Máquina Restrita

Não vou ceder

(S/n) observa o teto balançando os pés inquietamente, havia amanhecido e sua ansiedade só aumentava a cada segundo. Estava apenas esperando a porta abrir para ir atrás do homem de estrutura baixa, o único que poderia ajuda-lá…ou não. Ela teve medo de Bran ter mentido como fez da última vez sobre deixa-lá sair, porém Gilly entrou no quarto com um vestido em seus braços, lhe banhou e lhe vestiu como uma Lady.
_ O rei mandou fazer especialmente para você - Aponta em direção ao broche, o desenho é de um lobo com o corvo na cabeça. "Então esse é o novo brasão dele" pensou passando as pontas dos dedos sobre o objeto de prata frio. 
_Ele quer que você se alimente antes do passeio, uma serva está a caminho com seu café da manhã - Gilly sorri simpática antes de sair do local apressadamente, normalmente ela ficaria um tempo conversando, falando sobre como o pequeno Sam estava ficando esperto  a cada dia, mas agora ela apenas a ajudava a se banhar, vestir e ia embora o mais rápido possível.
(S/n) para em frente ao espelho razoavelmente grande, o suficiente para ver boa parte do vestido.

Ela observa o decote pensando em como Bran havia se tornado despudorado após se tornar o corvo de três olhos. Lembranças da noite passada ainda a assombra, não entendia o porque se sentiu tão necessitada para ser tocada por ele, suas bochechas coram só de lembrar os longos dedos pálidos se movimentando contra sua intimidade.
Pensamentos errôneos continuam em  sua mente fazendo com que sinta um gosto amargante na língua, ela desejava nunca ter saido de seu lar para procura-lo.
(S/n) dá um pequeno sobressalto quando a imagem de Bran reflete no espelho. Quanto tempo ele estava ali? Ela tinha certeza que o mesmo havia escutado seus pensamentos sobre ele, porém não se importava mais.
_Gostou? - Pergunta Bran a olhando de cima a baixo, ela se vira em direção a ele e acena com a cabeça forçando um sorriso simpático.
_Sim, majestade. É um belo vestido.
_Ficou melhor do que imaginei - Diz com o olhar penetrante sobre o decote, aqueles olhos negros e profundos haviam um ar de luxúria mesmo com a face sem expressão. (S/n) sente um arrepio percorrer pelo corpo, por um momento, sente suas pernas darem um tremida.
_O-o que faz aqui? - Muda de assunto se sentando na cama. Bran rola a cadeira ficando de frente a ela e ergue a pequena tigela que estava sobre a bandeja em seu colo, que até então ela não havia notado.
_Vim alimenta-lá, abra a boca - Ele mergulha a colher pegando uma pequena quantidade do líquido cremoso, em seguida leva aos lábios da jovem que os mantém fechado.
_Não quero, não estou com fome - Fala recuando o rosto, não bastava dar remédios na boca dela, agora queria lhe dar de comer como uma criança? aquela situação havia se tornando deplorável.
_Se você não comer, não vai sair. Abra a boca - Ordena com a voz calma como  sereno, porém seu tom lhe indicava uma pitada impaciência. (S/n) rapidamente abre passagem para a colher, o gosto do mingau é melhor que imaginava, doce com gosto de canela, do jeito que ela gostava.
_Seus pensamentos… mesmo que sejam sussurros, ainda posso ouvi-los - Bran diz antes enfiar a colher novamente na boca dela. Envergonha, ela percebe um pequeno sorriso no canto dos lábios rosados do corvo.
_Se você fosse o corvo de três olhos quando te conheci, com certeza não estaria vivo - Praticamente rosna o encarando, se pudesse enfiaria aquele utensílio na garganta dele para que morresse lentamente engasgado.
_Não, você não faria isso - Bran lambe a parte de baixo da colher retirando o líquido antes de pingar e enfia na boca dela. (S/n) nota um formigamento na ponta dos dedos, sua visão embaça por um segunda e um sentimento longânime percorre seu corpo.
"Não voe para muito longe passarinho, ou pode acabar tendo suas asas cortadas" a voz de Bran tange em sua mente.

Os passos apressados de (S/n) ressoa pelos corredores, dois guardas a acompanha no mesmo ritmo para todos os recintos do castelo, o rei os ordenou para segui-lá e não deixa-lá sair de king's landing sem sua autorização. Ela temia em não encontrar Tyrion a tempo, Bran determinou que a levassem de volta ao seus aposentos antes do anoitecer. Ao longe ela avista um pequeno homem caminhando com uma garrafa mão.

_TYRION!!!

(S/n) observa a sala em sua volta sentada na cadeira em frente a "mão" do rei, ele a olha de cima a baixo e da um sorriso mostrando todos os dentes.
_Você aparenta estar ótima - Serve um pouco de você vinho para ambos e continua. _É um belo vestido.
_O rei o escolheu - Sorri amargante antes de tomar um gole da bebida vermelha.
_Pelo visto ele tem bom gosto… Como você está? O rei disse que estava doente -Pergunta meio sem jeito.
_ Tyrion, você é a única pessoa que posso confiar, mas devo confiar em você? - Diz olhando dentro dos olhos do pequeno homem.
_Me perdoe, (S/n)… 
_Porque não fez nada para me ajudar? Você sempre soube do plano de Bran, mesmo antes da minha chegada - Ela rosna de raiva quebrado a taça na mão, seu sangue se mistura com vinho pigando no chão, para ela uma facada teria sido melhor do que ser traída por um companheiro.
_Eu falei que era loucura… Sou apenas a mão do rei, é ele quem dá a última palavra - Suspira nervoso bebendo todo o conteúdo da taça. (S/n) se levanta e caminha para um canto da sala apertando as mãos em punho ignorando a dor do corte. Queria acreditar que tudo fosse um sonho, estava cansada daquela situação.
_Porque eu…?
_Você tem o sangue Targaryen e selvagem, pode controlar e wargar drogon o último dragão - Responde caminhando até ela, cuidadosamente ele segura a mão ensanguentada e a envolve em um pedaço de tecido estancando. (S/n) fica em silêncio se lembrando das palavras de Bran "Seus ancestrais voavam sobre os céus montados em dragões. Você tem sangue Targaryen correndo em suas veias, filha bastarda de Aemon"

_Querida, eu tentei visita-lá porém Bran me proibiu, assim como os outros do conselho. Sim eles também sabem - O pequeno homem a puxa suavemente para se sentar na cama. (S/n) senta sem manisfestar, como se sua alma houvesse esvaecida do corpo. Um longo silêncio se faz presente na sala antes de ser preenchida com batidas na porta.
_Lady (S/n), está na hora de ir - Diz um dos guardas.
_Irei ajuda-lá, você vai ser livre - Fala Tyrion antes de beijar suas mãos.

Noite se tornou longa para (S/n), nem mesmo jantou quando Gilly lhe trouxe a janta, queria apenas ficar sozinha. Sem corvo, sem rei, sem sonhos, somente o silêncio. Ela havia se tornado um pássaro na gaiola, e apenas uma pessoa poderia solta-lá, porém Bran o faria. Aos poucos seus olhos ficam pesados a cada piscada.... sua visão fica completamente escurecida.

"Abra os olhos, (S/n). Está na hora de acordar" 

Nota: Nova edição do capítulo, espero que gostem ♥️🐺 até o próximo.