1. Mexeu com Uma, Mexeu com Todas

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Junho de 1820 – Grécia – Porto de Pireus

Dimitri seguiu na frente com Manus, eu segui ao lado de Alekos na retaguarda, chegaríamos em Pireus de noite para não forçar os cavalos. Eu não via a hora de ver a acrópole com o templo de Atenas e conhecer vários outros lugares.

Ainda bem que estamos partindo, os pais de Dimitri já não gostavam de mim e agora por causa de ontem estariam me odiando porque o filho deles tinha batido no homem que eu estava dançando, mostrando nitidamente seu interesse por mim e seu ciúmes. Se ele não tivesse beijado a Pomposa minha noite teria sido regada de muitos beijos, amassos e gemidos apaixonados, e nesse exato momento eu estaria com um sorriso de orelha a orelha relembrando de tudo e sentindo aquele friozinho na barriga. Respirei fundo para acalmar meu coração.

— Porque você está bufando, gata? — perguntou Alekos me olhando.

Eu olhei para Dimitri.

— E porque meu primo não seria o motivo não é mesmo?

Eu soltei o ar pelo nariz novamente e fui diminuindo o galope de Mávro para pegarmos mais distância de Dimitri, Alekos fez a mesma coisa.

— O que foi tudo aquilo ontem à noite? Aquela briga com o Tenesis? — perguntei para ele chateada.

— Aquilo tudo foi o que um homem enciumado faz quando vê outro homem dando em cima e beijando sua Koúkla. — respondeu Alekos com um sorrisinho.

— Homens! Vocês achavam que podem resolver tudo com socos e pontapés!

— Mais é assim que a gente resolve.

Ao longo do caminho paramos algumas vezes para descansar os cavalos e nos refrescarmos. Alekos abriu uma garrafa de uísque e eles começaram a beber pelo caminho. Eu passei a vez, ainda estava de ressaca com a cabeça pulsando e com sono. Eu não sei como eles aguentavam beber tanto.

Dimitri estava mantendo distância de mim e eu tentava não demonstrar minha chateação com essa situação toda, ainda mais porque eu ia ficar hospedada na casa dele. Tínhamos que ter uma boa relação, eu não saberia dizer quanto tempo ficaria nesse século.

Comecei a bocejar de sono, aquele balanço em cima de Mávro estava fazendo meus olhos se fecharem.

— Moça! Se você começar a dormir em cima do cavalo eu vou ter que pegar você! Se você cair vai ser uma queda alta e você vai se machucar. — disse Dimitri me avisando.

— Quem disse que eu estou dormindo! Estou meditando de olhos fechados! — respondi coçando os olhos.

— Essa sua meditação vai fazer a senhorita cair.

Vi os rapazes rindo, mais não estava nem aí para eles.

— Vou cair de tanto você ficar colocando olho gordo em cima de mim. — falei mal-humorada.

— O que está acontecendo entre vocês dois? — perguntou Alekos curioso.

— Eu também gostaria de saber. — falei para Dimitri ouvir.

Fiquei tentando manter meus olhos abertos... de repente sinto alguém me puxando para o lado... Dimitri estava com as mãos em volta de mim me colocando em seu colo em cima de Léke. Ele me envolveu em seu corpo e o peito dele era tão quente. Me aconcheguei sentindo o seu cheiro e dormi ouvindo o seu coração calmo.

— Moça, acorde! Chegamos à cidade de Atalanti.

Eu estava tão confortável ali que demorei a me mexer, ele começou a coçar minhas costas e eu quase ronronei igual a um gato recebendo carinho.

Koúkla Mou - Livro 3 - Novos DesafiosOnde histórias criam vida. Descubra agora