado 24 horas que encontraram pelo caminho e se sentaram em uma praça.
- você acha que nós vamos conseguir?
- conseguir o que? A espada?
- a espada também... Mas tipo, meu irmão e seus pais.
- ah ... Sim, eu não sei.
- entendo, bom vamos morrer tentando... só de imaginar como Bruce deve estar se sentindo, o medo, frio e tudo que esses ... Demônios podem estar fazendo... Ele é só uma criança.
- Joe nós não vamos morrer... Eu te protejo garotinho indefeso.
O garoto sorriu e levantou seus olhos para o céu negro da noite.
- vamos?
- sim.
Os dois caminhavam por um rua escura e espaçosa seguidos pelo silêncio e a brisa fria da noite, muito mal iluminados pelos postes de luz espalhados pelas calçadas.
- Joe espera!
- eu também senti.
Todas as luzes da rua se apagaram uma seguida da outra, alguém poderoso estava ali, como os descobriram ? N falaram para ninguém sobre a viagem... O traidor estava entre eles? As dúvidas corroeram a mente do jovem joe quase indefeso.
Uma figura encapuzada surgiu dentre as sombras densas.
- olá meus amigos... Devo parabenizá-los é difícil encontrar vocês.
- quem é você? Um demônio?
- um... Simpatizante na verdade, o lorde sem nome pagará muito bem pelas suas carcaças, principalmente por você jovem da família Deliora.
O homem retirou seu capuz, revelando seu rosto. Um rosto de aparentemente 35 anos com várias tatuagens pelo corpo, cabelo curto loiro com uma sinistra heterocromia em seus olhos vermelhos e azuis... As enormes cicatrizes seguiam ao arredor de toda a pele visível do homem.
- quem você é responda.
- eu sou o ... Colecionador... Digamos que eu vendo coisas não muito legais, para pessoas ruins, entende?
- e agora nós somos a encomenda?
- exatamente... Não é nada pessoal é só comércio.
- Joe esse cara é forte, fica perto.
- vamos nos divertir um pouquinho jovem escolhido.
- JOE – gritou Dyesica puxando a espada de Joe do além.
Joe segurou a espada com força e serrou os dentes.
- escória nojenta.
- palavras como essas magoam uma pessoa jovem joe.
- Joe corre !
- o que ?
- CORRE!
Ambos correram na direção oposta porém foram cercados por vários capangas segurando armas grandes.
- droga – Dyesica olhou para o colecionador de volta.
- não achou que seria fácil fugir não é?
- façam deles queijo suíço!
Todos dispararam.
Dyesica abriu uma barreira transparente que os protegeu.
- Joe isso não vai durar muito tempo, alguma ideia?
Os tiros pareciam o rugido de mil dragões sedentos por carne, enquanto cada pente esvaziava mais a barreira se enfraquecida. Cada cartucho que caia era uma rachadura a mais.
- isso não parem, FOGO!
Uma sombra surge na lua como um herói de HQs americanas, envolto por um capuz e máscara o homem misterioso pula de cima do telhado aonde estava.
Uma grande rajada de uma submetralhadora, desceu em direção a cada capanga, levando três ao chão, com uma arma em cada uma de suas mãos ele atacava ferozmente todos os inimigos.
Um grande tiro de RPG veio em sua direção do alto de um telhado.
Com o apertar de um botão um grande escudo de energia surgiu em seu braço e o protegeu.
- essa foi por pouco.
O homem mascarado apertou algo ao lado de sua máscara e a partir dela ele se tornou invisível.
- que porra é essa ?
Homem por homem cada um dos inimigos caíram.
Ele apareceu diante dos garotos.
- quem é você?
- apresentações depois, me ajudem aqui.
Dyesica desfez a barreira e com um feitiço elétrico atacou 5 dos homens do colecionador.
Joe como um raio, correu na direção dos atiradores cortando balas com sua espada e ceifando a vida de todos uma um.
Um novo tiro de RPG foi deparado, dessa vez na direção de Joe. Que deu um salto mortal parafusado e se esquivou enquanto cortava o míssel.
- Joe ? – Dyesica não acreditou no que viu.
Após todos estarem mortos o colecionador deu uma grande gargalhada sinistra.
- você não para de se interferir em meus assuntos não é mesmo vigilante.
- não vou parar enquanto sua cabeça não rolar, colecionador.
Ambos avançaram na direção do oponente que com as mãos segurou a espada de Joe e chutou Dyesica para longe.
- jovem demônio você aprende rápido, mas não rápido o suficiente.
O vigilante avançou com movimentos de parkour e o atacou por cima.
A grande rajada foi parada por cartas que flutuavam como mágica.
- você realmente deixou de ser humano.
- servir ao mestre sem nome ... Traz benefícios.
- como vender sua alma ?
- sua tecnologia é insignificante perto do poder Khan de um demônio jovem.
O colecionador encarou o rapaz de forma tão afiada, que o herói se sentiu encurralado por uma grande serpente.
O jovem é atingido por um soco no rosto seguido pelas cartas que fizeram leves cortes o mandando para longe.
Dyesica ergueu suas mãos na direção do inimigo.
- destruição mental !
Ele gritou desesperadamente mas ... Em seguida começou a rir insanamente.
- sua magia mental não pode danificar minha mente bruxa.
A mente da garota se despedaçou de uma só vez o colecionador havia mandado o feitiço de volta para a garota.
Foi como entrar no próprio inferno.
Dyesica caiu no chão se contorcendo de agonia.
Joe levantou e correu na direção do colecionador Joe o atingiu com o primeiro golpe o o arremessando para longe com um chute na cara.
Mas não foi o suficiente com um piscar de olhos o inimigo estava novamente com sua vida nas mãos.
Ele apareceu em sua frente e o segurou pelo pescoço.
- você vai acabar como seu irmão... Vai morrer sozinho e implorando por ajuda.
- Você o matou ?
- foi lindo ver ele se contorcendo.
- MALDITO!
Uma grande aura negra consumiu o corpo de Joe, seus olhos azuis agora eram fundos, amarelados e brilhantes seus cabelos balançavam seguindo o fluxo de sua aura e sua espada explodiu em chamas negras, Joe havia despertado seu poder.
Yora ficou maior e mais magro, um tridente vermelho surgiu em suas mãos o seu olhar finalmente estava perturbador como o de um demônio.
O pequeno Shinky apareceu em frente o colecionador e o socou.
Em um piscar de olhos Joe apareceu em suas costas e o desferiu um ataque de espada que fez um enorme corte em seu peito.
Ele caiu no chão e se ajoelhou.
- o que caralhos você é?
Joe olhou para sua espada em chamas.
- sou um demônio.
Yora atacou com as chamas negras que o colecionador esquivou e respondeu com uma rajada de metralhadora.
Yora as evaporou com as chamas.
Joe o chutou fazendo ele bater em uma caçamba de lixo e sair capotando pelo asfalto frio.
Ambos avançaram para dar o gospel final.
O maldito deu uma grande gargalhada e sumiu nas sombras.
- ele fugiu ...
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Joe e os três reinos
AdventureJoe um garoto de 17 anos descobre que é meio humano e meio demônio, após seu irmão mais novo ser sequestrado por um demônio ele enfrentará vários desafios e aventuras para salva-lo.