Fale as palavras

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_Bom.

Ela abre os lábios sentindo uma enorme indignação. Há suor em seu lábio superior. _ Bom ? como você pode sentar aí e...
_É bom que você esteja ciente disso. Estou testando sua mente para encontrar um caminho. Um canal. - A interrompe.
_Testando minha mente? você tem me torturado !! - Sua voz sai quase como um grito, porém tentou se manter calma pois apesar de tudo, ele era seu rei.
Bran balança a cabeça suavemente e responde.
_Não, isso não é uma verdadeira tortura -
(S/n) sente sua raiva aumentando.
_Como você ousa. Você não tem o direito de invadir minha mente.
_Estou apenas abrindo. Nada mais nada menos. Você não tem lobo gigante para guiá-lo como eu tive.
_Eu não preciso da sua orientação - Ela não soa mais como uma guerreira. Parece uma criança assustada prestes a ser atacada por um animal selvagem. Isso só a irrita mais.
_Eu não sou seu experimento, não sou seu animal de estimação. Éramos amigos.
_Sim. Precisamente. Porém para quem mais vou fazer isso? - A voz dele sai quase como um ronronar presunçoso.

Sua lógica é impecável. Ela não pode acreditar nele. E, no entanto, ela certamente pode, sabendo da sua capacidade de manipular e conseguir o que desejava.
Sua raiva a faz querer machucá-lo. Queria empurra-lo de lá de cima.
_Na próxima vez que você fizer isso, irei cravar uma adaga em sua garganta.
_Quão rápido você fica de sangue quente -
Bran olha para ela.
_Vou escrever para Sansa, Jon e Arya. A grandes chances de você tentar algum tipo de experimento com eles também - Fala o ignorando. Bran dá a ela outro sorriso evasivo.
_Você não pode alcançá-los agora. Você está sozinho.

Sozinho. Sozinho.
A sensação que estar embaixo da água retorna seu corpo. O medo toma seu corpo de uma maneira que não conseguia explicar. (S/n) agarra a lateral de sua cadeira e avança sobre ele.
_Você não deveria me ameaçar ou não será rei por muito tempo - Cospe as palavras com os dentes semi-serrados.
Isso faz com que Bran pare de sorrir. Ele não está desconcertado, apenas descontente.
_Isso não é maneira de mostrar gratidão - Mesmo usando um tom de tédio, não conseguia esconder o aborrecimento.

Antes que (S/n) entenda o que está acontecendo, ele está dentro dela. Ela sente sua intrusão como a lâmina de uma faca. Rápido e excitante. Não deixando nada para ela.
Seus olhos estão na coloração branca.
Sente seus joelhos se agacharem na frente da cadeira dele, mas não é ela que está ajoelhada por conta própria e sim ele que está comandando seu corpo.(S/n) sente uma mão fantasma acariciando sua espinha lhe tirando um arrepio.
De alguma forma, ele está atrás dela, sussurrando em seu ouvido, enquanto também está dentro dela.
Sua mãe lhe ensinou palavras bonitas, palavras úteis. O que você diria ao Corvo de Três Olhos por abrir sua mente?
Uma mão na cartilagem de sua coluna, fazendo cócegas. Outra mão envolveu suas cordas vocais, empolando.
Ela ainda consegue respirar, mas está ficando difícil. Seu aperto é quase fácil, quase provocador. (S/n) se firma contra os joelhos ausentes dele. O menino na cadeira não está lá. Ele está dentro dela.
Ela luta com as palavras dele em sua boca, engole-as.
_Obrigada - Ela finalmente expulsa.
Alguns momentos depois, suas pupilas estão marrons e ela está ofegante com a cabeça caída em seu colo.
Bran acaricia seu cabelo, puxa mechas molhadas e soltas de seu rosto.
Seu polegar enxuga uma lágrima de seu olho. (S/n) treme, incapaz de desviar a cabeça. Ela quase engasga com um soluço.
_Se acalme. Vai melhorar, eu prometo. - Sua voz é a alma do autodomínio.

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Nota: Como vocês estão? Espero que bem. Mais um capítulo quentinho para vocês. Obrigada por visualizar, isso me deixa mais animada para continuar.

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