Chegada

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                          Chegada

Se passaram sete dias cavalgando para King's Landing, finalmente havia chegado na capital sozinha. As estradas não eram tão perigosas como antigamente, e ela sabia como se proteger, lutou em tantas batalhas que havia perdido as contas. 
(S/n), passa pelas casas em ruinas nas quais estavam sendo reformadas por inúmeros homens.
Ela sorri reconhecendo alguns deles e continua cavalgando para Red Keep, a mesma havia esquecido de mandar um corvo para anunciar sua vinda, porém estava tão estupefata que teve esse descuido. Espero que Bran não se sinta ofendido.

_ (S/n) - Sua voz monótona ecoa pelo salão vazio, ao longe marteladas preenchia sutilmente o silêncio do local.

Ele não mudou muito. Talvez um pouco mais alto, mas talvez seja apenas um truque de luz.
Desde que o calor voltou à capital, ele abandonou as peles. Ele está vestindo uma túnica de corte simples, elegante e majestoso. Ele se tornou um belo homem, a jovem não queria admitir, mas sentia uma pequena paixão pelo mesmo, ou talvez era umma grande admiração? Ela não sabia distinguir ainda.
Bran, o Quebrado, não se senta onde antes ficava o Trono, mas sim ao lado, meio na sombra.
Ele rola suavemente em sua direção e ela sente uma necessidade repentina de dobrar o joelho, e o faz em um movimento rápido e meio desengonçado.
_Ma-majestade -  Gagueja e logo se amaldiçoa por parecer uma estúpida. Não gostava passar uma impressão frágil de si, Sou uma guerreira, tenho que mostrar autoridade.
Seu olhar, confuso mas perfeitamente aberto, parece deslizar sobre ela.
Desde que seu amigo se tornou o Corvo de Três Olhos, aquele olhar nunca parou de se mover. É como se ela estivesse em movimento, como se estivesse nadando rio abaixo e os olhos dele a vigiam para que não caia na cachoeira.
_Venha - Ele convida, levantando a mão cheia de anéis. O movimento é fluido, os dedos bem torneados.
Ela sorri e levanta de maneira encorajadora, ficando de pé diante de sua cadeira.
_Você parece bem. A realeza combina com você. - A jovem exala.
_Combina - Ele diz categoricamente, não como uma pergunta. Seus olhos deslizam sobre ela novamente, como se fosse um peixe Tully luminoso.
_Você parece melhor - Bran fala olhando para a clavícula dela que estava a amostra.(S/N) endireita os ombros, constrangida.
_Vejo que você progrediu na reconstrução. A nova capital será mais bela que a anterior - Sorri entusiasmada.
Os lábios de Bran se contraem antes de responder.
_Aprendi muito com Bran, o Construtor -
Leva um momento para ela perceber o que ele quis dizer. A garota se sente idiota por um momento, era óbvio que ele tinha voltado no tempo, porém ela havia se esquecido por um momento que o jovem é o corvo de três olhos.
_Algo incomoda você. Não avisou que vinha me visitar - Continua a falar o rei.
 _Tenho certeza que você já sabe mais do que posso dizer - Responde de maneira irônica.
_Gostaria de ouvir você dizer isso, da mesma forma - Diz friamente. As palavras são ditas no mesmo tom monótono de seda, mas há algo curioso em seu pedido. Ela sente uma vaga de curiosidade. Ele rola a cadeira com a indicação de que deve segui-lo.

O rosa do mármore torna-se vermelho alaranjado quando o sol se põe.
O terraço tem vista para o porto e as pontas raquíticas das oliveiras, cobertas por cinzas.
O mar é calmo e cinzento mesmo no esplendor do sol.
Era a primeira vez dela no Red Keep, e isso a deixou alegre, significa que conseguiu chegar longe. Todos esses anos lutando pelo jovem Stark valeu a pena. 

Bran está na beira do terraço, com as mãos cruzadas no colo.
_Você já considerou que você tem a visão também? - Fala estranhamente.
_Visão? - Ela lambe os lábios e continua.
_Warging, entre outras coisas?
_ Sim. Não na medida em que eu tenho, mas está lá. Mesmo não tendo sangue Stark, sua mãe era do povo livre.
_ Eu nunca pensei sobre isso, sempre me pareceu uma idéia improvável - (S/n) caminha até a borda do terraço.
_Não é improvável, sabe disso - Bran vira o rosto para fita-lá.
_Você espera que eu acredite que estes "sonhos" são meus poderes se manifestando - Ela ri, uma risada artificial, uma espécie de réplica, algo que aprendeu com Ygritte.
Bran inclina a cabeça apenas uma polegada. Sempre houve algo de arrogante em sua transformação, mas agora como Rei ele está ainda mais exaltado.
E ainda … uma coroa o torna mais humano também.
Ele a lembra de um homem com uma opinião muito boa sobre si mesmo.
_Acho que você sabe o que está acontecendo com você - ele responde.  
A brisa do mar cheira a carne defumada. Ela observa uma mecha de cabelo dançar na corrente.
Eles ganharam, mas tudo a lembra de uma carnificina.
_Tenho minhas suspeitas.
_Quais são?
A garota cruza os olhos com os dele.
_Você está fazendo isso comigo.
Pela primeira vez desde sua chegada, seu amigo a agraciou com um sorriso aberto.


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Nota: Não tenho visto muitas fanfic sobre o Bran e isso me deixa triste pois gosto muito dele, e ficaria feliz em saber que outras pessoas compartilham esse mesmo sentimento. Até a próxima, lobinhos.

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