Abril de 1821 – Grécia – Finiki
O dia amanheceu, Georgiana saiu cedo e eu fui cuidar dos cavalos. Quando voltei fui preparar o café da manhã. Estava com vontade de comer panquecas e foi o que eu preparei, e também ovos mexidos e bacon.
— Como é bom acordar com esse cheiro de comida, Glykiá mou.
Me virei para vê-lo e ele estava sentado na cama com seus cabelos negros soltos, a barba por fazer e sem camisa. Seu lábio e seu olho direito estavam inchados.
— Bom dia Tasos, como se sente?
— Kaliméra Docinho. Me sinto como se uma carroça com muitos cavalos estivesse passado por cima de mim algumas vezes. — respondeu com cara de dor.
— Porque bateram tanto assim em você?
— Eu estava buscando informações sobre meu primo com os prisioneiros e os soldados de prontidão não gostaram da minha tagarelice e deu nisso. Mas valeu a pena.
— Você conseguiu descobrir alguma coisa? — perguntei esperançosa.
— Sim, me disseram que ele foi muito ferido e o enviaram para algum esconderijo em Finiki.
— Onde fica isso? É longe daqui?
— Fica algumas horas daqui. Chegando lá teremos que procurá-lo sem levantar muita suspeita.
— Eu tenho certeza que vamos encontrá-lo.
— Eu gosto do seu otimismo, senhorita.
— Você acha que os soldados que te prenderam vão ficar atrás de você?
— Eles não perderiam tempo correndo atrás de mim quando se tem uma guerra para vencer, Glykiá.
Terminei de preparar o café da manhã e levei para ele em cima de uma bandeja e coloquei na cama ao seu lado.
— Hum... panquecas. Eu pedia para a dona Gilde preparar para mim nos dias que você não fazia. — disse ele comendo faminto com calda escorrendo pela sua boca. — Sente-se e coma comigo.
Eu peguei um outro prato e enchi mais um copo com suco e me sentei na poltrona de frente para ele.
Tasos me serviu e me deu um pedaço de queijo na boca. Essa mania que eles tinham de cuidar do outro era de família.
— Glykiá, me diz uma coisa. Porque eu estou pelado?
— Bom... você estava muito sujo e Georgiana achou melhor limpar você. — respondi dando um gole no suco.
— É claro que vocês acharam melhor limpar o moribundo em seu leito de morte! — disse fingindo indignação e dando uma risada gostosa e depois colocando as mãos na costela sentindo dor.
— Eu juro que não olhei.
— Você também jurou que não iria se meter em confusão, mas veja só onde eu estou, senhorita!
— Eu estava cruzando os dedos quando jurei que iria para Pireus. Me desculpe.
— Agora quando eu for pedi para a senhorita me prometer algo vou ter que olhar para as suas mãos para ver se me fala a verdade!
— Não prometerei em falso novamente. — disse mostrando meus dedos abertos.
Tasos pegou minha mão e deu um beijo demorado.
— Eu nunca duvidei das suas habilidades Glykiá, veja bem, mas me tirar de uma cela trancada, dentro de um acampamento cheio de homens armados sem que um tiro fosse disparado é difícil de acreditar. Ainda mais se eu disser que duas mulheres me salvaram.
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Koúkla Mou - Livro 3 - Novos Desafios
RomanceAs aventuras de Agnes Montgomery e Dimitri Kardakos se intensificam quando o irmão mais velho de Alekos, Tasos Kardakos, chega para ficar. Além de causar intrigas, mal estar e dor de cabeça para todos, ele acaba revelando algo que vai abalar a relaç...